sexta-feira, 1 de julho de 2016

Operador ligado a Cunha é preso pela PF; JBS na mira. E Lula, o chefe da quadrilha, continua solto

GABRIEL MASCARENHAS
MÁRCIO FALCÃO
AGUIRRE TALENTO
RUBENS VALENTE
BELA MEGALE


Folha de São Paulo


A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (1º). Um dos alvos da ação é a empresa JBS, dona da Friboi.

A operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavaski, relator da Lava Jato, e tem como base a delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, aliado do deputado Eduardo Cunha. A PF cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília.

Foi preso o corretor Lúcio Bolonha Funaro, também aliado de Cunha e que vinha tentando negociar um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-geral da República).

Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, por meio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto.
Como a Folha revelou em abril, Cleto afirmou em sua delação que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do FI-FGTS e que o dinheiro era dividido entre ele, Cunha e Funaro.

O STF também autorizou busca e apreensão na casa do lobista Milton Lyra.
Miltinho, 44, como é conhecido, já foi citado por delatores como operador do senador Renan Calheiros no Postalis, o fundo de pensão dos servidores dos Correios. Quatro requerimentos para ouvi-lo foram apresentados na CPI dos Fundos de Pensão, mas não votados.

OUTRO LADO

Na época em que reportagens sobre a delação de Cleto foram publicadas, as defesas do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro negaram as acusações e disseram desconhecer a delação do ex-vice da Caixa Fábio Cleto.

A defesa de Funaro ainda não se manifestou após sua prisão.