Depois de mais uma rodada de negociações, o acordo de leniência da Odebrecht foi fixado em US$ 2,5 bilhões, ou R$ 8,6 bilhões na cotação do dólar de hoje, segundo disse ao GLOBO uma fonte com que acompanha o caso de perto. A cifra anterior era de cerca de R$ 6 bilhões. Trata-se do maior valor de uma indenização a ser paga por uma empresa brasileira a partir de uma investigação sobre corrupção.
Procuradores e advogados estão finalizando preparativos para assinarem a leniência e os acordos de delação dos executivos da empreiteira ainda nesta quinta-feira em Brasília e Curitiba. Os acordos de delação de 77 executivos já estavam fechados e só não foram assinados na quarta-feira passado porque, pouco antes da conclusão dos trabalhos, representantes da Odebrecht e da Procuradoria-Geral da República entenderam que deveriam concluir primeiro o acordo de leniência da empresa.
O acordo de leniência, que também estava quase pronto, só não foi finalizado na semana passada porque representantes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, uma das partes envolvidas nas negociações, exigiram uma valor maior da parte da multa da Odebrecht. Os americanos teriam exigido pagamento imediato da multa. Até então, prevalecia a proposta acertada com o Ministério Publico Federal, o pagamento seria parcelado num prazo de 18 a 20 anos, segundo disse ao GLOBO uma fonte com acesso às negociações.
O acordo de leniência abrange também Suíça, onde a Odebrecht tem expressivas somas bloqueadas. Autoridades suíças teriam exigido punição a empresa e aos executivos envolvidos na corrupção, mas deixaram em aberto os valores a serem recebidos na distribuição da indenização. Os acordos de delação dos executivos deverão balançar o sistema político do país. Todos os importantes grupos políticos do país deverão ser atingidos pelas acusações de suborno apresentadas pelos executivos.