O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Leonardo de Morais, afirmou nesta 6ª feira (26.fev.2021) que os cálculos preliminares feitos pela agência indicam que a implantação do 5G trará R$ 80 bilhões em investimentos para o país.
A agência reguladora aprovou na 5ª feira (25.fev) o edital para o certame. Agora, o documento será analisado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A previsão é que o leilão seja realizado no fim do 1º semestre. Se esse cronograma se cumprir, as capitais estaduais já devem ter 5G funcionando em julho de 2022.
Segundo Morais, cálculos preliminares apontam que o valor a ser pago pelas vencedoras será de R$ 33 bilhões a R$ 35 bilhões, sem as contrapartidas. Considerando as obrigações que essas empresas terão, o valor a ser repassado cai para cerca de R$ 13 bilhões. Essas projeções, no entanto, ainda precisam ser referendadas pelo Tribunal de Contas.
Entre essas contrapartidas está a implantação de uma rede privativa para o governo, com custo de até R$ 1 bilhão; cobertura em estradas (R$ 2,6 bilhões); migração de banda para que não haja interferência em parabólicas (R$ 2,5 bilhões), entre outras.
RELAÇÃO COM A HUAWEI
O ministro Fábio Faria (Comunicações) afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro é liberal e, portanto, não fará interferências no mercado. Pontuou que a decisão de implantar uma rede privativa para o governo não é exclusiva do Brasil e foi adotada para impedir interferências de qualquer país.
O deputado licenciado confirmou que o governo editará um decreto para permitir que empresas privadas possam operar esta rede privativa, mas não deu prazo para a publicação. Pela legislação atual, essa atribuição é da estatal Telebras.
Em relação a desconfianças quanto à empresa chinesa, disse que quem verificará isso são as empresas de telecomunicações. “Quem participa do leilão são as teles. As empresas de telecomunicação é que compram das empresas”, afirmou em referência à Huawei.
Ludmylla Rocha, Poder360