Juntar o nome do petista à ideia de democracia é um dos grandes contos do vigário do século 21
O governo Lula, esse apóstolo do bem que salvou a democracia no Brasil, acaba de anunciar a criação de um “Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão”, mais um braço do seu cada vez mais agressivo Ministério da Propaganda.
Juntar o nome de Lula à ideia de democracia é um dos grandes contos do vigário do século 21, mas essa farsa virou a verdade única no Brasil e no mundo de hoje.
Fazer o quê?
Se o sujeito discordar vai ser chamado de golpista, terrorista e até mesmo de bolsonarista.
Ainda assim, os fatos são os fatos, e as ações concretas de Lula e de seu governo são o exato contrário de tudo o que tem a ver com democracia.
A prova mais recente disso é o tal “departamento”, ou “secretaria”, ou “comitê”, ou coisa que o valha, para “promover” a “liberdade de expressão” no Brasil.
É um desatino.
O que Lula acaba de criar é uma nova polícia para controlar o que os cidadãos dizem em público.
Já havia uma, no Ministério Público; agora, dobraram a meta.
A ideia em si é obviamente absurda: quem já ouviu falar, em qualquer época da História, que a liberdade de expressão deve ser entregue a uma repartição pública?
Isso não existe.
Governos, todas as vezes em que se metem no assunto, só restringem as liberdades públicas e individuais; jamais, em tempo algum, deixaram as pessoas mais livres para se exprimir.
É inevitável que aconteça de novo com essa última invenção do governo Lula.
Ou alguém acha, honestamente, que o departamento de promoção da liberdade vai incentivar os brasileiros a criticarem mais o governo, ou a denunciarem o que julgam errado?
É claro que não vai haver isso.
O que vai haver é censura.
Não se pode montar um grupo de vigilantes, que no caso vai ser composto unicamente por militantes de esquerda, dar a eles a autoridade para julgar o que a população diz — e achar, ao mesmo tempo, que não vão cortar, bloquear e proibir coisas que leem, ouvem ou assistem.
Dizer, como o governo está dizendo e muita gente repete automaticamente, que esse negócio foi montado para “combater a desinformação” é uma mentira em estado puro. “Desinformação?”
O que é isso?
Para a esquerda, que se tornou a única fiscal da verdade no Brasil, desinformação é tudo aquilo que governo não quer que seja publicado nos meios de comunicação e nas redes sociais.
\É isso, e só isso.
Se houvesse um mínimo de honestidade nesse fervor para livrar o Brasil dos males da “desinformação” os novos censores do governo poderiam começar seu trabalho aplicando, já, uma punição ao presidente Lula. \
Ele acaba de dizer em público, mais uma vez, que Dilma Rousseff foi derrubada por um “golpe de Estado” — quando até uma criança com 10 anos de idade sabe perfeitamente que ela foi expulsa do governo por um processo 100% legal de impeachment, incluindo a supervisão direta do Supremo Tribunal Federal em todos os passos do procedimento. \
Como é possível, então, dizer que isso foi um “golpe”? \
Aí não é “desinformação” — é mentira mesmo.
\Os combatentes da verdade, naturalmente, não vão fazer nada a respeito.
Governos de países livres têm só uma função em matéria de liberdade de pensamento: garantir o cumprimento das leis que asseguram ao cidadão o direito de dizer tudo o que pensa, e em voz alta.
O resto é conversa de ditadura.
Publicado originalmente no O Estado de S. Paulo
Revista Oeste