quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

'É como uma bomba atômica. Você tem, mas não quer usar', diz Jungmann sobre intervenção


O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante reunião com a presidente do STF, Cármen Lúcia - Ailton de Freitas / Agência O Globo

André de Souza, O Globo



O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, comparou a intervenção federal em um estado, como está ocorrendo na segurança do Rio de Janeiro, a uma bomba atômica e disse que não cogita essa solução para outros estados. Ele usou uma frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que uma vez disse que impeachment é como bomba atômica: é para dissuadir, mas não para usar efetivamente.

— É como um bomba atômica. Você tem, mas não quer usar. No nosso caso, já usamos. Mas tem que ser com muita moderação — disse Jungmann.

Segundo ele, a situação do Rio exigia essa intervenção.

— Temos uma crise fiscal, moral e de segurança (no Rio) - disse Jungmann, acrescentando: — Temos uma captura de parte das instituições e do Estado pelo crime.
Nos outros estados, Jungmann avaliou que a ntervenção não é necessária:

— Eu não vejo, em que pese situações graves em muitos outros estados, uma situação que demande outra intervenção.

JUNGMANN ANUNCIA PARCERIA COM EMPRESAS PARA CONSTRUIR PRESÍDIOS


Jungmann anunciou ainda parcerias com a iniciativa privada para a construção de presídios com parlatórios, fim do contingenciamento de recursos para a segurança pública, abertura de concursos para a contratação de 500 novos agentes da Polícia Federal (PF) e outros 500 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), aumento da presença da PF na fronteira, e ampliação do contingente dedicado ao combate à corrupção. Ele afirmou que conversou com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e anunciou que este ano não haverá contingenciamento de recursos no setor.

— Este ano não viveremos com qualquer ordem de contingenciamento — disse Jungmann.
Sobre a construção de presídios, afirmou:

— Iniciei contatos com o ministro Moreira Franco (da Secretaria-Geral da Presidência da República), e espera que ainda em março esteja incluída a construção de presídios no PPP (parceria público-privada) ou PPI (programa de parcerias de investimentos) — explicou, acrescentando: — Todos terão que ter parlatórios com os devidos requisitos tecnológicos, para que a gente possa ter o registro das interlocuções daqueles que têm contato com os apenas. A luta de seccionar o fluxo de informações entre o crime no presídio e o crime na rua.