A grande baderna, com atos de vandalismo protagonizados em Brasília na terça-feira pelas organizações extremistas, que, com o apoio do PT, PCdoB, PSOL et caterva, pretendem ser a “voz das ruas”, demonstra que os inimigos da democracia optaram pelo caminho da violência para dar ao povo brasileiro o troco pela humilhante derrota que lhes foi imposta nas eleições de outubro. Não se trata mais de questionar, no plano das ideias, as medidas destinadas a estancar a crise propostas por um governo acusado de usurpador e ilegítimo. Os baderneiros sem voto sabem que não podem contar com as vias democráticas para recuperar o poder do qual foram expurgados por sua soberba e incompetência – e pela volúpia com que assaltaram os cofres públicos. Resta-lhes o quanto pior, melhor.
Enquanto se debatia e se votava, no Senado Federal, a PEC do Teto dos Gastos Públicos e, na Câmara dos Deputados, a proposta de dez medidas contra a corrupção, cerca de 10 mil manifestantes levados por entidades como UNE, CUT e MTST transformavam a Esplanada dos Ministérios num cenário de horrores. O motivo da “manifestação” era protestar contra a PEC do Teto – que segundo o PT vai “congelar” os recursos públicos, principalmente para Educação e Saúde –, contra o projeto de reforma do ensino de segundo grau, contra a reforma da Previdência e contra o que mais o Palácio do Planalto esteja a cogitar.
É óbvio que um protesto pacífico, com faixas, palavras de ordem e discursos inflamados contra o governo, não garantiria a desejada repercussão na mídia. Foram acionados, então, os vândalos, que passaram a provocar os policiais, atear fogo a qualquer objeto inflamável a seu alcance, destruir veículos e depredar Ministérios. Um desses alvos foi exatamente o Ministério da Educação, em cujo andar térreo “estudantes” promoveram uma destruição completa; outro, o Ministério das Cidades, alvo preferencial do agitador Guilherme Boulos, chefe do famigerado MTST.
Enquanto isso, no plenário do Senado, no exato momento em que se instalava a sessão para a votação da PEC do Teto, uma mulher que se identificou como presidente de uma tal Confederação das Mulheres do Brasil interrompeu aos berros o presidente da Casa, senador Renan Calheiros, para denunciar o “crime contra o povo” que os senadores estariam na iminência de cometer. Foi retirada do local e a galeria ficou interditada ao público.
Como era ardentemente desejado pelos organizadores da manifestação, quando os baderneiros e vândalos entraram em ação foram reprimidos pela polícia, que se empenhou em dispersá-los com os recursos habituais: cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta. Estava cumprido o objetivo dos agitadores. Parlamentares de prontidão surgiram para protestar contra a “violência” dos agentes responsáveis pela manutenção da ordem pública e depois reportá-la, carregando nas tintas, nos plenários do Senado e da Câmara.
O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) chegou às lágrimas, na tribuna, ao dar seu testemunho sobre a “agressão” aos estudantes e sugerir que os atos de vandalismo estavam sendo praticados por “provocadores” infiltrados nas manifestações. Foi coadjuvado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que, sem mencionar o episódio da interrupção dos trabalhos pela baderneira retirada do plenário, lamentou que o Senado estivesse debatendo a PEC do Teto “com as galerias fechadas para o povo”.
A julgar pelo ocorrido em Brasília, a tigrada incompetente e corrupta banida do governo e rejeitada nas urnas vai apelar com frequência crescente ao único recurso que lhe resta na tentativa de sobreviver politicamente: a manipulação de entidades que se pretendem representativas de setores da sociedade para radicalizar nas ruas as “reivindicações populares”. Buscará cada vez mais o conflito com a polícia, que transforma os baderneiros em “vítimas”. Mas, também nas ruas, certamente terá a resposta dos brasileiros que, espontaneamente e em muito maior número, já demonstraram o que são capazes de conquistar pacificamente.