quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Corrupção!!! Quando presidia o Senado, Renan discutiu com JBS nomeação em ministério da Agricultura do governo corrupto de Dilma

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam que, como presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) procurou o empresário Joesley Batista para discutir uma nomeação para o Ministério da Agricultura, pasta de alto interesse para os negócios da JBS.
As ligações, às quais a Folha teve acesso, mostram pela primeira vez a voz do senador em conversas com a cúpula do conglomerado de alimentação, indicando uma relação de intimidade entre Renan e os dirigentes da gigante das carnes.
Os áudios são de 2014. Em 2017, Joesley, seu irmão, Wesley, e outros cinco executivos afirmaram ter pagado milhões a deputados e senadores em eleições em troca de vantagens para a empresa.
Renan, que pretende disputar a presidência do Senado em eleição nesta sexta-feira (1º), está entre os delatados. 
Segundo os colaboradores, ele recebeu R$ 9,9 milhões de caixa 2, dinheiro eleitoral não declarado à Justiça Eleitoral.
Folha teve acesso a 18 áudios. O alvo da interceptação era Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da JBS e quem fazia a intermediação da empresa com o Congresso.
Em um dos telefonemas, Renan e Joesley comemoram juntos a vitória de Dilma Rousseff (PT) na eleição de 2014 momentos após a divulgação do resultado oficial.
A vitória apertada da petista sobre Aécio Neves, candidato do PSDB no segundo turno, foi noticiada após as 20h do dia 26 de outubro de 2014 (na Folha, às 20h07). A ligação entre o senador e o empresário foi feita às 20h08m38s. 
O emedebista é quem dá “parabéns” primeiro a Joesley, que retribui. "Como dizem, foi sofrido mas valeu", diz Renan. “Foi sofrido, mas ganhamos, hein, presidente?”, completa Joesley, entre “parabéns”, de um a outro.
No mesmo telefonema, Joesley e Renan ficam de se encontrar para “pensar os próximos passos”. Dois dias depois, um jantar foi marcado na casa de Renan e realizado uma semana depois, em 5 de novembro. 
Em outro episódio, no dia 12 de dezembro de 2014, o então presidente do Senado procura Joesley, em meio a um debate sobre quem seria o titular da Agricultura no novo governo Dilma.
A petista já tinha escolhido Kátia Abreu, que não era o nome preferido do empresário. Em uma ligação na noite daquele dia, Renan pede a Saud um encontro com Joesley. 
"Deixa eu te dizer uma coisa, era importante a gente bater um papo com o Joesley", diz o senador. "Para a gente conversar um pouco sobre essa questão aí da Agricultura", reforça Renan.
Minutos depois, Saud retorna para confirmar a reunião e o senador então afirma: “Tem um cenário que estou construindo, de levar o Vinicius [Lages], que é ministro do Turismo, para ser o secretário executivo [do Ministério da Agricultura]. Então, acho que era importante a gente conversar um pouco sobre algumas estratégias”. 
Vinicius Lage foi chefe de gabinete de Renan e indicado por ele para ser ministro do Turismo no primeiro governo Dilma. Ele acabou sendo confirmado para continuar na mesma função no segundo governo da petista.
Ao final da conversa gravada pela PF, um jantar fica marcado para a segunda-feira seguinte, em Brasília, e Saud ainda acrescenta ao senador: "Eu levo o vinho". 
No mesmo diálogo, Renan lembra que haveria, dias depois, uma posse na CNA (Confederação Nacional da Agricultura). No dia 16 de dezembro, quatro dias após a conversa entre o senador e Saud, Kátia Abreu tomou posse como presidente da entidade.
O senador foi delatado pela JBS sob acusação de caixa 2 de R$ 9 milhões em 2014. Os delatores afirmaram ainda ao Ministério Público que houve pagamento de R$ 46 milhões a senadores do MDB a pedido do PT.
Hoje ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rego, aliado de Renan, aparece em ligações com relação bastante próxima também de Saud, por quem é chamado de Vitalzinho.
Saud fala sobre a relação com Renan Calheiros e como as coisas estão andando em outras ligações. De maneira cifrada, por exemplo, ele confirma com Joesley o primeiro jantar após a eleição de Dilma. 
Saud pergunta se Joesley entendeu os “valores” que ele havia mandado. O empresário primeiro fica mudo, e depois responde: “é 500 com 1 e 500” e “entendi, mas não entendi”, cortando a conversa para se encontrarem possivelmente pessoalmente.
Logo após esse jantar com Renan, Saud faz uma ligação para uma pessoa não identificada e fala sobre negócios e indicações.
Eles conversam por cerca de quatro minutos. O homem diz que “as coisas andaram bem, Renanzinho está satisfeito com o modelo” e que “ele está satisfeito com o negócio, da forma que vai andar”. Ele pergunta: “O jantar com J foi bem, né?”. Saud responde: “[Foi] excelente, falou desse negócio, abriu mais umas perspectivas boas para você”. 
Procurado pela Folha, Renan Calheiros não se manifestou até a conclusão desta reportagem.
Procurada pela Folha, a defesa de Joesley e Saud afirmou, por meio da assessoria, que "os assuntos referentes às doações eleitorais ou qualquer ato ilícito foram exaustivamente tratados e esclarecidos em acordo de colaboração firmado em 2017".
"Na medida em que investigações avançam, comprova-se a efetividade desse acordo de colaboração. Vale pontuar ainda que nunca houve interferência do senador Renan Calheiros em favor da empresa junto ao Ministério da Agricultura, mas sim do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), conforme descrito em anexo", disse.

OS ÁUDIOS DE RENAN CALHEIROS

  • Interceptações da Polícia Federal de 2014 revelam intimidade entre Renan Calheiros e Joesley Batista, dono da JBS                                       
  • O alvo da PF era Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais da JBS                              
  • Joesley, Saud e mais cinco executivos se tornaram delatores em 2017                      
  • Eles afirmaram ter feito pagamentos de mais de R$ 40 milhões para o MDB do Senado a pedido do PT                        
  • Renan é acusado de ter recebido em seu nome R$ 9,9 milhões
26/10/14
Dilma Rousseff (PT) é reeleita presidente da República, vencendo Aécio Neves (PSDB) na disputa mais acirrada da história                            
Assim que saiu o resultado, o empresáreio Joesley Batista e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) comemoram no telefone
29/10/14
Ricardo Saud marca com Vital do Rêgo (MDB-PB) jantar com Joesley e Renan
4/11/14
Renan e Saud se falam para confirmar o jantar
Joesley e Saud se falam de forma cifrada por telefone, sobre o jantar e sobre "valores"
5/11/14
Renan liga para Saud para avisar que vai atrasar um pouco para o jantar
7/11/14
Saud fala com uma pessoa não identificada sobre negócios e cita Renan e seu filho, Renan Filho, atual governador de Alagoas
2/12/14
Indicada por Dilma para o ministério da Agricultura, Kátia Abreu sofre resistência de Joesley Batista
9/12/14
Renan liga para Saud cobrando a presença dele              
12/12/14
Conversa em ligação interceptada mostra Renan marcando reunião com Joesley e sugere tratativas para indicação de secretário

Camila Mattoso, Folha de São Paulo

Ibovespa fecha em alta de 0,41% no dia e de 10,82% em janeiro

O otimismo com a melhora do panorama do País que dominou os investidores no mercado acionário local em janeiro se sustentou até a última sessão de negócios do mês, nesta quinta-feira, 31. Foi componente essencial para que o Ibovespa renovasse topos históricos no período e encerrasse o pregão desta quinta-feira, aos 97.393,74 pontos, em alta de 0,41%, que contribuiu para uma rentabilidade mensal de 10,82% – um pouco abaixo dos 11,14% registrados ano passado.
Durante o dia, a bolsa alcançou nova máxima histórica, aos 98.405 pontos embalada pela alta significativa das ações do Bradesco (em torno de 7%), que divulgou resultado considerado muito positivo nesta quinta e que levaram para cima os papéis de todas as blue chips do bloco financeiro. No entanto, mais perto do final da sessão, o ritmo de alta foi impactado por um novo recuo dos papéis ordinários da Vale – que ainda sofrem com as dúvidas em relação ao que há de vir em decorrência da tragédia que assolou o município de Brumadinho (MG), com o rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro.
Entre as blue chips, Bradesco PN fechou em alta de 5,65%, Banco do Brasil ON, 2,53%, Itaú Unibanco PN, 1,73% e as units do Santander, 0,15%. Vale ON recuou 2,36% e Petrobras PN cedeu 0,16%.
De maneira geral, a avaliação de analistas é que o movimento altista das ações reflete o posicionamento bastante positivo dos investidores com relação ao contexto econômico do país. Os dados de crédito – tanto do Banco Central na quarta quanto os colhidos no próprio resultado do Bradesco – apontam para uma predisposição de pessoas físicas e jurídicas ao consumo.
Animam também os agentes as perspectivas de saneamento das contas públicas com indicativos de que o governo está empenhado na aprovação de uma reforma da Previdência mais abrangente. Autoridades já deram indicativos de que as propostas para civis e militares vão ser apresentadas conjuntamente ao Congresso Nacional ainda em fevereiro.
Nesta sexta, 1, primeiro dia da nova legislatura, haverá a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Isso é relevante no sentido de dar indicativos sobre como será a tramitação das reformas, inclusive da Previdência.
Os mercados ainda repercutiram o fato de o Federal Reserve (Fed) dar indicativos de que será mais parcimonioso com relação a sua política monetária. No entanto, ainda pairam no ar os temores em torno da proporção que tomará a desaceleração global e a guerra comercial com a China.
Com Estadão Conteúdo

Damares: "Estou mexendo em certas caixinhas no Ministério. E isso faz surgir inimigos"

Damares: “Estou mexendo em certas caixinhas no Ministério. E isso faz surgir inimigos”
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves - AFP/Arquivos
Em conversa por telefone com ISTOÉ, a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse estar sendo vítima de uma ação que tenta desmoralizar sua atuação por interesses políticos. “Querem me atacar não por minha condição religiosa, mas por questões ideológicas”, disse ela. Segundo a ministra, há questões que hoje estão sob sua atribuição em que eventuais mudanças poderão contrariar grupos que ao longo dos anos têm se beneficiado. É o caso das indenizações de pessoas que alegam ter sofrido perseguição e prejuízos na ditadura militar. “Estou mexendo em certas caixinhas aqui no Ministério. E isso evidentemente faz com que surjam inimigos”, comenta.
Declarações ditas anteriormente à sua nomeação como ministra, em cultos religiosos, têm sido, segundo ela, retiradas de contexto. “Há uma tentativa de me folclorizar. Estão criando a imagem da ministra maluca que não condiz com a realidade”, reclama. “Isso já não afeta mais somente a mim. Estão mexendo com a imagem do ministério”, protesta. Segundo ela, uma pessoa, a partir da campanha que está sofrendo, pode se sentir desestimulada a, por exemplo, fazer uma denúncia de violência contra mulher por considerar que o ministério não é sério. “Isso é grave e pode ter graves consequências”. A ministra sente que, nesse processo, envolvam a indígena Kayutiti Lulu Kamayurá para atingi-la.
No episódio do convívio com a Kayutiti Lulu Kamayurá, Damares contesta a versão que foi dada pela avó da moça, que hoje tem vinte anos. Segundo a avó, Damares teria levado Lulu da aldeia aos seis anos para fazer um tratamento dentário e, depois, não mais a devolveu. Na verdade, quem foi à aldeia, para participar de um Kuarup, festa típica dos índios da região do Xingu, foi Márcia Suzuki, uma das fundadoras, junto com Damares, da ONG Atini – Voz pela Vida, que atua contra práticas de infanticídio que existem em algumas culturas indígenas. Apesar do sobrenome oriental, Márcia é negra. Ela é casada com um homem de origem nipônica e hoje vive nos Estados Unidos.
Segundo Márcia, Lulu é filha de uma mãe solteira. E, por essa razão, era desprezada por familiares na tribo. Quando bebê, teria havido, segundo relatos de pessoas da aldeia, uma tentativa de enterrá-la viva. Lula teria sido, então, salva por uma enfermeira que a levou da aldeia em que vivia para outra, onde Márcia a encontrou. Quando a enfermeira a levou, tinha um ou dois anos de vida. Passou a ser criada por uma tia que, no entanto, a tratava de maneira diferente das demais crianças. Também nessa aldeia, a trinta quilômetros de distância da outra, vivia a avó de Lulu, Tanumakaru. Márcia afirma ter encontrado a menina desnutrida e com sérios problemas dentários. “A gente estava lá e viu a Lulu daquele jeito. Suja, maltratada. As outras meninas arrumadas e ela maltrapilha”. Márcia diz que, com o consentimento da família, a menina foi tratar-se em Brasília.

Durante um tempo, Lulu morou em uma casa da ONG, com outras crianças que faziam tratamento em Brasília. Foi lá que Damares a conheceu. E acabou estabelecendo com ela uma relação de afeto. Segundo Márcia, a família da menina concordou que ela ficasse na cidade para concluir seus estudos.
Aos 15 anos, Lulu voltou à aldeia. Foi recebida pelos parentes. Chegou a participar de rituais de iniciação na aldeia. Mas não quis voltar a viver lá. Voltou para Brasília e para a casa de Damares. A ministra reconhece que não houve processo formal de adoção, porque Lulu não deixou de ter vínculos com seus parentes na aldeia. Havia, segundo ela, consentimento para a sua permanência em Brasília.
Em entrevista ao site UOL, Kayutiti Lulu Kamayurá confirmou que deixou a aldeia, com autorização de seus parentes, para fazer tratamento dentário. E que conheceu Damares na ONG. Damares teria, segundo conta, se apaixonado por ela. “Foi amor à primeira vista. Ela se apaixonou por mim, e depois eu por ela”, diz Kayutiti. Ela atualmente está em Santa Catarina, trabalhando numa ação missionária.
ISTOÉ falou também com Leandro Kamayurá, que é filho da indígena que criava Kayutiti e se considera seu irmão. “Márcia acolheu a menina, que estava fraca, desnutrida”, diz ele, que vive no Gama, cidade do Distrito Federal. “Lulu foi autorizada por meus pais a sair da aldeia para fazer seus estudos. E ela nunca reclamou de ter saído de lá”, diz ele. “Ela vivia sempre no canto.Está mais feliz agora”, conclui. (Colaborou Wilson Lima)

Amazon lucra US$ 10 bi em 2018, em alta de 237%

Amazon faturou US$ 232,9 bilhões em 2018

A varejista americana Amazon teve lucro recorde em 2018: ao longo do ano passado, a empresa ganhou US$ 10,1 bilhões, em alta de 237% na comparação com 2017. Já o faturamento da companhia, fundada por Jeff Bezos, ficou em US$ 232,9 bilhões no ano passado, um crescimento de 31% em relação à temporada anterior. Os números fazem parte do relatório financeiro divulgado pela empresa nesta quinta-feira, 31. 
Os resultados vieram acima do esperado pelo mercado financeiro, mas ainda assim o desempenho não animou os investidores. Após o fechamento do mercado da bolsa de valores Nasdaq, as ações da empresa eram negociadas com queda de 1%, em cerca de US$ 1700. Ainda assim, a Amazon segue avaliada em torno de US$ 840 bilhões, sendo a empresa mais valiosa do mundo – em segundo lugar, está a Microsoft, em US$ 800 bi. 
Há dois motivos que explicam o pessimismo do mercado: as previsões tímidas que a empresa fez de receita para o próximo trimestre, entre janeiro e março de 2019, bem como a desaceleração de seu crescimento nos Estados Unidos. No último trimestre de 2018, as vendas da varejista em seu país subiram 18% na comparação com o mesmo período do ano anterior; em 2017, a aceleração havia sido de 42%. 
Por outro lado, as atividades da Amazon nos EUA deram à empresa lucro de US$ 7,3 bilhões ao longo do ano passado. Desempenho semelhante foi registrado pela Amazon Web Services (AWS), divisão de computação em nuvem da companhia – as margens operacionais da AWS, porém, são de cerca de 29%, contra apenas 5% do varejo. 
Alexa. No comunicado aos acionistas da empresa, o presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos, destacou ainda o progresso da assistente digital da empresa, Alexa, ao longo do ano passado. Segundo ele, o sistema de inteligência artificial agora possui 80 mil habilidades e já está presente em 150 dispositivos diferentes, incluindo caixas de som conectadas, televisões e smartphones. Além disso, a plataforma da empresa é compatível com cerca de 28 mil dispositivos para a casa conectada, como lâmpadas, termostatos e geladeiras. 
Outro assunto que mereceu destaque nos resultados da empresa foi a Amazon Brasil – na semana passada, a loja brasileira da Amazon passou a vender itens diretamente aos consumidores em 12 novas categorias, como eletrônicos, eletrodomésticos e decoração. 

Por Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo