sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Navio Bouboulina, da empresa Delta Tankers, é responsável pelo vazamento de petróleo, diz PF

O navio mercante Bouboulina, de bandeira grega e propriedade da empresa Delta Tankers LTD , é o responsável pelo petróleo vazado e que contamina a costa do Nordeste. Esta é a informação da Polícia Federal (PF) que consta na decisão do juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal.
O juiz determinou busca e apreensão na empresa Lachmann Agência Marítima , que foi agente marítimo da Delta Tankers no Brasil. Outra empresa foi alvo de busca e apreensão autorizada pelo juiz, a Witt O Brien's. Ambas as empresas ficam no Centro do Rio.
O Bouboulina ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, conforme documento encaminhado pela Marinha à PF. A detenção ocorreu por "incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo descarga no mar".
Segundo a PF, estão sendo cumpridos dois mandados de busca nesta sexta-feira no Rio em sedes de representantes e contatos da empresa grega responsável pelo navio.
De acordo com as investigações, a embarcação  atracou na Venezuela  em 15 de julho e o derramamento teria ocorrido a 700 quilômetros da costa brasileira entre os dias 28 e 29 de julho.
As investigações foram realizadas de forma integrada com Marinha, Ministério Público Federal, Ibama e as universidades Federal da Bahia (UFBA), de Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Ceará (UEC). Também houve apoio de uma empresa privada do ramo de geointeligência.

O navio

Construído em 2006 e nomeado em homenagem a Laskarina Bouboulina, heroína da Guerra da Independência Grega, o navio-tanque tem 276m de comprimento e pode carregar até 164 mil toneladas (somando carga, passageiros, água, combustível, mantimentos etc.).
Seu porto de origem fica na cidade de Pireu, vizinha a Atenas. Sites especializados em rotas navais mostram que ele aportou na Cidade do Cabo, na África do Sul, vindo do Norte, e atualmente está seguindo rumo ao Sul, no sentido do Cabo da Boa Esperança.
Vinicius Sassine, O Globo