BUENOS AIRES — Depois do pedido da Câmara argentina de que a Justiça aprofunde as investigações à ex-presidente Cristina Kirchner por lavagem de dinheiro, o promotor Guillermo Marijuan revelou nesta sexta-feira já se estão levantando provas contra a ex-chefe de Estado. Na quinta-feira, dez propriedades de Cristina na província de Santa Cruz foram alvos de busca — a presidente e seu filho, Máximo Kirchner, são suspeitos ainda de enriquecimento ilícito e de falsificação de documentos públicos.
— Não só há uma denúncia contra a ex-presidente, como há medidas em curso (contra ela) — disse Marijuan, promotor do caso que está sendo conduzido pelo juiz Sebastián Casanello, em uma entrevista à Rádio Mitre.
Marijuan relatou duas medidas que podem complicar a vida de Cristina. Segundo ele, ligações telefônicas estão na mira da polícia, além da suposta advertência que a embaixada dos Estados Unidos fez a Cristina, quando ela era chefe de Estado, sobre os movimentos do empresário Lázaro Báez — amigo e sócio da família Kirchner, preso e investigado por suposta lavagem de dinheiro.
Com operações policiais realizadas em Gallegos, El Calafate e El Chaltén, o juiz argentino Claudio Bonadio investiga Los Sauces, uma empresa do ramo imobiliário de propriedade da família Kirchner. Os principais inquilinos são Báez e Cristóbal López, outro empresário que multiplicou sua fortuna durante os governos Kirchner.
Atualmente, a ex-chefe de Estado está sendo investigada em mais de cinco processos em mãos dos tribunais de Buenos Aires, por denúncias de lavagem de dinheiro, não cumprimento dos deveres de funcionário público e participação numa associação ilícita que provocou prejuízo de cerca de R$ 7 bilhões ao Banco Central do país, entre outros delitos.