sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Ex-presidiário volta a atacar a autonomia do BC e já fala em mudanças

'Vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação', disse o petista

O presidente Lula, durante entrevista coletiva em que anunciou cinco ministros do seu governo, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília - 09/12/2022 | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
O ex-presidiário Lula, durante entrevista coletiva em que anunciou cinco ministros do seu governo, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília - 09/12/2022 | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

O ex-presidiário Lula voltou a atacar a autonomia do Banco Central (BC) e prometeu “mudanças”, quando acabar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. O petista criticou ainda o atual patamar da taxa de juros. As falas foram proferidas na quinta-feira 2, em entrevista à Rede TV!.

“Vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse o petista, condenado a mais de 20 nos de cadeia em 3 instâncias. A gestão do presidente do BC termina em dezembro de 2024. A partir daí, o governo vai poder indicar um novo nome para o cargo.

A pessoa indicada por Lula será submetida à aprovação do Senado. “O que acontece é que a gente conversava”, disse o condenado. “Esse país está dando certo? Esse país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência.”

Ex-presidiário quer que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-AL), digam se “estão felizes com Campos”. “Eu acho que eles imaginavam que, com a autonomia do Banco Central, a economia voltaria a crescer, os juros baixariam e tudo ia ser maravilhoso”, disse.

Independência do Banco Central

Aprovada no governo Bolsonaro, a medida reduz ao máximo as chances de ingerência política nas decisões da instituição, como o governo pressionar para baixar — o mais comum —, aumentar a taxa Selic ou trocar imediatamente o presidente do BC, que passa a ter um mandato de quatro anos.

Livre de interferência política, a instituição monetária ganha mais credibilidade junto a investidores nacionais e estrangeiros, visto que há a sensação de maior segurança jurídica ao sistema financeiro e, consequentemente, à economia do país. Com isso, o risco-país tende a cair. O risco-país indica o nível de estabilidade econômica e é usado por investidores na hora de decidir em qual nação aplicar dinheiro.

Cristyan CostaRevista Oeste