Segundo o ministro do TCU, Bruno Dantas, a contratação deixa margem para suposição de que a empresa escolheu Moro pela possibilidade de conseguir "informações privilegiadas que possa repassar" sobre os processos envolvendo a Odebrecht.
Agora, a Alvarez & Marsal deve comprovar os meios pelos quais optou por Sergio Moro, inclusive se isso foi feito por meio de uma agência de "headhunter", visto ser necessário afastar a hipóteses de compra de informações e "demonstrando não se tratar de remuneração indireta por serviços anteriormente prestados".
O ministro alegou, ainda, que a contratação de Moro é "no mínimo, peculiar e constrangedora", visto o conhecimento que o mesmo possui sobre processos envolvendo a Odebrecht e ameaçou bloquear os repasses de recursos para a empresa.
De acordo com o procurador Lucas Rocha Furtado, Moro, em sua atuação na Operação Lava Jato, “pode ter contribuído para a situação de insolvência da empresa” e agora estaria ganhando dinheiro ao trabalhar em seu processo de recuperação.
Segundo o procurador, há ainda que se descartar um “suposto conflito de interesse do agente que, em um primeiro momento, atuou em processo judicial com repercussões na esfera econômica e financeira da empresa e que, posteriormente, aufere renda, ainda que indiretamente, no processo de recuperação judicial para o qual seus atos podem ter contribuído”.
Jornal da Cidade