segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Exxon e Chevron discutem fusão, diz Wall Street Journal

Seria 2ª maior empresa de petróleo

Valor de mercado de US$ 350 bilhões

A fusão criaria a maior empresa de petróleo e gás do mundo depois da Saudi Aramco (foto)Reprodução/Saudi Aramco


As duas maiores petrolíferas dos Estados Unidos, a Chevron e a ExxonMobil, discutiram a possibilidade de fusão. Segundo reportagem do The Wall Street Journal desse domingo (31.jan.2021), as conversas aconteceram em 2020, depois que a pandemia da covid-19 impactou os preços do petróleo.

As discussões ainda não estão formalmente em andamento, “mas podem voltar no futuro”, disse o jornal.

O acordo reuniria os dois maiores descendentes do monopólio da Standard Oil de John D. Rockefeller, e remodelaria a indústria petrolífera. O valor de mercado da Chevron é de US$ 164 bilhões. Da Exxon, US$ 189 bilhões. Ou seja, a nova empresa valeria cerca de US$ 350 bilhões. Seria a segunda maior companhia de petróleo e gás do mundo, atrás da Saudi Aramco, com produção de aproximadamente 7 milhões de barris de petróleo e gás por dia.

A fusão, no entanto, poderia encontrar desafios regulatórios e de antitruste sob o governo de Joe Biden. O presidente dos EUA deixou claro que acredita que a mudança climática é uma das maiores crises que o país enfrenta. Em outubro, disse que empurraria “a transição [energética] para longe da indústria petrolífera”. Ele não tem sido tão claro sobre assuntos antitruste. A administração democrata ainda precisa nomear o chefe do Departamento de Justiça que comandará essa divisão.

Os CEOS Mike Wirth, da Chevron, e Darren Woods, da ExxonMobil, podem ter perdido a oportunidade de consumar o acordo sob o governo de Donald Trump, cuja administração era vista como mais amigável para a indústria.

Grandes negócios de petróleo e gás foram concluídos no ano passado, incluindo a aquisição da Noble Energy pela Chevron por US$ 5 bilhões e da Concho Resources pela ConocoPhillips COP por US $ 10 bilhões.

A Exxon foi a empresa mais valiosa dos Estados Unidos há 7 anos, quando seu valor de mercado chegou a US$ 400 bilhões, quase o dobro do da Chevron. Mas a Exxon caiu depois de uma série de erros estratégicos, que foram ainda mais exacerbados pela pandemia. Foi deixada de lado como um motor de lucro por gigantes da tecnologia, como Apple e Amazon, nos últimos anos e foi removida da Dow Jones Industrial Average um dos principais indicadores dos movimentos do mercado norte-americano, no ano passado pela 1ª vez.

As ações da Exxon caíram quase 29% no último ano, enquanto as da Chevron caíram cerca de 20%. A Chevron liderou brevemente a Exxon em valor de mercado entre outubro e novembro.

A Exxon teve um de seus piores desempenhos financeiros em 2020. Espera-se que reporte uma 4ª perda trimestral consecutiva pela primeira vez na história moderna na 3ª feira (2.jan.2021) e já registrou mais de US$ 2 bilhões em perdas nos 3 primeiros trimestres de 2020.

A fusão da Chevron e da ExxonMobil superaria significativamente em tamanho as mega-fusões de petróleo do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, que incluíram a combinação da Exxon e Mobil e Chevron e Texaco Inc.

Muitos investidores, analistas e executivos de energia pedem a consolidação da indústria de petróleo e gás. Eles argumentam que isso ajudaria a cortar custos e a melhorar a eficiência operacional, o que faria com que as empresas enfrentassem melhor a crise provocada pela pandemia e se preparassem para um futuro incerto, já que muitos países buscam reduzir sua dependência de combustíveis fósseis para combater as mudanças climáticas.

Com Poder360