sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"Ministério sob medida para palanque eleitoral", editorial de O Globo

Dilma e PT demonstram que não passarão a faixa presidencial sem muita luta. Afinal, muitos interesses se cristalizaram nestes três mandatos consecutivos

Em discurso de improviso para prefeitos paraibanos, em março do ano passado, a presidente Dilma confessou que “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, para em seguida ressalvar que, “no exercício do mandato, temos de nos respeitar”(...).

A frase presidencial ganhou o merecido destaque na imprensa, e agora ela volta à lembrança no momento em que Dilma começa a executar a reforma do ministério. O objetivo é adequá-lo às eleições deste ano, um pleito estratégico, quando o PT, depois de completar o recorde de 12 anos no poder por meio do voto direto — Getúlio permaneceu 15 consecutivos, mas com um período ditatorial entre eles —, tenta completar o ciclo de meia geração no Planalto.

Se a presidente começa ou não a “fazer o diabo”, ainda será discutido. Mas ela e o PT demonstram que não passarão a faixa presidencial sem lutar bastante. Afinal, muitos interesses cristalizados nestes três mandatos consecutivos estão em jogo. Apenas em “cargos de confiança” são mais de 22 mil. Há muitos companheiros amparados na máquina pública. Mesmo funcionários concursados.

O afastamento da ministra Helena Chagas da Secretaria de Comunicação serve de barômetro. Sua substituição pelo porta-voz da Presidência, Thomas Trauman, é interpretada como o atrelamento do canal de comunicação do governo com a sociedade — e respectiva verba de publicidade — à campanha. Subordinar o governo às eleições de outubro é o que se deve mesmo esperar.

As mudanças começaram pelo núcleo petista da administração, o qual, é claro, se mantém sob controle do partido: Aloizio Mercadante na Casa Civil, com a saída de Gleisi Hoffmann para disputar o governo do Paraná; Arthur Chioro, secretário de Saúde de São Bernardo, no lugar de Alexandre Padilha, escalado por Lula para conquistar enfim a cidadela tucana do Palácio dos Bandeirantes; e José Paim, petista com experiência em tocar o MEC como secretário-geral desde 2006, em substituição a Mercadante.

A fase da reforma que se inicia agora requer jogo de corpo — não é o forte da presidente —, fígado forte e cérebro ágil. Será a hora de intensas barganhas — no sentido exato da palavra — no balcão de negociações fisiológicas, bastante familiar ao lulopetismo. As contas feitas e refeitas no Planalto consideram os minutos na propaganda eleitoral dita gratuita que poderão ser somados ou subtraídos em função de adesões ou deserções. E no centro do quebra-cabeças está o PMDB, especialista em ter poder sem mandato presidencial. Com cinco ministérios, o partido quer, no mínimo, preservar o espaço. Mas Dilma precisa retribuir a neoaliados, como PROS e PSD. Pelo jeito, haverá choro e ranger de dentes.

PT e presidente não podem cometer erros graves. Pois a conjuntura econômica não é favorável e pela primeira vez, nestes 12 anos, uma dissidência do seu campo político vai às ruas disputar votos. Tensões à frente.


 


Governos bancam 80% dos gastos da Copa do "Barba" no Brasil

Dos R$ 28 bilhões gastos em projetos do Mundial, apenas R$ 5,6 bilhões são da iniciativa privada. Fifa projeta lucrar no país mais que o dobro que ganhou na Alemanha, oito anos atrás

Congresso em Foco
                                                                                                                                                             
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma diz que o Brasil fará "a Copa das Copas". Blatter estima lucro de R$ 10 bilhões para a Fifa
 
Assim que o Brasil foi confirmado como sede da Copa de 2014, dirigentes da CBF e integrantes do governo Lula anunciaram que este seria o Mundial da iniciativa privada. Sete anos após a promessa, o placar dos gastos com o megaevento indica que os cofres públicos perderam por goleada histórica essa disputa. Antes mesmo de a bola rolar, “a Copa das Copas” – como diz a presidenta Dilma Rousseff – já tem um vencedor: a Fifa, que projeta lucrar no Brasil mais que o dobro do que ganhou na Alemanha e quase 40% a mais que na África do Sul, em 2010.

Mas nem a entidade, que detêm todos os direitos sobre os jogos, nem o setor privado estão pagando o grosso da conta. Dos R$ 28 bilhões que estão sendo gastos em projetos da Copa, apenas R$ 5,6 bilhões (20%) provêm da iniciativa privada. Os R$ 22,5 bilhões restantes são bancados pelo contribuinte: R$ 8,7 bilhões por meio de financiamentos de bancos oficiais; R$ 6,5 bilhões por meio do orçamento federal, e R$ 7,3 bilhões pelo orçamento dos 12 estados que receberão os jogos da Copa.
 
No caso dos estádios, a conta para o contribuinte é, proporcionalmente, ainda maior. Dos R$ 8 bilhões destinados à construção e reforma das arenas esportivas, apenas R$ 820 milhões têm como origem a iniciativa privada, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). Mais de R$ 4 bilhões devem retornar a instituições como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, principais financiadoras.
 
Dona da festa, a Fifa pretende lucrar cerca de US$ 5 bilhões, algo em torno de R$ 10 milhões. O valor é 36% superior aos US$ 3,6 bilhões (R$ 7,2 bilhões) auferidos pela entidade na Copa da África do Sul, em 2010. E mais que o dobro dos US$ 2,3 bilhões (R$ 4,6 bilhões) lucrados na Alemanha, em 2006.
 
Os dados acima são destacados no artigo “Vai ter Copa. Só não para você”, do jornalista Edemilson Paraná, vice-presidente do Psol-DF e mestrando em Sociologia da UnB, que o Congresso em Foco publica nesta sexta-feira (31). Ele questiona a aplicação de recursos públicos em um megaevento privado, cujos lucros serão de uma entidade também privada.
 
“A maioria do povo brasileiro não é contrária à realização da Copa do Mundo no país. É contrária, sim, aos atropelos e usurpações que cercam a organização do evento. Não fosse isso, tal maioria gostaria de uma Copa no ‘país do futebol’”, diz Edemilson. No artigo, o jornalista critica as tentativas das autoridades brasileiras de cercear os protestos que devem ganhar as ruas durante a Copa e explica por que a palavra de ordem “Não vai ter Copa”, utilizada por um grupo para atrair manifestantes, pode produzir efeito contrário.
 
Leia a íntegra do artigo

O risco Copa

Confrontos em protestos, obras pela metade e custos que assustam turistas. O Mundial de 2014 enfrenta ameaças graves – e exige um esforço final que garanta uma festa cativante e segura

LEOPOLDO MATEUS, RAPHAEL GOMIDE, RODRIGO TURRER E VINICIUS GORCZESKI, COM LEANDRO LOYOLA, FLÁVIA TAVARES E ALINE IMERCIO - Época
 
Capa - Edição 818 (home) (Foto: ÉPOCA)
>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:

O suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, estava desconfiado desde o início. No dia 30 de outubro de 2007, ao anunciar o Brasil como sede da Copa de 2014, ele disse: “O Comitê Executivo decidiu, unanimamente, dar a responsabilidade, não apenas o direito, mas a responsabilidade de organizar a Copa de 2014 ao Brasil”. Responsabilidade. A palavra nunca aparecera em anúncios anteriores. “A Copa do Mundo de 2010 será organizada na África do Sul”, disse Blatter ao abrir o envelope em maio de 2004. “O vencedor é a Alemanha”, afirmou, em julho de 2000. Para 2014, não houve disputa.

A Fifa criara um rodízio entre continentes, hoje abandonado, e era a vez da América do Sul. Como único candidato, o Brasil recebeu a Copa com pouco esforço – e Blatter quis dizer, para o mundo ouvir, que os brasileiros tinham obrigação de realizar um bom trabalho. Semanas atrás, ele afirmou: “O Brasil é o país com mais atrasos desde que estou na Fifa”.

A impaciência parece justificada. Blatter lembrou que o Brasil foi o único a ter sete anos para organizar a Copa do Mundo. A Alemanha e a África do Sul tiveram seis. A Fifa também não queria uma Copa tão complexa como a que o Brasil decidiu organizar. Preferia um torneio com dez cidades sedes, como fez a África do Sul. Em 1994, os Estados Unidos fizeram sua Copa em nove cidades.

O governo brasileiro insistiu em realizar um Mundial com 12 sedes – mesmo número da Alemanha em 2006 –, com logística mais complexa e gastos mais vultosos. Nos últimos anos, o custo do Mundial subiu de forma escandalosa. A previsão inicial de gastos era de R$ 17 bilhões.

Em junho último, o Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa) atualizou o total para R$ 28 bilhões e anteviu um acréscimo de ao menos R$ 5 bilhões até a bola rolar – um total de R$ 33 bilhões. Dessa quantia, a União será responsável por 85,5%, e o setor privado por 14,5% – cerca de R$ 4,7 bilhões. Em 2007, em Zurique, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmara: “Tudo será bancado pela iniciativa privada”.

A apenas quatro meses do início do Mundial, as cidades brasileiras deveriam estar coloridas com as cores do Mundial. Banners, bandeiras, Brazucas e Fulecos gigantes deveriam já alimentar um clima festivo no país. Em vez disso, o Brasil segue tomado pela dúvida sobre sua capacidade de organizar a Copa de forma satisfatória.

Na semana passada, as inquietações foram estampadas na capa da tradicional revista francesa France Football, com a manchete “Medo sobre o Mundial”. Para a publicação, a Copa tornou-se uma “fonte de angústia”. A presidente Dilma Rousseff repete que o Brasil fará “a Copa das Copas”.

 Apesar das dificuldades, isso ainda é possível. Poucos países desejaram tanto receber o Mundial de futebol quanto o Brasil, e os ingredientes necessários para uma competição profissional, cativante e histórica continuam presentes. Para realizá-la, será preciso superar as várias ameaças e desafios que cresceram nos últimos anos. ÉPOCA relaciona na reportagem de capa desta semana os principais riscos.

>> Continue lendo esta reportagem em ÉPOCA desta semana

Onde terminam estradas na Noruega, na Bulgária, na Califórnia…

VÍDEO MUITO ORIGINAL: Percorra milhares de quilômetros em apenas 2 minutos e veja onde terminam estradas na Noruega, na Bulgária, na Califórnia…

Blog Ricardo Setti - Veja


Final de estrada na "Ilha de Areia" nas Midway Islands, território insular pertencente aos EUA e localizado no Pacífico Norte (Foto: Google)
Final de estrada na “Ilha de Areia” nas Midway Islands, território insular pertencente aos EUA e localizado no Pacífico Norte (Foto: Google)

“Existem 21 milhões de milhas [33,79 milhões de quilômetros] ao redor do globo; vasculhamos o planeta utilizando o Google Street View para encontrar os lugares onde terminam as estradas”.
A apresentação acima é do vídeo Where The Roads End (“Onde as Estradas Terminam), produzido pela revista mensal americana de cultura The Atlantic.

A ideia é basicamente esta implícita no título: mostrar estes rincões misteriosos, que muitas vezes cremos não existir, cuja serventia é colocar ponto final em longas estradas. Este ensaio, realizado a partir de fotografias do mesmo software da Google e previamente divulgado pela Atlantic, serviu de inspiração.

Na edição foram contempladas estradas do fiorde de Milford Sound (sudoeste da Nova Zelândia), das ilhas de Svalbard e da cidade de Sund (respectivamente norte e sudoeste da Noruega), de Chepinsti (cidadezinha próxima a Sofia, capital da Bulgária), Melago (cidade no norte da Itália), do Vale da Morte (no estado americano da Califórnia), da Montanha Whistler (oeste do Canadá), do Cabo das Agulhas (extremo sul da África do Sul e do continente africano) e das Ilhas Midway (território insular no Pacífico Norte, entre a América do Norte e a Ásia, pertencente aos Estados Unidos).

 

Saque de fundos de emergentes é o maior desde 2011. Resgates de investidores somam US$ 6,3 bilhões

O Globo

A aversão às economias emergentes, em meio à desaceleração da China e à retirada de estímulos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), estes mercados sofreram saques de mais de US$ 6 bilhões em fundos de investimento no período de sete dias encerrado na última quarta-feira, de acordo com dados da EPFR, consultoria que acompanha fluxos financeiros globais. Foi o maior ritmo de resgastes semanais desde agosto de 2011. No mês, a cifra vai a US$ 12,2 bilhões.

Os fundos de títulos de dívida de emergentes também perderam: foram US$ 2,7 bilhões na semana e US$ 4,6 bilhões no ano. Entre os que estão sofrendo grande saques estão a Franklin Templeton (de Mark Mobius), a Ashmore e a First State. Indagado sobre as perdas, Mobius reagiu com sangue frio, afirmando que a queda dá oportunidade de comprar ativos baratos.

A turbulência já atinge o mercado de ações e se juntou a fatores locais para derrubar as bolsas americanas e européias. Nos EUA, os resultados da Amazon (- 9%) e Mattel (-5,1%) desapontaram investidores, na contramão da maioria das empresas, e ajudaram a puxar os índices para baixo. O S&P cai 0,6% e está fechando o mês com recuo de 3,7%, o pior resultado para janeiro desde 2010. O Dow Jones abriu em queda de 1% e agora recua 0,6%. A Nasdaq, 0,8%.
Na Europa, a queda da inflação para nível recorde evidenciou a fragilidade da recuperação e levou desânimo os investidores, além de alimentar expeculações sobre um novo afrouxamento da política monetária pelo Banco Central Europeu. A Bolsa de Frankfurt perde 1,6%, influenciada pela queda nas vendas no varejo alemão em dezembro. Em Londres, o mercado recuou 1,3%. Em Paris, 0,35%.

Diante da persistência da venda e depreciação das moedas de emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos bancos centrais evitem que a aversão precipite um aperto nas condições de crédito internacional. Um porta-voz do fundo disse que alguns emergentes precisam adotar “ações urgentes” para garantir a melhora nas suas economias.


 


Preço da energia atinge teto em fevereiro; conta de luz pode subir até 10%. Custo do megawatt dobra e vai a R$ 822

Preço da energia atinge o teto em fevereiro, e conta de luz pode subir até 10%

  • Custo do megawatt dobra e vai a R$ 822
Bruno Rosa e Ramona Ordoñez - O Globo
 

Abaixo do nível. Reservatório na Usina Hidrelétrica de Queimado, em Unaí (MG), está baixo com a falta de chuvas
Foto: Antonio Cunha/ CB/D.A Press
Abaixo do nível. Reservatório na Usina Hidrelétrica de Queimado, em Unaí (MG), está baixo com a falta de chuvas Antonio Cunha/ CB/D.A Press

O consumidor vai pagar caro pelo calor do último mês e pelo baixo volume de chuvas. Além dos gastos com a geração das usinas térmicas, que custam mais que a energia das hidrelétricas, os brasileiros ainda vão arcar com as despesas das distribuidoras com a compra de energia no mercado livre.

O preço para o início de fevereiro é o maior desde setembro, quando mudou a forma de calcular o valor da energia. Para primeira semana de fevereiro, atingiu R$ 822,83, o teto estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em janeiro esse valor era quase a metade: R$ 466. Com isso, as contas de luz podem subir até 10% na data anual do reajuste.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), se todos esses custos permanecerem no atual patamar, as distribuidoras poderão pedir à Aneel, que autoriza os reajustes, repasse do custo mais alto nas contas de luz.

As distribuidoras têm de recorrer ao mercado livre, pois não vêm conseguindo obter toda a energia necessária para atender à demanda nos leilões feitos pelo governo federal. Atualmente, elas precisam comprar 3,3 mil megawatts (MW) médios adicionais e, assim, acabam tendo que arcar com preços elevados.
A Abraceel diz ainda que, se os valores no mercado livre se mantiverem nesse patamar durante todo o mês de fevereiro, o gasto extra das distribuidoras chegará a R$ 1,6 bilhão. Segundo especialistas, o preço no mercado livre é balizado principalmente pela expectativa de chuvas e pelo nível dos reservatórios.

No último dia 30, diz o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as hidrelétricas da Região Sul chegaram a 58,6% de sua capacidade, número menor que no dia anterior, de 59,4%. Entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, o nível caiu de 40,8% para 40,6%. No Nordeste, o volume ficou igual, em 42,5%. Só na região Norte houve alta: de 59,6% para 60%.

— As distribuidoras estão descontratadas. Nos leilões feitos pelo governo, os empreendimentos (como hidrelétricas e usinas eólicas) vêm atrasando e a energia não entra no sistema. Por isso, elas têm que recorrer ao mercado livre. E esse custo vai chegar ao consumidor do mercado cativo. Estima-se alta em torno de 10% nas contas para 2014 — disse Reginaldo de Medeiros, presidente da Abraceel.

A conta mais alta pode chegar aos consumidores do Rio em novembro, quando acontece o reajuste da Light. O da Ampla, que opera em Niterói e outros municípios do Estado do Rio, é em março. Em Minas, o reajuste da Cemig é em abril, assim como o da CPFL, em São Paulo. Na paulista Eletropaulo, a revisão acontece em julho.

Governo estuda novo socorro

Fonte da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), diz que o governo estuda uma solução para evitar um impacto nas contas de luz. Uma das hipóteses é um novo socorro via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), com recursos do Tesouro Nacional:

— Em dezembro, o governo fez leilão adicional e cortou pela metade a necessidade das distribuidoras.

Para Cristopher Alexander, presidente da comercializadora Comerc Energia, as distribuidoras são as maiores prejudicadas:

— Há risco de inadimplência no setor. As distribuidoras poderão repassar esses custos, mas o Tesouro pode socorrer essas companhias.

Hoje, a maior parte das indústrias de grande porte que recorrem ao mercado livre assina contratos de longo prazo, que variam de três a cinco anos, para evitar as oscilações do mercado. Acredita-se que algumas indústrias, para aproveitar os preços, poderão reduzir atividades e “vender” o excedente no mercado livre.

— Algumas empresas podem usar óleo combustível em seus processos e contribuir com o setor elétrico liberando energia, liquidada a R$ 822 o MWh — disse Paulo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais e de Energia de Consumidores Livres (Abrace).


 


Planalto prepara ofensiva de propaganda para apontar benefícios da Copa

Preocupação é com reflexos de protestos na campanha pela reeleição de Dilma

Luiza Damé - O Globo


Preocupação aumentou depois que comitiva de Dilma foi atacada no RN
Foto: O Globo / Jorge William
Preocupação aumentou depois que comitiva de Dilma foi atacada no RN O Globo / Jorge William

O Palácio do Planalto prepara uma ofensiva de comunicação para tentar esvaziar as manifestações que devem ocorrer durante a Copa, atento aos reflexos que os atos poderão ter na campanha da reeleição de Dilma Rousseff. O plano, que ainda não foi submetido à presidente, pretende mostrar ao público os ganhos do país com os grandes eventos e comparar os investimentos em aeroportos, rodovias e obras de mobilidade urbana aos gastos na construção de estádios. A preocupação do Planalto com os protestos aumentou depois que carros da comitiva da presidente foram atacados na chegada à Arena das Dunas, em Natal, na semana passada.

Auxiliares da presidente envolvidos na elaboração do plano reconhecem que a iniciativa está atrasada e que há dificuldades na interlocução com os movimentos, especialmente por falta de líderes identificados dos chamados black blocs.


A intenção do governo é sensibilizar quem é contra a realização da Copa do Mundo, mas que não tem informações sobre o significado dos grandes eventos internacionais para a projeção do país no exterior. Também quer demonstrar os ganhos econômicos e sociais, especialmente a geração de empregos. A Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no ano passado, no Rio servirá de exemplo positivo.

O governo já percebeu que dificilmente conseguirá desmobilizar os movimentos ideologicamente contrários à Copa, considerada por esses grupos mais radicais um evento capitalista.

— Não podemos deixar que o que será vantagem para o país vire desvantagem. (O plano) Está com “delay” (atraso), mas ainda dá tempo de tirar da coluna do débito — analisou um ministro.




Fisher, do BC americano: países como Brasil vão ter tempos difíceis com retirada de estímulos

Sobre turbulência em mercados emergentes, presidente do Fed de Dallas afirmou: ‘Não está ao nosso alcance ser o banco central do mundo’

O Globo
Com agências internacionais
 
FORT WORTH, Texas - Países, como o Brasil, que usaram dinheiro barato dos programas de recompras de títulos do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para ampliar o consumo devem passar por dificuldades, à medida que o banco reduz estímulos à economia. A análise é de Richard Fisher, presidente do Fed de Dallas e membro votante do painel de política monetária do Fed.

Segundo Fisher, México, Polônia e outros países que optaram por reeestruturar suas economias, devem passar melhor pela transição. Durante evento na Neeley School of Business, no Texas, ele destacou ainda que o Fed não faz política monetária baseada nas necessidades de outros países.
- Não está ao nosso alcance ser o banco central do mundo - afirmou Fisher.

Nesta quarta-feira, o BC americano anunciou mais um corte de US$ 10 bilhões no programa de estímulos, dando prosseguimento à retirada gradual das compras mensais de títulos, à medida que a economia americana mostra mais sinais de recuperação, o que vem causando turbulência em mercados emergentes, devido ao risco da fuda de dólares.

- Se estivermos fortes, outros vão se beneficiar disso.


 


 

Ibovespa perde 7,51% no mês e tem pior janeiro em quase duas décadas

Ibovespa perde 7,51% no mês e tem pior janeiro em quase duas décadas

  • Fundos de investimentos em ações foram a pior aplicação financeira do mês, com perdas maiores que 5%
  • Investidores de fundos cambiais - que aplicam em moedas, principalmente dólares - tiveram ganhos de 2,73%
Bruno Villas Bôas - O Globo
 
Com a maior queda da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para meses de janeiro em quase duas décadas, desde 1995, os fundos de investimentos em ações foram as piores aplicações financeiras deste início de ano. Os fundos Ibovespa Ativo - que buscam superar o comportamento do Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro - tiveram perdas de 6,44% em janeiro até o último dia 28, segundo dados da Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os fundos Ações Livre - categoria que não segue um benchmark específico - tiveram perdas de 5,87% no mesmo período.

Segundo Fábio Gallo Garcia, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, as perdas estão ligadas ao mau comportamento das principais ações da Bolsa, como siderúrgicas, petroleiras, bancos. Ele explica que indicadores ruins sobre o ritmo de crescimento da economia da China e o corte de estímulos do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para US$ 65 bilhões mensais explicam uma parcelas dos prejuízos.

- Foi um janeiro com cara de 2013. E o cenário externo negativo se somou ao cenário macroeconômico brasileiro, que não tem sido bom: crescimento baixo, inflação alta. Não há notícias boas para as ações subirem. E, assim, estamos vendo o Ibovespa patinar nos 50 mil pontos sem força para se recuperar - disse Garcia.


- Outros emergentes também caíram bastante. Mas chama atenção que janeiro é o mês que os grandes fundos de investimento refazem as alocações de suas carteiras para o ano. Parece que não fomos favorecidos desta vez, como alguns outros emergentes - explica José Costa Gonçalves, diretor da Máxima Corretora.

Os trabalhadores que destinaram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para ações da Petrobras e Vale não escaparam das perdas. Esses fundos encolheram 12,36% e 11,17%, respectivamente, segundo as estatísticas da Anbima. Os papéis da Petrobras estão nas mínimas desde 2008, com preocupações sobre o impacto do aumento do dólar na defasagem de preços da gasolina e diesel. Já a Vale sofre com os dados negativos da China, seu maior cliente.

Os investidores de fundos cambiais - que aplicam em diferentes moedas, principalmente o dólar americano - tiveram a melhor aplicação financeira do mês. Esses fundos renderam 2,73% até o último dia 28, segundo dados da Anbima. No mês, o dólar comercial subiu 2,30%, de volta ao patamar de R$ 2,40. Mas especialistas em finanças não costumam recomendar fundos cambiais aos clientes, por causa da instabilidade da moeda.

Já as aplicações de renda fixa tiveram resultado misto. Os fundos DI (pós-fixados) deram um ganho de 0,74%, acompanhando o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada para 10,50% neste mês pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Os fundos de renda fixa (prefixado), no entanto, rendem menos ao longo do ciclo de alta dos juros e neste mês não foi diferente: ganho de 0,59%, rendimento inferior ao da caderneta de poupança (0,61%).

Os fundos de investimento renda fixa índices - que rendem juros prefixados e mais um índice de inflação, geralmente o IPCA - voltaram a repetir o mau desempenho do ano passado e fecharam janeiro em queda de 0,97%.




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"Guerra psicológica, fraude real", por Guilherme Fiuza

O Brasil é mulher de malandro. Mas nem o malandro encolheria a pensão em dois terços

Epoca 
 
A virada do ano mostrou que é uma injustiça manter os mensaleiros presos. Ao apagar de 2013 e ao raiar de 2014, o Brasil mostrou que aprova a picaretagem como forma de governo. Não é justo, portanto, em se legitimando os picaretas de hoje, manter os picaretas de ontem encarcerados, sendo todos correligionários. Basta de desigualdade. Liberdade para todos.
 
A picaretagem inaugural do governo popular em 2014 teve como porta-voz o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Como se sabe, o PT se especializou na arte de mentir para a coletividade – e depois descobriu que não precisava de especialização nenhuma, porque o Brasil engole qualquer mentira tosca. Por isso é que Lula diz que o mensalão era caixa dois de campanha e não se desmoraliza perante a opinião pública. Está provado que o mensalão foi roubo de dinheiro público cometido pelo PT, e está provado que mentir no Brasil não tem o menor problema. Com essa jurisprudência, o ministro da Fazenda não tem por que não se espalhar.

Guido Mantega anunciou, triunfante, que o governo cumpriu a meta de superavit primário em 2013. O ministro disse que o resultado oficial sairia no fim de janeiro, mas ele decidira antecipar a divulgação para “acalmar os nervosinhos”. Assim é o PT hoje: como as mentiras colam facilmente, elas passaram a vir acompanhadas de zombaria. O governo cumpriu a meta de superavit depois de reduzi-la em R$ 35 bilhões – de R$ 108 bilhões para R$ 73 bilhões. Se fizesse isso com pensão alimentar, o ministro estaria preso.

Como já foi dito neste espaço, o Brasil é mulher de malandro. É lesado pelo bando e continua votando nele. Devendo-se ressalvar que mesmo uma mulher de malandro não aceitaria este trato: o malandro paga só dois terços da pensão porque ele mesmo resolveu encolhê-la em um terço. É o tipo da malandragem que só cola no matrimônio petista com o eleitorado masoquista.

O superavit para acalmar os nervosinhos tem outros truques espertos. Mais alguns bilhões de reais em despesas de 2013 serão contabilizados pelo governo popular depois da virada do ano. Malandragem de playground. Fora a contabilidade criativa no Tesouro Nacional – hoje devidamente aparelhado pelos companheiros –, expediente picareta já notado e repudiado mundo afora, mas tolerado Brasil adentro. É com esse arsenal de trampolinagens que os companheiros desviam o dinheiro público para a propaganda política e a rede de facilitações populistas. Por que só os mensaleiros têm de pagar?

O anúncio esperto do ministro da Fazenda foi feito poucos dias depois de um pronunciamento da presidente da República em cadeia nacional – o pronunciamento “de fim de ano” de Dilma Rousseff. Como um país que se diz diferente da Venezuela chavista tolera um “pronunciamento de fim de ano” da presidente em rede obrigatória de rádio e TV? Onde está o senso crítico e a vergonha na cara dos brasileiros para repudiar essa praga do comício oficial em tudo quanto é data comemorativa? Onde estão os manifestantes nervosinhos, a oposição, a OAB, as ONGs da cidadania e todas essas vozes estridentes que vivem panfletando bondades cívicas por aí?

Pois bem: no comício oficial e obrigatório de Réveillon, Dilma Rousseff denunciou – eles continuam denunciando – a existência de uma “guerra psicológica” para afugentar investimentos e desestabilizar a economia nacional. É muita modéstia do PT achar que alguém pode desestabilizar a economia melhor do que eles.

Que repelente contra investidores poderia ser mais eficiente do que um governo que mente a céu aberto sobre suas contas? Que fabrica superavit e esconde dívida? Que atropela a meta de inflação e tenta mascará-la amarrando preços de tarifas, que ninguém sabe quando e como serão liberados? Que faz declarações ideológicas sobre a política monetária e cambial do Banco Central, ora baixando os juros no grito, ora jogando impostos na lua para tentar conter a fuga de dólares? Qualquer guerra psicológica dos inimigos da pátria seria brincadeira de criança perto da lambança real dos amigos da onça.

Não é justo que a turma do valerioduto assista a essa orgia de trás das grades. Pelo grau de tolerância do Brasil 2014, Dirceu, Delúbio, João Paulo Cunha (o Mandela brasileiro) e companhia são uns injustiçados. 

ONG fundada pelo pai de Padilha (ou quadrilha?) recebeu R$ 1,5 milhão dos governos "Barba"-Dilma

ONG fundada pelo pai de Padilha recebeu R$ 1,5 mi do governo federal

Contas Abertas 
Os recursos desembolsados pelo governo federal para a Koinonia, ONG fundada pelo pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegaram a R$ 1,5 milhão entre 2001 e 2014. O montante foi transferido para a organização por meio dos ministérios da Justiça, Esporte, Desenvolvimento Agrário e Cultura. Na lista de parceiros na administração federal também estão as secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e de Direitos Humanos, ligadas à Presidência da República.

Em 2004 e 2005, as ordens bancárias para entidade somaram R$ 60 mil e R$ 244,6 mil, respectivamente. Em 2010, os valores repassados foram de R$ 117,5 mil, passando para R$ 400 mil em 2011 e R$ 195,7 mil em 2012. No ano passado, as cifra recebida pela Koinonia foi de R$ 211,7 mil. Em 2014, os valores já somam R$ 262,2 mil. Nos anos de 2001, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2009 não foram emitidas ordens bancárias para a ONG.

Veja tabela e as Ordens Bancárias

De acordo com o Portal da Tranparência, a ONG já teve pelo menos nove convênios com o governo federal. Do total, oito contratos foram firmados depois que o PT chegou ao poder em 2003. De acordo com o site, os convênios somaram a quantia de R$ 1,55 milhão.

Até essa quinta-feira (30), a ONG também possuía convênio com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 199,8 mil. No entanto, o órgão cancelou o acordo firmado com a ONG no dia 28 de dezembro de 2013 para prestar serviços de “promoção e prevenção de vigilância em saúde”. A parceria, no entanto, ainda consta no portal.

O convênio com valor mais elevado firmado entre a Koinonia e o governo federal foi por meio do Ministério do Esporte. O contrato de R$ 400 mil foi feito para o desenvolvimento de atividades de esporte recreativo e de lazer em 4 núcleos para atendimento de 1,6 mil crianças e adolescentes, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais. As atividades foram realizadas no município de Duque de Caxias.

Em nota encaminhada à imprensa, a Koinonia informou que grande parte da receita da entidade é obtida por meio do financiamento das entidades e organismos internacionais. Segundo a organização, em 2013, do total do orçamento da entidade, 85,96% foi composto por doações internacionais e nacionais não-governamentais.

De acordo com a Koinonia, Anivaldo Padilha, apontado como fundador da ONG, é associado da entidade e exerceu a função de Secretário de Planejamento e Cooperação, de 01 de janeiro de 2007 a 25 de setembro de 2009.

Em 2009, a organização afirma que Anivaldo Padilha entregou carta pedindo afastamento das funções de Secretário de Planejamento e Cooperação, na véspera da posse de Alexandre Padilha como ministro da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal.

Filiado ao PT e pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, Padilha disse que mandou cancelar o convênio com a ONG ligada a seu pai. Segundo ele não há irregularidades, mas é preciso “poupar a instituição [a ONG] da exploração politica que se vai tentar fazer”. Ele também afirmou que vai “entrar em uma missão em que cada ato vai querer ter exploração politica” e que precisa não deixar dúvidas sobre a “lisura” de seus atos no ministério. “Eu tomei a decisão hoje de solicitar ao jurídico do ministério que tome todas as medidas legais possíveis para cancelar esse convênio”, disse.
2014

O repasses devem continuar em 2014. Conforme pesquisa do do Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) no último dia 31 de janeiro com dados de 30 do mesmo mês, R$ 462 mil ainda devem ser pagos para a entidade neste ano.

Os valores constam como Restos a Pagar Não-Processados Inscritos para o orçamento deste ano. O montante representa despesas que foram empenhados no ano passado, mas não foram liquidadas (tiveram serviço reconhecido) ou pagas.
 
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Franklin Martins, ressuscitado, projeta sombra de mau agouro sobre Dilma

Blog Ricardo Setti - Veja


Com Franklin Martins cada vez mais forte junto a Dilma e tocando parte de sua campanha eleitoral, pode-se imaginar a volta da tentação de um "controle social da mídia"? (Foto: O Globo)
Com Franklin Martins cada vez mais forte junto a Dilma sendo figura importante em sua campanha eleitoral, pode-se imaginar a volta da tentação de um “controle social da mídia”? (Foto: O Globo)

Amigas e amigos do blog, vejam o trechinho final da reportagem de Gabriel Castro, do site de VEJA em Brasília, sobre a queda de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação Social da Presidência:

“A mudança (…)  confirma a crescente influência do ex-ministro Franklin Martins sobre o governo. Martins integrará a equipe de comunicação na campanha eleitoral de Dilma Rousseff.”

Franklin Martins, dono de uma empresa de comunicação que trabalha para diferentes órgãos do governo, está sendo plenamente ressuscitado pela presidente Dilma. Durante a campanha eleitora, será encarregado do trato com a imprensa e as redes sociais, enquanto o marqueteiro João Santana cuidará da propaganda eleitoral na TV e de outros aspectos da imagem da candidata-presidente.

O PT, como se sabe, quer uma campanha “agressiva”, assim com quer uma Secom “mais agressiva”, razão pela qual o atual porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, vai para o lugar de Helena Chagas. Ele é considerado “afinado” com Franklin Martins.

Pode-se imaginar, pois, o que vem por aí neste ano eleitoral.

Isso tudo quer dizer que Franklin Martins, o ex-ministro do lulalato favorável ao “controle social da mídia”, forma enviesada de referir-se a um crescente controle do GOVERNO sobre a imprensa – algo de que Helena Chagas claramente se distanciava, assim como ocorre com o ainda ministro das Comunicações, Paulo Bernardo — está voltando com tudo.

Se Dilma se reeleger, é de se presumir que o ex-ministro se fortalecerá ainda mais perante a presidente — não se pode excluir a hipótese de que volte ao Ministério, seja em que cargo for.
Dilma, por sua vez, sempre se manifestou publicamente pela plena liberdade de imprensa.
A imagem sinistra de Franklin Martins se projetando sobre a presidente, porém, não é de bom agouro para os defensores da imprensa independente.

Muita gente séria não consegue financiamento nem no BNDES nem na Caixa. Já grana para Cuba…

Sardenberg: O criador dos shoppings populares, para pequenos empreendedores da periferia e de favelas, não consegue financiamento nem no BNDES nem na Caixa. Já grana para Cuba…

Blog Ricardo Setti - Veja

Elias Tergilene: "Tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente" (Foto: Nidin Sanches / Odin)
Elias Tergilene: “Tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente” (Foto: Nidin Sanches / Odin)

Artigo publicado no jornal O Globo


O “RAPA” E O UAI
Carlos Alberto Sardenberg
Carlos Alberto Sardenberg

A cena me foi descrita por uma ouvinte da CBN, quando eu estava no ar na última terça-feira: em São Paulo, na movimentada Avenida Rebouças, num calor de rachar, dois PMs saem de uma “viatura” e confiscam os copinhos de água que um homem vendia aos sedentos motoristas parados no semáforo.

Comércio ilegal reprimido, diz a autoridade. O “rapa” , dizem os ambulantes.

A ouvinte mandou a história como ilustração, pelo avesso, da entrevista que eu fizera naquela mesma terça com o mineiro Elias Tergilene, fundador dos shoppings populares Uai – três unidades em Belo Horizonte e uma em Manaus – e que está tratando da instalação de novas unidades no Rio (Morro do Alemão) e em São Paulo.

Seu objetivo, ele conta, é abrir espaço formal para empreendedores populares.

Quem são eles? Os moradores das periferias e favelas que querem, precisam ou já tocam um negócio informal. Associado ao Sebrae e à Fundação Dom Cabral, Tergilene treina e forma essas pessoas para colocá-las na legalidade.

Mas reparem a explicação dele: “preciso ensinar essas pessoas a ganhar dinheiro para pagar a formalização, para pagar os impostos… Essas pessoas fazem riqueza para o país, não podem ser tratadas como bandidos”.

Sim, a questão não é simples. Imagine que você tem uma loja formal, paga o contador, o advogado e os impostos, e um sujeito coloca uma banquinha bem na frente para vender coisa parecida. Concorrência injusta, claro. Não pode.

Ou você vende sanduíches, tendo que pagar também a taxa da vigilância sanitária e dos bombeiros, e um cara começa a assar churrasquinhos bem ao lado. Aí, além de concorrência injusta, há um problema de saúde pública.

Tudo bem, mas por que uma pessoa vai vender copinhos de água em congestionamentos, sob um sol de 35 graus? Porque não encontra serviço que pague mais. Ou porque faz um bico depois do trabalho regular.

Ou porque tem talento, como a dona de casa que começa a vender empadinhas ou biquínis, ou abre um salão nos fundos. Ou como um funcionário de escritório que perde o emprego, recebe a indenização e resolve tentar um negócio de consertos domésticos. Ou como uma moça, boa de internet, que compra dois computadores e instala uma lan house na sala de sua casa.

Situações diferentes exigem respostas diferentes. Nem sempre é o caso de chamar o “rapa” – que aparece na forma de polícia ou fiscal, não raro cobrando pedágio.

E sempre, mas sempre mesmo, será o caso de chamar pessoas como Elias Tergilene. E sempre será o caso de tentar, pela via do setor público, os caminhos que ele toma pela via da iniciativa privada .

Tergilene sabe do que fala. Com a experiência de quem foi camelô e ambulante – começou vendendo de estrume a madeira – ele vai direto ao ponto: tem muito talento por aí, muita gente séria querendo ganhar dinheiro honestamente. Hoje, por exemplo, tem fábrica de móveis e mineração, além do Uai.
Olhando as histórias, pode-se dizer: se o governo não atrapalhar, já está mais que bom. Mas, claro, será bem melhor se o governo e todo o sistema formal puderem apoiar certas iniciativas.

Os shoppings Uai dão dinheiro ao seu fundador. Os lojistas pagam apenas uma taxa de ocupação, nada sobre o faturamento. No ano passado, as quatro unidades faturaram R$ 36 milhões e todo o negócio até aqui foi tocado com capital próprio.

Tergilene diz que seus shoppings misturam atividade econômica e social. Tem o objetivo de desenvolver a economia do comércio local, gerando negócios e empregos ali mesmo onde é instalada a unidade. Gasta-se dinheiro para treinar e formar as pessoas.

Mas não consegue financiamento, nem nos programas especiais do BNDES e da Caixa. “Se for enquadrado como shopping, os juros são muito elevados; se não é shopping, é o quê?” – diz ele. Já se fosse um porto em Cuba…

Shoppings Uai, "se o governo não atrapalhar, já está mais que bom" (Foto: MaisBH)
Shoppings Uai, “se o governo não atrapalhar, já está mais que bom” (Foto: MaisBH)

Para as unidades no Rio e em São Paulo, Tergilene está tentando financiamentos públicos e privados, além de parcerias, com prefeituras e comunidades locais.

Não deveria ser um caso especial. Governo não gera riqueza. Quem gera riqueza é o setor privado, o empreendedor com seu “espírito animal”. Logo, deve ser a lógica do sistema: pessoas que tenham a iniciativa de produzir e vender coxinhas ou programas de computador, precisam ter os caminhos abertos.

Faz um ano da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Não foi por fatalidade que morreram 242 pessoas. Não é por fatalidade que ninguém tenha sido condenado até agora. O local apresentava várias irregularidades. Está alguma coisa muito errada quando o poder público deixa passar uma situação como essa e “rapa” os copinhos de água de um ambulante.

Após ‘vaquinha’, Delúbio, quadrilheiro do "Barba", paga multa – e ajuda Dirceu, subchefe da gangue do... "Barba"

Após ‘vaquinha’, Delúbio paga multa – e ajuda Dirceu

Petista conseguiu mais de 1 milhão de reais na campanha virtual; excedente deve ajudar a pagar as multas de José Dirceu e João Paulo Cunha

Laryssa Borges - Veja
 
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, e vai para seu primeiro dia de trabalho na CUT nacional
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, em seu primeiro dia de trabalho na CUT, na semana passada (Sérgio Lima/Folhapress)

Depois de conseguir arrecadar mais de 1 milhão de reais por meio de uma campanha de militantes do PT na internet, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão, depositou nesta sexta-feira 466.888,90 reais em juízo. O valor se refere à multa imposta a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como parte da condenação pelo crime de corrupção ativa.

O petista foi penalizado em oito anos e onze meses de prisão em regime fechado, mas recorre de uma parcela da sentença por meio de embargos infringentes. Atualmente, cumpre pena de seis anos e oito meses, em regime semiaberto, e trabalha na Central Única dos Trabalhadores (CUT), com salário de 4.500 reais.

Na "vaquinha" feita pela internet, Delúbio recebeu 1,013 milhão de reais – 600.000 reais foram depositados somente nesta quinta-feira.

O ex-presidente do PT José Genoino também conseguiu amealhar quase 700.000 reais para pagar sua multa por meio da "vaquinha" on-line – mais do que os 667.500 reais que devia.

O excedente da arrecadação dos dois petistas deve ser utilizado para pagar as multas impostas pelo STF ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e ao deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Os valores das sanções aplicadas aos dois mensaleiros ainda não foram atualizados pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Dos onze condenados que já foram notificados para pagar as multas, apenas Genoino e Delúbio quitaram os débitos.

O operador do mensalão, Marcos Valério, recorreu ao Supremo para tentar desbloquear uma de suas contas bancárias e saldar a dívida. O ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o ex-assessor do extinto PL (atual PR) Jacinto Lamas pediram o parcelamento dos valores.

Petrobras vale na bolsa apenas 53,9% do seu patrimônio e retoma níveis de 1999

 

 
 

 

 

“Um partido como o PT não pode ter medo de protestos”, diz Paulo Bernardo

Marcelo de Moraes - O Estado de São Paulo

 
A perspectiva da repetição em 2014 dos protestos de junho do ano passado não impressiona o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Embora as manifestações tenham, na ocasião, causado queda expressiva na popularidade da presidente Dilma Rousseff e abalado também a imagem dos governadores, o ministro acha que o PT não pode temer o enfrentamento dessas manifestações durante a campanha eleitoral.
 
“Um partido como o PT não pode ter medo de protestos”, afirma, de maneira muito franca, Paulo Bernardo.
 
“Muitos dos nossos integrantes são especialistas nesse assunto desde criancinhas”, diz, lembrando a origem da formação do partido, baseada, por exemplo, nos movimentos sindicais.
 
“Somos filhos dos protestos contra a carestia, das greves dos operários e bancários. O dia em que tivermos medo de protestos não seremos mais o PT”, reforça.
 

‘Bolha dos emergentes’ parece estar estourando, afirma Paul Krugman, Nobel de Economia

Paul Krugman diz que situação na Turquia não parece tão ruim, mas há risco de contágio para outros países emergentes, inclusive o Brasil

Altamiro Silva Júnior, correspondente da Agência Estado
 
NOVA YORK - "Estamos vendo o que parece ser o estouro de uma bolha dos países emergentes. E uma crise nestes mercados pode, de forma plausível, transformar o risco de deflação na zona do euro em realidade", avalia o prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, em sua coluna nesta sexta-feira no jornal New York Times, destacando que a Europa pode passar por situação semelhante a do Japão, que viu sua economia estagnada por anos.
Krugman não está muito otimista com o desenrolar da recente turbulência nos países emergentes. Para ele, o problema não é da Turquia, uma economia menor que a área de Los Angeles, ou Índia, Hungria, África do Sul e qualquer outros mercado emergente que pode se tornar a bola da vez. "O verdadeiro problema é que as nações mais ricas, sobretudo Estados Unidos e a zona do euro, fracassaram em lidar com suas próprias fraquezas", afirma o economista no artigo.
O economista diz que as crises financeiras têm ficado mais próximas umas das outras e com resultados mais severos, em termos de impactos na economia real. Por um longo período após a Segunda Guerra o mundo ficou livre de crises financeiras, provavelmente, avalia Krugman, porque muitos governos restringiram movimentos de capital entre países. Em anos recentes, a situação piorou, com uma crise atrás da outra, na América Latina, Estados Unidos, Ásia e Europa. "Se a forma da crise parece a mesma, os efeitos estão ficando piores."

Para o economista, o respingo direto no mundo da crise na Turquia não será grande, mas o problema é que se volta a ouvir com frequência a palavra "contágio" e o temor de que os problemas turcos contagiem todos os emergentes. No geral, a situação financeira da Turquia "não parece tão ruim", escreve Krugman, mas o país "parece estar em sérios problemas" e a China parece um pouco abalada também. A dívida do governo turco é baixa, mas o setor privado tomou muitos empréstimos no exterior.

"O que torna estes problemas assustadores são as fraquezas das economias ocidentais, uma fraqueza que se torna muito pior por conta de políticas muito, mas muito, ruins", escreve o economista na conclusão de seu artigo.

Piora nas contas públicas agrava a crise de credibilidade do governo Dilma

Especialistas acreditam até que o governo terá de estender o corte de gastos para os investimentos

Reuters

 O governo federal encerrou 2013 com o menor esforço fiscal desde 2001, deixando ainda mais evidente a dificuldade em recuperar a credibilidade das contas públicas junto a agentes econômicos neste ano. Alguns especialistas acreditam até mesmo que em 2014 o governo terá de estender o contingenciamento para os investimentos.

O setor público consolidado apresentou superávit primário de R$ 91,306 bilhões em 2013, o que representa 1,90% do PIB - informou nesta sexta-feira, 31, o Banco Central. O resultado ficou abaixo do pretendido pelo governo e é o menor desempenho desde 2001. No início do ano passado, a meta de superávit primário era de 3,1% do PIB. Esse objetivo foi revisado posteriormente para 2,3% do PIB.

O governo tem sido alvo frequente de críticas do mercado pela condução da sua política fiscal, com gastos elevados e pouca transparência nas contas. Nos últimos anos, recorreu a algumas manobras contábeis para melhorar os números e, em 2013, contou com receitas extraordinárias em valor recorde.

Esse cenário tornou real o risco de rebaixamento do rating brasileiro pelas principais agências de classificação de risco e levou a própria presidente Dilma Rousseff vir a publico dizer que, para 2014, a política fiscal será "consistente com essa tendência de redução do endividamento público".

Para tanto, especialistas avaliam que os gastos públicos terão de ser mais controlados, mesmo num ano eleitoral. O governo anunciará em fevereiro o contingenciamento para 2014 e, por enquanto, a meta de primário estipulada é equivalente a 2,1% do PIB.

"Vai ter que prejudicar investimentos, não vai ter jeito, não tem espaço. No passado, a gente já viu isso", afirmou o economista Cristiano Souza, do Santander.

Para o BC, primários maiores são importantes para a condução da política monetária, justamente num momento de inflação elevada.

"A regra geral é quanto mais fiscal, melhor", disse o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, na linha de avaliações já feitas pelo presidente do BC, Alexandre Tombini.

"Ativismo fiscal e quase fiscal durante os últimos anos minou a eficácia da política monetária e está contribuindo decisivamente para o ambiente atual de alta inflação e moeda ainda excessivamente apreciada", afirmou o diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Em 2013, Brasil teve o pior superávit primário dos últimos 12 anos

O país poupou R$ 91,3 bilhões para pagar juros da dívida pública no ano passado

Gabriela Valente - O Globo
 
 O setor público - União, estados, municípios e estatais - poupou R$ 91,3 bilhões para pagar juros da dívida pública no ano passado. Essa economia, o chamado superávit primário, equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país). Esse é o pior resultado dos últimos 12 anos, desde quando o Banco Central começou a registrar os dados.

A meta para o ano - já ajustada - era de 2,3% do PIB. No entanto, a equipe econômica já havia admitido que não seria possível chegar a esse resultado. O governo federal ainda se comprometeu a fazer um esforço fiscal maior e poupou R$ 75,3 bilhões porque conseguiu vários recursos extras com o programa de refinanciamento de impostos atrasados e com o dinheiro do bônus de exploração do campo petrolífero de Libra. No entanto, isso não foi suficiente para se aproximar do alvo.
De acordo com os dados do BC, o problema foi que os governos estaduais pouparam menos do que era previsto. Os estados economizaram R$ 13 bilhões. Já os municípios pouparam R$ 3,4 bilhões. As empresas estatais, por outro lado, tiveram um déficit primário - ou seja, gastaram mais do que receberam - de R$ 322 milhões.

No ano, a poupança feita por todo o setor público não foi suficiente para pagar todos os juros. Por isso, faltaram R$ 157,6 bilhões para fechar as contas. Esse déficit nominal representa 3,28% do PIB. É o pior resultado desde 2009, quando o mundo estava mergulhado na crise mundial e o governo teve de gastar para estimular a economia e evitar o contágio da desaceleração global.

Mesmo com um superávit primário aquém do estimado, a relação entre o endividamento público e o PIB, o principal indicador da saúde das contas públicas, fechou o ano em 33,8%, ante 35,3% em 2012. A alta do dólar ajudou a melhorar o indicador, já que o Brasil é credor internacional, ou seja, tem mais reservas do que dívida em moeda americana. A dívida bruta está em R$ 2,7 trilhões ou 57,2% do PIB. No ano passado, ela representava 58,5% do PIB.

Política fiscal expansionista

De acordo com o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel, a política fiscal continuou expansionista, ou seja, os gastos do governo foram combustível para a inflação no ano passado. No entanto, essa política caminha para a neutralidade em dois anos. Por enquanto, ele defende um aperto fiscal maior.

- Quanto mais fiscal, maior superávit, melhor.

Maciel, entretanto, minimizou o fato de o Brasil ter feito o pior superávit dos últimos 12 anos. Disse que isso foi resultado de uma política econômica para estimular a economia. E que as agências internacionais não olharão apenas para esse dado quando forem reclassificar o Brasil. O técnico também não quis traçar um quadro para a evolução do superávit primário em 2014. O governo está prestes a anunciar um corte no orçamento para frear os gastos.

- Vamos aguardar o anuncio das medidas que estão por vir.

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Produção da Petrobras no Brasil em 2013 foi a menor dos últimos 5 anos

Quantidade de petróleo e gás produzidos caiu 2,5% em relação a 2012, para 1,93 milhão de barris por dia

  • Resultado é pior que o projetado pela estatal para o ano
Marcio Beck - O Globo
 
Pelo segundo ano consecutivo, a produção de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil caiu, atingindo a média de 1,93 milhão de barris por dia (bpd) em 2013, 2,5% menor que os 1,980 milhão de bpd em 2012. Com o resultado divulgado nesta sexta-feira, o nível de produção do ano passado foi o mais baixo dos últimos cinco anos, de acordo com dados disponíveis no site da empresa; ficou acima dos 1,854 milhão de bpd registrados em 2008.

É a maior queda percentual na produção desde 2004, quando o volume caiu de 1,540 milhão de bpd em 2003 para 1,492 milhão de bpd (-3,1%) no ano seguinte. De 2011 para 2012, o recuo foi de 2%. Além disso, o resultado anual foi pior que a mais pessimista das estimativas da estatal, que era de recuo de 2%, anunciada em fevereiro e depois reafirmada em meados do ano pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster.

Mesmo considerando a produção internacional, também há queda acumulada nos dois últimos anos. Em 2011, a média era de 2,169 milhões de bpd; em 2012, recuou 2%, para 2,126 milhões de bpd e, no ano passado, caiu 3%, fechando em 2,059 bpd.

Atrasos e paralisações prejudicaram

Em nota, a estatal atribuiu o recuo a atrasos diversos na operação. O GLOBO entrou em contato com a Petrobras, mas foi informado pela assessoria de imprensa que a empresa não vai comentar os dados da produção antes da divulgação de seus resultados do último trimestre do ano passado.


Além disso, contribuíram para a retração o atraso na chegada ao Brasil e dificuldades de instalação de equipamentos denominados Boias de Sustentação de Risers (BSRs), que permitiriam a interligação de novos poços nos campos de Sapinhoá e Lula NE, na Bacia de Santos. Também houve atraso no início da produção das plataformas P-55 e P-58, no campo de Roncador e no Parque das Baleias, respectivamente, na Bacia de Campos.

A petroleira aponta que a interligação de novos poços nestas unidades vai ajudar a aumentar a produção neste ano. O mesmo ocorrerá com as plataformas P-62, no campo de Roncador, e P-61, em Papa Terra, previstas para começar a produzir ainda no primeiro semestre.

Em dezembro, houve aumento de 0,4% em relação a novembro - de 1,957 bpd para 1,964 bpd -, que segundo a empresa se deveu à entrada em produção de novos poços nas plataformas P-26, no campo de Marlim, e P-56, no campo de Marlim Sul, ambos na Bacia de Campos.

As novas unidades ajudaram a compensar a parada programada da P-53 (no fim de novembro) e a parada de produção da P-20, no campo de Marlim, a partir do dia 27 de dezembro, para reparar danos causados por incêndio no sistema de produtos químicos daquela plataforma.

‘Dolorosamente menor que o esperado’

Os números foram considerados fracos por analistas do Credit Suisse. “A aceleração (na produção) está dolorosamente menor que o esperado, sem aumentos de produção nos últimos três meses (...) Precisaremos ver a produção começar a crescer para mostrar algumas melhoras até março, no máximo”, disseram os analistas do Credit Suisse em nota a clientes.

A companhia informou ainda que pré-sal teve recorde de produção diária, de 371,3 mil barris de óleo por dia (bopd), em 24 de dezembro. Essa marca foi obtida com 21 poços produtores em operação.

Com agências internacionais


Após demissão, Helena Chagas respondeu às críticas do PT

Dilma confirma demissão da ministra de Comunicação

  • Mais cedo, Helena Chagas respondeu às críticas do PT de que não destinava verbas de publicidade para a mídia alternativa
  • Ministra disse que manteve o “critério da mídia técnica”, que possibilitou “a oportuna e equilibrada publicidade governamental
  • Ela será substituída pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, que toma posse na segunda
Luiza Damé - O Globo


A ministra Helena Chagas
Foto: André Coelho/2-1-2011 / Agência O Globo
A ministra Helena Chagas André Coelho/2-1-2011 / Agência O Globo

A presidente Dilma Rousseff confirmou sexta-feira a demissão da ministra da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Helena Chagas, e a substituição dela pelo atual porta-voz, Thomas Traumann, que tomará posse nesta segunda-feira, juntamente com Aloízio Mercadante, na Casa Civil; Arthur Chioro, na Saúde, e José Henrique Paim, na Educação.

Em nota oficial, a presidente "agradeceu a dedicação e os relevantes serviços prestados ao país pela jornalista Helena Chagas no comando da pasta, ao longo dos últimos três anos". A confirmação da demissão aconteceu algumas horas depois que a ministra respondeu, em carta de demissão à presidente, às críticas do PT de que não destinava verbas de publicidade para a mídia alternativa.

Na carta, divulgada nesta sexta-feira pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Helena disse que manteve o “critério da mídia técnica”, adotado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que o cadastro de veículos de comunicação foi ampliado, totalizando 9.963 em todos os estados brasileiros.

A ministra agradece também à presidente pela oportunidade e confiança nos três anos em que ficou no governo. Disse que foi “um período de significativas realizações do governo, cuja divulgação se deu com todo o entusiasmo e engajamento desta secretaria”. A ministra afirmou que preservou e aprimorou o critério da mídia técnica, o que possibilitou “a oportuna e equilibrada publicidade governamental de tais ações públicas, trazendo ao cidadão informação clara e objetiva a respeito de seus direitos e das oportunidades que lhe eram postas”.
Helena diz que formalizou o pedido de demissão “conforme entendimentos anteriormente mantidos”, logo na abertura da carta de demissão.

“Acredito ter contribuído, com meu trabalho e com o esforço dos servidores da Secom, para a imagem positiva que V. Exa. e seu governo têm junto aos brasileiros, como justo reflexo do desempenho da gestão pública nesses três anos em que tive o privilégio de compor seu ministério”, afirmou.

Helena não deverá participar da campanha eleitoral de Dilma e entrará em quarentena, conforme prevê a legislação.

Dilma resolveu trocar o titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom) para dar uma postura mais agressiva ao setor de comunicação do governo no ano eleitoral, como defende o PT. Essa troca não estava prevista para este momento, mas a ministra Helena Chagas, surpreendida pelo vazamento da notícia, entregou a carta de demissão na quinta-feira à tarde. Sua saída foi motivada por pressões do PT e, mais recentemente, pelo desgaste da falta de transparência com a agenda da presidente Dilma na polêmica “escala técnica” da comitiva presidencial em Lisboa, sábado passado.





País gasta mais de R$ 1 tri em cinco anos com juros da dívida pública

Sílvio Guedes Crespo - UOL
 
 

 

O Brasil gastou mais de R$ 1 trilhão nos últimos cinco anos com pagamento de juros da dívida pública, mostram dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, 31.

No total, o setor público brasileiro teve uma despesa de R$ 249 bilhões em 2013 com juros. É o maior valor anual desde pelo menos 2002, quando o BC iniciou o registro desses dados pela metodologia atual. Se atualizarmos pela inflação, no entanto, o maior valor da série é o de 2011 (R$ 265 bilhões).

De 2009 a 2013, os gastos com juros somaram R$ 1,065 trilhão. Corrigido pela inflação, esse valor equivale hoje a R$ 1,190 trilhão.

gastos com juros - legenda

Parte do dinheiro usado para pagar juros vem da arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais com impostos e itens extraordinários (como receita de privatizações e concessões).
Outra parte é obtida por meio da rolagem da dívida – processo em que o governo toma dinheiro emprestado para pagar juros.

No ano passado, União, Estados e municípios destinaram R$ 91 bilhões do seu orçamento para a dívida. Esse esforço fiscal é chamado de superavit primário.

Como os juros somaram R$ 249 bilhões em 2013, ficaram faltando R$ 158 bilhões para pagar os credores. Este último valor, chamado de deficit nominal, ou necessidade de financiamento nominal, corresponde ao que o governo precisou tomar emprestado para honrar seus compromissos.

 

 

Gastos do setor público com juros

Item2013 (R$ bi)2009 a 2013, em valores da época (R$ bi)2009 a 2013, em valores atuais (R$ bi)
Parte da arrecadação do governo usada para pagar juros91,3491,4550,0
Dinheiro que o governo tomou emprestado para pagar juros157,5574,3640,1
Total de gastos com juros248,91.065,81.190,1
  • Fonte: Banco Central

 


Opinião: gasto alto, mas necessário

Como se pode ver, a maior parte dos juros tem sido paga por meio da rolagem, ou seja, por meio da criação de novas dívidas. O governo toma dinheiro emprestado de uns para pagar outros.

De 2009 a 2013, os juros somaram R$ 1,1 trilhão, como foi dito, mas apenas R$ 491 bilhões foram pagos com dinheiro arrecadado com impostos e outras fontes. Os demais R$ 574 bilhões vieram de novas dívidas.

É verdade que R$ 491 bilhões não são uma quantia desprezível, ao contrário. Há, inclusive, quem argumente que o governo deveria usar parte desse valor para investimentos, programas sociais ou corte de impostos.

O problema é que. se o setor público aumenta a dependência de rolagem da dívida – e isso tem ocorrido nos últimos anos –, o risco de emprestar dinheiro ao governo também sobe. Consequentemente, a taxa de juros que os investidores cobram tende a aumentar também, criando um ciclo vicioso.

Dito de outra forma, a tendência é de que, quanto menos dinheiro de impostos o governo gastar hoje com dívida, mais terá que gastar no futuro. Além disso, existem as consequências de curto prazo. Se os investidores notam que o controle da dívida (e outras responsabilidades do governo) não está sendo levado a sério, eles investem menos no setor produtivo, o que contribui para frear o PIB (produto interno bruto).

Ainda se poderia dizer que a dívida líquida do governo tem diminuído como proporção do PIB, o que é verdade. Mas o problema, neste momento, não é a dívida líquida, e sim a bruta.
A dívida líquida se refere a tudo o que o governo está devendo menos tudo o que estão devendo ao governo. A bruta é a dívida total.

A dívida bruta tem aumentado porque o governo toma dinheiro emprestado, a juros de mercado, e empresta para empresas, a juros mais baixos, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Quando faz essa operação, a dívida líquida não aumenta, pois o mesmo montante que o governo toma emprestado é registrado como uma quantia que o BNDES (ou seja, o próprio governo) tem a receber.

Já a dívida bruta aumenta. Pode parecer que não há problema, mas há. A dívida que o governo contrai precisa ser paga em um prazo menor do que aquela que as empresas contraíram junto ao BNDES. Além disso, os juros que o governo paga são maiores do que os que ele recebe.

 

 

"Petrobras, apesar de investimentos cada vez maiores, tem queda na produção em 2013", por Rodrigo Constantino

Veja

A Petrobras divulgou sua produção final para o ano de 2013. Uma queda de 1,5% em relação ao ano anterior, apesar de investimentos cada vez maiores. A empresa estatal, que dava um “guidance” de crescimento de até 5% para o mercado no começo do ano, apelou para as justificativas de sempre, confiando que, nesse ano, tudo será diferente. Disse em comunicado:
 
A produção de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil, no ano de 2013, atingiu a média de 2 milhões 321 mil boed, 1,5% abaixo da média produzida no ano anterior. 

A produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais, no ano passado, ficou, na média, em 1 milhão 931 mil barris/dia, 2,5% abaixo da produção de 2012 (1 milhão 980 mil b/d). Incluída a parte operada pela Petrobras para seus parceiros o volume de 2013 chegou a 1 milhão 992 mil barris/dia.
 
A redução do volume produzido em 2013 decorreu, principalmente, do atraso na entrada em operação do campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, cuja sequência de interligação de poços à plataforma P-63 precisou ser revista em função da presença de corais no leito oceânico;
 
do atraso na chegada ao Brasil e dificuldades de instalação de equipamentos denominados BSRs – Boias de Sustentação de Risers, que permitiriam a interligação de novos poços nos campos de Sapinhoá e Lula NE, na Bacia de Santos; e do atraso no início da produção das plataformas P-55 e P-58, no campo de Roncador e no Parque das Baleias, respectivamente, na Bacia de Campos. Com a interligação de novos poços nessas unidades de produção, assim como nas plataformas P-62, no Módulo 4 do campo de Roncador, e P-61, no de Papa-Terra, ambas previstas para começar a produzir no primeiro semestre de 2014, a Petrobras terá estabelecido as condições necessárias para aumentar a produção ao longo de 2014.
 
Ou seja, a culpa é dos corais! Independentemente das desculpas da empresa, o fato é que o endividamento da companhia cresce sem parar, justamente porque ela possui um gigantesco plano de investimentos que não tem se traduzido em maior produção.
 
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
 
A dívida líquida já representa três vezes o que a empresa gera de caixa bruto (EBITDA), um patamar preocupante de endividamento. O crescimento fica sempre só na promessa, que nunca é entregue. O resultado é a perda de credibilidade e de valor das ações no mercado:
 
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
 
Os brasileiros estão vendo, dia a dia, a destruição da maior empresa nacional pelo PT. É muita incompetência e uso político juntos. Não tem como dar certo…
 

Ministra da Comunicação, Helena Chagas, entrega cargo a Dilma

Bruna Borges
Do UOL

 
 
 
 
 

 

 

 

 

Dança das cadeiras no governo Dilma                   

 

30.jan.2014 - Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, deixa o ministério da Saúde. O anúncio oficial foi feito por Dilma Rousseff através de nota nesta quinta-feira Leia mais Elza Fiúza/Agência Brasil
 
A ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social, entregou nesta sexta-feira (31) à presidente Dilma Rousseff pedido de afastamento do cargo. O porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, deve assumir no lugar dela.

Dilma anuncia primeiras mudanças da reforma ministerial

O governo já estava descontente com a atuação da pasta por considerar que a Secretaria de Comunicação não dava espaço suficiente às mídias alternativas, como Facebook e Twitter, importantes canais de diálogo com os jovens e considerados estratégicos em ano eleitoral, além de não ter dado mais visibilidade à administração federal.

Na carta de demissão, a ministra agradece pela confiança e diz que "foi um período de significativas realizações do seu governo, cuja divulgação se deu com todo o entusiasmo e engajamento desta secretaria".

Ontem, a presidente havia anunciado oficialmente a troca de outros três ministros: Aloizio Mercadante deixa o Ministério da Educação e vai para a Casa Civil na vaga de Gleisi Hoffmann, que sai para concorrer ao governo do Paraná nas eleições de outubro.

Para o lugar de Mercadante, será alçado José Henrique Paim Fernandes, até então secretário-executivo do órgão.

Na Saúde, a vaga de Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, será ocupada por Arthur Chioro, que comandava a secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo (Grande SP).

Leia a íntegra da carta entregue por Helena Chagas:
Brasília, 30 de janeiro de 2014

Exma. Sra. Presidenta da República,

Conforme entendimentos anteriormente mantidos, formalizo a V.Exa. meu afastamento do cargo de Ministra de Estado – Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Na oportunidade, expresso meus agradecimentos pela oportunidade que me foi dada de servir ao país e pela confiança depositada por V. Exa. em mim e na equipe que me acompanhou, nos três anos que tive a honra de ocupar o posto do qual ora me desligo.

Foi um período de significativas realizações do seu governo, cuja divulgação se deu com todo o entusiasmo desta Secretaria. O critério da mídia técnica, que herdamos do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva e que soubemos preservar e aprimorar, propiciou a oportuna e equilibrada publicidade governamental de tais ações públicas, trazendo ao cidadão informação clara e objetiva a respeito de veículos aptos a receber investimentos de mídia foi significativamente ampliado, dentro de um processo de regionalização e democratização da publicidade oficial sem precedentes. São hoje 9.963 veículos cadastrados em todos os estados.

Acredito ter contribuído, com meu trabalho e com o esforço dos servidores da Secom, para a imagem positiva que V. Exa. E seu governo têm junto aos brasileiros, como justo reflexo do desempenho da gestão pública nesses três anos em que tive o privilégio de compor seu Ministério.
Sem mais para o momento, aproveito a oportunidade para reiterar minha mais alta estima e consideração.

Respeitosamente,

Helena Chagas