A Polícia Federal em Pernambuco indiciou 20 investigados na Operação Turbulência,
A Polícia Federal em Pernambuco indiciou 20 investigados na Operação Turbulência, deflagrada no mês passado para desarticular um grupo acusado de lavagem de dinheiro. As investigações começaram no início do ano para apurar a compra do avião usado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014, quando ele morreu vítima de acidente com o mesmo jatinho.
Mais cedo, nesta quinta-feira (28), o jornal Correio Braziliense informou a conclusão dos trabalhos e o envio ao Ministério Público Federal (MPF) e à 4ª Vara Federal do Recife. Tanto a Procuradoria da República em Pernambuco quanto a Justiça Federal confirmaram ao Blog de Jamildo o indiciamento, mas não se posicionaram sobre o assunto. Os nomes deveriam, em tese, estar em sigilo. A PF afirmou que não vai comentar o vazamento.
O jornal de Brasília disse que um dos indiciados é indicado como operador de propinas para o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e Eduardo Campos, possivelmente se referindo ao nome do empresário João Carlos Lyra. Conforme informou o Blog de Jamildo, no domingo passado, JCL é acusado de usar uma empresa de terraplenagem em Suape para supostamente passar recursos para a campanha de reeleição de Eduardo Campos, em 2010. Empresa de terraplenagem na Refinaria Abreu e Lima é o elo entre esquemas da Lava Jato e Operação Turbulência
Veja a lista com os 20 nomes indiciados pela Polícia Federal no último dia 15 de julho, na investigação sobre avião de Eduardo Campos:
1- João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho
O seu nome foi um dos primeiros a aparecer, em agosto de 2014, como um dos compradores do avião que o candidato Eduardo Campos. Na PF, ele disse que estava montando uma empresa de táxi aéreo. Depois, a PF encontrou ligações de sua empresas com operações financeiras suspeitas com outras empresas do esquema, como a Câmara e Vasconcelos, acusada de desviar recursos de refinarias e até da transposição do São Francisco.
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2- Eduardo Freire Bezerra Leite
Eduardo Freire Bezerra Leite, mais conhecido como Eduardo Ventola, também é empresário e foi preso no dia 21 de junho, ao lado de João Carlos Lyra. Os dois estavam no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Como JCL, seu nome estava associado à compra do avião Cessna usado por Eduardo Campos durante a campanha de 2014.
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3– Apolo Santana Vieira
Como os dois primeiros, foi acusado pela Polícia Federal de ser um dos cabeças da organização criminosa. A delegada do caso, Andréa Pinho Albuquerque, aponta os três como “os principais integrantes” do esquema de arrecadação de recursos de lavagem de dinheiro. Apolo é apontado como proprietário, de fato ou de direito, de um conglomerado de 18 empresas. O nome dele já era de conhecimento público em Pernambuco desde 2009. Naquele ano, o MPF denunciou o empresário e mais 15 pessoas por formação de quadrilha, a partir das operações de importação de pneus por Suape. Sem condenação ou absolvição, o empresário apareceu primeiro como fiador da operação de compra do avião.
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4- Paulo César Morato
O testa de ferro PC Morato era o dono da empresa fantasma Câmara e Vasconcelos, usada para desviar recursos de várias obras públicas. Um dia depois da operação da PF, o empresário foi encontrado morto no motel Tititi, em Olinda, logo após a decretação de sua prisão preventiva.
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5 –Arthur Roberto Lapa Rosal
Arthur Roberto Lapa Rosal foi preso na Operação Turbulência e foi apontado pela PF como um dos sacadores do esquema. A sua função era usar suas contas e dos fantasmas para operar a distribuição dos recursos pelo esquema. Ligado a Eduardo Ventola, ele demonstrava deslumbramento pela Internet e chegou a comemorar o recebimento de um Rang Rover vermelho, como “presente de papai” do amigo empresário.
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6- Paulo Gustavo Cruz Sampaio
Paulo Gustavo Cruz Sampaio é outro dos laranjas do esquema. O nome dele aparece como sócio de uma empresa de pescados, de nome M.S Pescados, no mesmo endereço em que funciona na verdade a Qualimar Comércio Importação e Expostação. Além dele, aparece como sócia na empresa MS Pescados a mulher de Apolo Vieira, Diana Margarida Ferry Vieira. Ele é apontado como laranja do esquema porque possui vínculos empregatícios com a empresa D’Marcas Comercio LTDA, empresa que pertence a Apolo Vieira e seu sócio italiano em uma empresa de pneus Matteo Bolonha.
7- Severina Divanci de Moura
Severina Dinanci de Moura, também citada nas investigações, é uma das laranjas do esquema. No papel, ela é atual proprietária da M e M Admnistradora e Gestora de Bens, da qual Eduardo Freire Bezerra Leite já foi sócio. O seu nome também aparece como tendo participado de outras empresas como sócia, como Happy House Gerência e Administração, que no papel hoje pertence a outros laranjas como Vlamir Nogueira e sua esposa, também ligados a e,presa fanstama Tecpro, em Lagoa de Itaenga.
8- Pedro Neves Vasconcelos
Situação desconhecida
9- Vlamir Nogueira de Souza
Era o sócio majoritário, no papel, da empresa fantasma TECPRO, com endereço no mesmo lugar que a Lagoa Indústria, na cidade de Lagoa de Itaenga. Na verdade, era uma residência onde o morador trabalhava com reparos em aparelhos celular. Vizinhos afirmaram à Polícia Federal que eventualmente chegava correspondência para a Lagoa, mas nunca souberam da existência dela. Vlamir também era dono, junto com sua esposa, da Happy House Gerência e Administração, que já teve como sócia uma pessoa chamada Severina Dinanci de Moura, também citada nas investigações e a atual proprietária da M e M Admnistradora e Gestora de Bens, da qual Eduardo Freire Bezerra Leite já foi sócio.
10- Silvânia Cristina Dantas
Situação desconhecida
11- Bruno Alexandre Donato Moutinho
Situação desconhecida
12- Carlos Roberto de Macedo
Era o laranja à frente a CRM Materiais de Construção, empresa fantasma que comprou o avião usado por Eduardo Campos junto com a Geovani Pescados. Na Operação Lava Jato, João Carlos Lyra afirma que usou a conta da empresa para a aquisição do jatinho.
13- João Victor de Albuquerque Santos Sobral
João Victor de Albuquerque Santos Sobral é mais um laranja do esquema. Na investigação, o seu nome foi associado a empresa JVAS Comércio de Cosméticos, suas iniciais. A empresa não está mais ativa e existe a suspeita de que esteja ligada a Eduardo Ventola, que também tem uma empresa de cosméticos. No endereço da empresa JVAS, há um posto Shell na Imbiribeira. A JVAS fez várias operações com a Geovane Pescados e com a Câmara e Vasconcelos.
14- Gilberto Pereira da Silva
Situação desconhecida
15- Sérgio André Mota Mariz
É mais um laranja do esquema. O nome dele aparece como sendo sócio da empresa Prisma Tubos Indústria e Comércio e, de acordo com a Polícia Federal, teria feito uma série de operações financeiras suspeitas com as empresas Geovani Vasconcelos e Ele Leite Negócios Imobiliários, de Eduardo Alfredo Bezerra Leite, que também era o representate legal da empresas de pescados que se apresentou como compradora do avião de Eduardo Campos.
16- Diana Margarida Ferry Vieira
Vem a ser a esposa de Apolo Vieira, empresário apontado como proprietário, de fato ou de direito, de um conglomerado de 18 empresas. Naquelas em que formalmente sua participação não é direta, constam como sócios sempre parentes seus, inclusive a esposa Diana Margarida Ferry Vieira. A empresa ASV Holding S.A., em que ele figura apenas como avalista, tem a sua esposa como diretora, além de possuir seu acrônimo no nome. “A despeito de possuir todas aquelas empresas, ressalte-se que ele somente possui um único veículo registrado em seu nome, além de duas embarcações”, observam as autoridades na investigação.
17- Cledeilson Nogueira de Souza
Era um dos sócios da empresa West Pneus, que tinha endereço formal em Goiás. A Polícia Federal, porém, constatou que não estava operando. Também está no quadro de sócios da companhia a Coralfink S. A., com sede em Montevidéu, no Uruguai, e que tinha como acionista o advogado uruguaio Oscar Enrique Algorta Rachet, já condenado pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato por ser dono de uma off-shore usada para lavar dinheiro e encobrir as vantagens indevidas obtidas por Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.
18- Neusa Maria de Souza
Situação desconhecida
19- Kleyton Albert da Silva
O Kleyton Albert da Silva é padeiro em Vitória de Santo Antão e era um dos sacadores do esquema. As suas contas eram usadas para pagamento aos beneficários, por ordem dos operadores. Ele se apresentava como primo de Tuta Rosal.
20- Carolina Gomes da Silva
Situação desconhecida