No auge do escândalo do Mensalão uma leitora entregou na sede do então edifício da Editora Abril uma valise pertencente a José Dirceu.
O conteúdo, certamente era bombástico.
A valise havia sido ‘roubada’ de seu proprietário.
O jornalista Leonardo Coutinho, nas redes sociais, relatou o episódio e descreveu qual a atitude da Revista, na época.
Veja abaixo:
“No auge do escândalo do Mensalão, uma leitora apareceu na recepção do então edifício da Abril com uma “bomba”. Ela havia recolhido perdida (se não me engano em um restaurante), a valise do líder da quadrilha José Dirceu. Eufórica, a mulher disse: "quero ver na próxima capa”.
Meu chefe e colegas (nomes que prefiro não citar) receberam o material na redação de Veja. Viram se tratar realmente da maleta do petista José Dirceu e tomaram uma decisão daquelas que me fazia orgulhoso de fazer parte daquela redação: ligar para o dono e devolver.
A base para “abrir mão do furo” era muito simples. Os jornalistas entendiam que estavam diante de um produto de roubo. A leitora que me perdoe, mas ao preferir entregar a valise para Veja, sabendo quem era o dono, ela fez algo equivalente ao furto.
Veja era a publicação mais dura na cobertura das roubanças do PT, mas nem por isso aqueles jornalistas (hoje todos fora da revista) caíram na tentação usar informações furtadas. Não éramos imunes às falhas. Quero dizer que o melhor jornalismo é o que mais derruba que publica.
Estou revolvendo esta história do passado para, quem sabe, ajudar quem está chegando na profissão. Percebo que há muita euforia. Entendo que a sede pelo furo cega e pode resultar numa furada. Perdoem-me a falta de criatividade.”
JR Guzzo, complementou com uma informação o relato de Leonardo Coutinho:
“Beleza, Leonardo, muito obrigado a você ! Achei a sua mensagem perfeita, na hora perfeita. Uma vez, na VEJA, recebi pelo correio fotos constrangedoras para um senador de esquerda. Coloquei tudo num outro envelope e mandei para ele 15 minutos depois. Informação, só se obtida legalmente.”
Presentemente, a mesma Veja, utiliza material criminoso, mentiroso e roubado para fazer politicagem.
É lamentável.
Jornal da Cidade