segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

OAB quer explicações sobre fichamento de moradores de favelas. Que moral tem a OAB? Nunca pediu o impeachment de Lula, maior ladrão do Brasil, desde o Mensalão. E, mesmo condenado a mais de 12 anos no xilindró, a Ordem não exige a prisão do larápio

Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo

O Observatório Jurídico da OAB/RJ vai pedir explicações ao interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto, sobre os critérios utilizados para o fichamento de moradores de comunidades durante as operações militares de segurança ocorridas na sexta-feira, 23.  
Segundo o professor de Direito Constitucional da UERJ, Rodrigo Brandão, que integra o observatório, algumas ações de identificação executadas em três comunidades são inconstitucionais. Um ofício da OAB será expedido ainda nesta segunda-feira, 26, para Braga Netto.
Walter Braga Netto
O general Walter Souza Braga Netto foi nomeado interventor da segurança pública do Rio de Janeiro, em decreto assinado pelo presidente Michel Temer Foto: (AP Photo/Eraldo Peres)
"O fichamento foi objeto de discussão na nossa reunião de hoje", afirmou Brandão, referindo-se ao primeiro encontro de trabalho do observatório, criado na quinta-feira, 22, para acompanhar a intervenção federal no Rio. "A prática do fichamento sem uma regulamentação pública e objetiva nos pareceu inconstitucional. Determinamos a necessidade de se oficiar o interventor para que ele forneça os critérios do fichamento aplicado nas comunidades."
Brandão reconhece que a identificação precisa ser feita de alguma forma, uma vez que há diversos mandados de prisão pendentes que precisam ser cumpridos mas, segundo ele, não pode ocorrer de forma inconstitucional.