Financiamentos foram usados em ditaduras como Cuba e Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro, nesta semana, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar obras em países aliados. Uma onda de publicações nas redes sociais mostrou que, no passado, esse tipo financiamento beneficiaram a Odebrecht.
A informação pode ser confirmada nos dados do próprio BNDES, que a partir desta quinta-feira, 26, passa a ser presidido pelo petista Aloizio Mercadante. Ele é um dos mais antigos aliados de Lula e foi, alternadamente, ministro em três pastas diferentes durante o governo o Dilma Rousseff: Casa Civil, Educação e Ciência e Tecnologia.
Do BNDES para a Odebrecht
O banco brasileiro injetou cerca de US$ 11 bilhões em projetos de engenharia no exterior, entre 1998 e 2017. Desse montante, 75% beneficiaram a Odebrecht, conforme exposto no site no BNDES.
Essa mesma empresa fez acordos de leniência com a Justiça brasileira para devolver por volta de R$ 3 bilhões aos cofres públicos do país. Marcelo Odebrecht, herdeiro e então CEO do grupo, chegou a ser preso em meio aos escândalos de corrupção na órbita da operação Lava Jato.
Os procuradores acusaram a companhia de fazer parte do Petrolão. Considerado o maior esquema de corrupção da história da humanidade, ele desviou bilhões dos cofres da estatal para o bolso de empresários e políticos. A construtora brasileira entrou em recuperação judicial e, inclusive, chegou a mudar de nome para Novonor.
Obras no exterior
As obras financiadas pelo BNDES encabeçadas pela Odebrecht incluem projetos como o Metrô em Caracas (Venezuela), o Porto de Mariel (Havana, Cuba) e o Aeroporto Internacional de Nacala (Moçambique). Os países que abrigam essas estruturas são ditaduras à esquerda e estão entre os maiores devedores desses empréstimos.
A Venezuela aparece com o calote mais expressivo: U$ 641 milhões. Na segunda posição está Cuba (US$ 214 milhões). E Moçambique soma US$ 122 milhões em parcelas com pagamento em atraso.
Artur Piva, Revista Oeste