quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Os Pingos Nos Is - 31/12/20

Cresce avaliação negativa sobre o STF. Só 16% dos brasileiros ainda acham que Lewandowski, Toffoli, Gilmar, Alexandre e cia. fazem alguma coisa decente

 

Segundo a pesquisa, a avaliação negativa dos brasileiros quanto ao STF, que classificaram seu trabalho como ‘ruim/péssimo’, cresceu para 35%, em dezembro, contra os 29% de outubro. Um aumento considerável.

A avaliação dos trabalhos da Corte como ‘regular’ baixou de 48% para 44%.

Já a porcentagem de avaliações como ‘ótimo/bom’, baixou de 20% para 16%.

Os dados foram coletados entre 21 a 23 dezembro de 2020, por meio de ligações para celulares e telefones fixos.

2.500 entrevistas foram ouvidas em 470 municípios, nas 27 unidades da Federação.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Confira:


Jornal da Cidade

Ipea projeta 4,3% de queda no PIB em 2020. Para o ano que vem, a projeção de crescimento subiu de 3,6% para 4%.

 



Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisaram a previsão de queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, feita em setembro, para 4,3% neste ano. Na análise consolidada trimestral da conjuntura econômica nacional, o instituto observou que os níveis de desempenho da indústria e do comércio se encontram acima do período pré-pandemia. Para o ano que vem, a projeção de crescimento subiu de 3,6% para 4%.

Mesmo com a melhora na expectativa de queda do PIB, o Ipea alerta que a evolução da curva de casos de Covid-19 pode ser um obstáculo para a continuidade do processo de retomada econômica.  O aumento recente dos casos e óbitos ocorreu na maior parte das regiões, mas afetou de forma intensa as regiões Sul e Sudeste. No caso específico do Sul brasileiro, os números de diagnósticos e morte por 100 mil habitantes atingiram em dezembro os maiores valores desde o início da crise sanitária.

Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, a pandemia é o principal fator de risco para as projeções macroeconômicas do País. “Especialmente em nível de atividade, os principiais riscos estão relacionados, primeiramente, à dinâmica epidemiológica da Covid-19, como também do ritmo e eficácia das políticas de vacinação em massa, e a política de consolidação fiscal. Temos desajuste fiscal que tem que ser tratado por meio de reformas. Essas reformas são essenciais para a retomada não só do ano de 2020, como dos anos subsequentes”, diz.

O Ipea também revisou a taxa de inflação de 3,5% para 4,4% em 2020. A expectativa é de que os preços dos serviços encerrem este ano com uma variação positiva de 2%. Já os preços monitorados devem apresentar alta de 2,5%, e os bens livres (exceto alimentos) de 2,6%. Em relação ao ano que se inicia, a projeção de inflação passou de 3,3% para 3,4%.

Desafios para 2021

Segundo os pesquisadores, o desequilíbrio fiscal continua sendo um grande desafio para a economia brasileira. Com o aumento de gastos para reduzir os efeitos da pandemia de Covid-19, o déficit primário deve ser da ordem de 12% do PIB em 2020, levando a dívida pública para mais de 90% do PIB. Entre março e dezembro, o Executivo autorizou R$ 508 milhões para ações de enfrentamento à pandemia. Desse total, R$ 328,7 bilhões foram destinados a investimentos em assistência social.

Na avaliação do economista e professor de Finanças do Ibmec do Distrito Federal, William Baghdassarian, o cenário econômico do Brasil em 2021 será de dificuldade. “No meu entendimento, haverá volta da inflação, a gente não consegue manter os juros baixos, o câmbio deve ficar pressionado. Crescimento baixo, ano que vem deve ser algo como 2%”, destaca.

Para Baghdassarian, a reversão do atual quadro macroeconômico brasileiro passa pela aprovação de reformas estruturantes no Congresso Nacional. “Para mudar isso, o Congresso precisaria aprovar uma série de reformas, que parecem não entrar no radar. Pelo contrário, vemos muito projeto sem muita importância e reformas como a administrativa e tributária, além do pacto federativo, acabam não sendo pautadas”, completa.

Fonte: Brasil 61

Sucesso no Campo

De Marielle ao fact-checking: a rede financeira de George Soros

Bilionário está por trás dos dois

ramos principais do fact-checking

brasileiro e financia a rede de

fontes primárias do jornalismo

nacional.


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George Soros


Em maio de 2018, mesmo mês em que o editor da Piauí revelava em seu podcast a estratégia de “fingir fazer jornalismo” para derrubar Bolsonaro, a Agência Pública, histórica agência ligada à Open Society, publicou um texto em que tentava esclarecer as supostas notícias falsas a respeito da agência. 

No texto, em apenas um parágrafo a agência menciona a parceria com o bilionário George Soros. 

Após esclarecer o boato de que o blogueiro Leonardo Sakamoto seria “dono da Agência Pública”, sendo ele na verdade apenas membro consultivo até 2017, a agência parte para “checar” o fato de a Pública ser “financiada por George Soros”.

A Agência Pública tem dois tipos de financiadores: fundações e público leitor, através de crowdfunding ou doações diretas. 

As fundações parceiras estão claramente identificadas em nosso site. 

A Open Society Foundation, fundada por George Soros, é uma dessas parceiras.

Cristian Derosa, estudosnacionais.com

Para calar a torcida do “quanto pior, melhor”, Fiocruz pede na semana que vem o uso emergencial da vacina de Oxford contra o vírus chinês

 

O imunizante que foi aprovado pelo Reino Unido é a aposta mais certa do Governo Bolsonaro.

“Na próxima semana, esperamos entrar com essa autorização para uso emergencial, que não é o registro”, explicou a presidente da Fundação, Nísia Trindade, em entrevista à CNN Brasil.

Em reunião com a AstraZeneca, a Anvisa foi informada, nesta quarta-feira (30), que a instituição faria o pedido de uso emergencial do fármaco contra o vírus chinês. Ela tem 10 dias para liberar ou vetar o imunizante.

Em entrevista ao jornal britânico, “The Sunday Times”, o CEO da empresa farmacêutica, Pascal Soriot, afirmou que a vacina tem 100% de eficácia na prevenção de casos graves provocados pelo vírus chinês. Entre os imunizantes já aprovados para uso na população, ela é a mais eficiente. Pfizer/BioNTech fica em segundo lugar com 95%, Moderna em terceiro, com 94% e a russa, a Sputnik V tem 91,4%.

O Brasil foi um dos países que participou da fase de testes do imunizante da universidade britânica e possui um protocolo de transferência de tecnologia que permite produzir, nacionalmente, a vacina.

O Reino Unido já encomendou 100 milhões de doses dela, o suficiente para vacinar 50 milhões de pessoas.

A aprovação, pelo órgão regulador dos medicamentos, significa dizer que, de fato, a vacina é, oficialmente, segura e eficaz.

Jornal da Cidade

Vírus chinês barra comemorações do Ano-Novo, de Sydney a Nova York

 SYDNEY (AUSTRÁLIA)

Fogos de artifício dourados e azuis dispararam no céu acima da Sydney Opera House, na Austrália, como costuma acontecer todo Ano-Novo —mas, desta vez, o cenário quase não tinha espectadores.

Na Austrália, onde os fogos de artifício costumam servir como a primeira grande exibição visual do Réveillon no mundo, as reuniões foram proibidas, e as fronteiras internas, fechadas devido ao vírus chinês.

Nesta quinta-feira (31), o mundo se despede de 2020 marcado pela pandemia do vírus chinês, que vai forçar bilhões de pessoas, de Sydney a Roma, a celebrarem a passagem para 2021 em casa.

Os arredores da Sydney Opera House, onde acontece tradicional show de Ano-Novo
Os arredores da Sydney Opera House, onde acontece tradicional show de Ano-Novo 
David Gray/AFP

Com o vírus chinês, pessoas assistirão a fogos de artifício pela televisão ou pela tela do computador.

Também tradicional, a contagem regressiva da véspera de Ano-Novo vai acontecer na Broadway, em Nova York, nos EUA. Mas, desta vez, em vez da multidão de centenas de milhares de pessoas, o público será um grupo pré-selecionado de enfermeiras, médicos e outros funcionários que ajudaram no combate ao vírus chinês, com suas famílias mantidas a dois metros de distância.

Já os moradores de Roma, capital da Itália, vão assistir, da sala de casa, às festas no Circus Maximus, o estádio mais antigo da cidade. No programa, estão previstas duas horas de shows e a iluminação dos lugares mais emblemáticos da cidade.

No Reino Unido, em Londres, a cantora norte-americana Patti Smith fará um show em homenagem aos cuidadores do NHS, o sistema público de saúde nacional, que morreram em face do vírus chinês. Será transmitido ao vivo na tela de Piccadilly Circus e pelo YouTube.

Em alguns países, porém, as festividades foram canceladas, como em Pequim, na China, e pontos turísticos foram cercados por barreiras, como a Praça Vermelha, em Moscou, na Rússia, e a Puerta del Sol em, Madrid, na Espanha.

Com mais de 1,7 milhões de pessoas mortas e 82 milhões infectadas ao redor do mundo, 2020 termina como um marco na história mundial.

Em seu discurso de Ano-Novo, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou: “Acho que não estou exagerando quando digo: nunca, nos últimos 15 anos, deparamo-nos com um ano tão duro. E nunca, mesmo com todas as preocupações e ceticismo, aguardamos o Ano-Novo com tanta esperança”.

A Alemanha proibiu a venda de fogos de artifício para desencorajar as multidões.

Barreiras colocadas em uma rua vazia antes da celebração do Ano-Novo na Times Square, em Nova York
Barreiras colocadas na Times Square, em Nova York - Kena Betancur/AFP

Com agências

Bolsa de valores fecha ano acima da expectativa e com recorde de estreias

 B3, a bolsa de valores do Brasil, recupera perdas do início da pandemia e encerra 2020 com seu principal índice próximo dos 120 mil pontos

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Foto: Divulgação

A Bolsa de Valores do Brasil superou os resultados negativos registrados no início da pandemia da covid-19 no país e chegou ao fim do ano superando expectativas. Apesar da queda no último pregão de 2020, o Ibovespa, principal índice da B3, chegará ao ano novo perto dos 120 mil pontos e próximo de superar seu recorde histórico.

No começo do ano, o Ibovespa apresentou bons números. Nesse sentido, alcançou no dia 23 de janeiro o que até hoje é a maior pontuação de fechamento ao longo de sua história: 119.527 pontos. Patamar que chegou perto de ser superado nesta última semana de 2020. Afinal, na manhã de quarta-feira, 30, o índice alcançou 120.149 pontos, mas recuou ao longo do dia e fechou o ano em 119.017.

Abaixo dos 120 mil pontos, mas acima de expectativas definidas ao decorrer dos últimos meses por especialistas do mercado financeiro. Com consecutivas quedas no início do estado de calamidade pública no Brasil, a bolsa de valores chegou a operar aquém dos 100 mil pontos. Diante dos primeiros sinais de recuperação, a consultoria XP projetou que o Ibovespa chegaria ao fim de 2020 na casa dos 115 mil pontos.

Recorde de IPOs

Se o recorde na pontuação do Ibovespa passou perto de ocorrer no fim de 2020, ele se concretizou no quesito de empresas estreantes no mercado de ações do país. Foram 30 IPOs (sigla em inglês para se referir a oferta inicial de ações) até a primeira quinzena de novembro, conforme listado pela própria B3. Juntas, tais operações levantaram mais de R$ 30 bilhões. Em 2019, por exemplo, foram somente cinco IPOs, com captação inferior a R$ 10 bilhões no total. Dessa forma, 2020 foi de recorde — positivo — para a bolsa de valores do Brasil.

Leia também: “2021: reformar ou quebrar”, artigo do economista Ubiratan Jorge Iorio publicado na Edição 40 da Revista Oeste

, Revista Oeste

Jorge Oliveira é nomeado ministro do TCU por Bolsonaro

 Ele deixa a Secretaria-Geral

Assume vaga de José Múcio

Pedro Marques assume interinamente lugar de Oliveira

Jorge Oliveira poderá ficar no TCU até 2049Fabio Rodrigues/Agência Brasil - 12.set.2019


O governo publicou na manhã desta 5ª feira (31.dez.2020) no DOU (Diário Oficial da União) a exoneração do ministro Jorge Oliveira da Secretaria-Geral da Presidência e a sua nomeação para o TCU (Tribunal de Contas da União). Ele ocupa a vaga deixada por José Múcio Monteiro, que se aposentou neste mês.

A aposentadoria  também foi publicada no DOU. José Múcio antecipou em 2 anos e 9 meses o prazo de aposentadoria compulsória de ministros dos tribunais, que acontece aos 75 anos. Ex-presidente do TCU, Múcio deu uma entrevista ao Poder360 no início deste mês, ao deixar o tribunal. Leia aqui.

Oliveira foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início de outubro. Em 20 de outubro, teve seu nome aprovado após sabatina no Senado. Agora oficializado como ministro do TCU, poderá ficar no cargo até 2049.

O tribunal é composto por 9 ministros e como uma das suas principais atribuições está a fiscalização dos gastos públicos. Também é responsável por auxiliar o Congresso Nacional a julgar as contas do presidente da República. O TCU dá seu parecer, mas a decisão final de aprovar ou reprovar é de deputados e senadores.

QUEM É JORGE OLIVEIRA

Jorge Antonio de Oliveira Francisco é um dos ministros mais próximos de Jair Bolsonaro. Está no governo desde o início, em 2019. Começou como subchefe de Assuntos Jurídicos, cargo importante no Palácio do Planalto. Tornou-se ministro da Secretaria Geral em junho do ano passado.

Oliveira nasceu em nasceu em 15 de novembro 1974, no Rio de Janeiro. Estudou no Colégio Militar de Brasília e se formou em Direito em 2006 pelo Iesb, uma instituição de ensino de Brasília. Também tem pós-graduação nas áreas de Direito Público e Ciências Policiais. Foi policial militar do Distrito Federal. Na corporação, chegou a major. Está na reserva desde 2013, mas se afastou do trabalho na PM antes disso.

SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA

Jorge Oliveira é o 3ª ministro a deixar o ministério desde o início do governo Bolsonaro. Antes dele, já passaram pela função Gustavo Bebianno e Floriano Peixoto. O presidente Jair Bolsonaro nomeou interinamente Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques como novo ministro da pasta em edição extra do DOU desta 5ªfeira (31.dez.2020). Até então, Marques ocupava o cargo de Subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência.

Entre as funções da Secretaria-Geral, estão as ações de modernização do Estado, execução das atividades do dia a dia da presidência e o papel de cuidar da legalidade dos atos do presidente.

Poder360

Durante o recesso, Maia e Alcolumbre continuam usando jatos da FAB. Segue a farra com a grana do povo

 Os dois parlamentares deixam as presidências do legislativo em 1º de fevereiro e, portanto, perdem o privilégio na mesma data

cármen lúcia - stf - rodrigo maia e davi alcolumbre - reeleição

Da esquerda para a direita, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos deputados e Davi Alcolumbre, presidente do Senado | Foto: Reprodução/Setcesp

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), continuam se deslocando com os jatos da Força Aérea Brasileira mesmo durante o recesso parlamentar que começou em 22 de dezembro. Segundo O Antagonista, em menos de 10 dias, os dois políticos já fizeram oito viagens nas aeronaves oficiais — seis de Maia e, duas, de Alcolumbre. Os parlamentares deixam as presidências do legislativo em 1º de fevereiro e, portanto, perdem o privilégio na mesma data.

Maia transitou entre quatro capitais (Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) buscando apoio para a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) ao posto de presidente da Casa. Em uma de suas viagens, Alcolumbre levou o senador Rodrigo Pacheco (DEM), candidato que ele apoia para substituí-lo, para um almoço no Palácio da Alvorada com Jair Bolsonaro.

, Revista Oeste

Novo salário mínimo, reajustado para R$ 1.100,00, é publicado no Diário Oficial da União

 


Novo salário mínimo entra em vigor a partir desta sexta-feira (1)| 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil



Foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 31, a medida provisória que fixa em R$ 1.100 o novo valor do salário mínimo. Anunciada na véspera pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, a medida tem vigência imediata, mas terá que ser aprovada pela Câmara e pelo Senado e depois convertida em lei.

Para o cálculo do reajuste, o Ministério da Economia considerou que o INPC, índice de inflação que serve de referência para o piso nacional, terminará o ano com alta de 5,22%. Com isso, o piso atual, de R$ 1.045, passaria a R$ 1.099,55, mas acabou arredondado para R$ 1.100. O valor é um pouco superior aos R$ 1.088 previstos pela equipe econômica em proposta de alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 

Para quem trabalha por dia, o valor mínimo a ser pago passa a ser de R$ 36,67, e para quem atua por hora, de R$ 5,00. Estados podem fixar mínimos mais elevados localmente e pisos específicos para algumas categorias.


Gazeta do Povo

Briga no STF por reeleição no Congresso ameaça impor derrotas à Lava Jato. Saiba por quê

 


STF, disputa interna por causa do Congresso pode ter efeitos para a Lava Jato

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil


A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado abriu uma crise dentro da Corte que pode acabar tendo como consequência novas derrotas da Lava Jato em 2021. O julgamento da reeleição no Congresso afastou ainda mais as alas "garantista" e "lavajatista" do STF, acirrando uma disputa interna que se desenrola há anos.


Desde 2015, quando os casos da Lava Jato começaram a chegar ao STF, o tribunal só julgou cinco processos envolvendo políticos. A Corte tem pela frente, além de outras ações penais para julgar, a análise de recursos contra condenações em primeira instância da Lava Jato (como o caso do ex-presidente Lula) e de temas que interessam à operação.


Após sofrer derrotas em série na gestão do ministro Dias Toffoli no comando do STF, a Lava Jato pareceu ganhar um respiro com a posse do novo presidente do tribunal, Luiz Fux. Uma das primeiras medidas que Fux conseguiu implementar foi uma mudança regimental para levar de volta ao plenário o julgamento de políticos, que vinha acontecendo na Segunda Turma e trazendo derrotas sucessivas à operação.


Mesmo assim, a Lava Jato em Curitiba evitou comemorar a mudança. Apesar de parecer positiva em um primeiro momento, a decisão, na avaliação de integrantes do grupo, engessa a ação penal e permite pedidos de vistas intermináveis, sem prazo para retorno do julgamento.


No final de novembro, Fux afirmou que o Supremo não permitirá a "desconstrução da força-tarefa Lava Jato". 


"O Supremo Tribunal Federal não permitirá que haja a desconstrução da operação Lava Jato. Todas as ações penais e todos os inquéritos, o primeiro ato praticado por mim, não quero nenhum louvor, estou apenas dando esse esclarecimento, todas as ações penais e todos os inquéritos passarão pela responsabilidade do plenário, porque o STF tem o dever de restaurar a imagem do país a um patamar de dignidade da cidadania, de ética e de moralidade do próprio país", afirmou Fux.


Fux é aliado da Lava Jato e o suporte dele à operação ficou explícito em todos os julgamentos de que participou. Integrante da chamada ala lavajatista no Supremo, Fux ressaltou a assessores que gostaria de ver um fortalecimento da operação nos próximos anos. Entretanto, os rumos da Lava Jato no STF não dependem exclusivamente do próximo presidente da Suprema Corte.


Crise no STF pode afetar Lava Jato

Apesar de ter o presidente do STF como aliado, a crise causada pelo julgamento sobre reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado pode impactar a Lava Jato. A avaliação da ala garantista da Corte – formada por Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques – é de Fux os deixou expostos à opinião pública quando votou contra a reeleição para o comando do Congresso, definindo o julgamento.


A ala garantista tinha convicção de que venceria o caso. Mas acabou não obtendo a vitória no julgamento e ainda foi amplamente criticada por ter votado pela constitucionalidade de uma reeleição que é expressamente proibida pela Constituição.


Com a derrota, a partir de agora, a ala garantista não descarta tentar impor derrotas a Fux para minar o poder do presidente do STF dentro do tribunal. Um integrante da ala garantista foi além e disse, resignado: “Não vejo futuro para a gestão Fux a partir de agora. Já que ele consultou a internet [opinião pública] para votar, que conte com a internet para resolver os problemas do STF”.


Um primeiro sinal de que os garantistas já trabalham para enfraquecer Fux foi a decisão de alguns ministros de não entrarem no recesso judiciário que começou no dia 20. Normalmente, durante as férias do STF, todos os casos urgentes são julgados individualmente pelo presidente do Supremo, que fica como "plantonista" da Corte. Sem entrarem em recesso, esses ministros evitam que casos dos quais eles são responsáveis possam ter alguma decisão liminar de Fux.


Outras táticas estão sendo estudadas para travar a gestão Fux. Uma delas é a interposição de pedidos de vista em julgamentos considerados importantes para o presidente do STF – como os relacionados à possibilidade de prisão em segunda instância, que Fux quer pautar em 2021 e que interessa à Lava Jato. Dessa forma, o plenário do STF manteria uma pauta sem maiores destaques, o que diminuiria o poder de fogo de Fux.


Temas de interesse da Lava Jato no STF

Um dos temas que pode ser alvo de análise no Supremo é o juiz de garantias, medida que foi barrada pelo próprio Fux e que tem, entre seus críticos, vários integrantes e ex-integrantes da Lava Jato. O presidente da Corte não é um entusiasta da ideia e acredita que, em plenário, ela possa ser derrubada. Criado pelo Congresso, o juiz de garantias dividiria com outro magistrado os processos decorrentes de investigações criminais. Um deles conduziria a investigação; o outro seria responsável pelo julgamento em si.


Outros temas de interesse da Lava Jato é a rediscussão sobre a extensão do foro privilegiado, que deve ser julgada em 2021. O processo em questão trata sobre o caso da rachadinha envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Fux também sinalizou que pode recolocar em julgamento outro assunto que interessa ao combate à corrupção e ao crime comum: a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância – que foi barrada pelo STF em 2019.


Entre os julgamentos diretamente relacionados à Lava Jato, o plenário do STF também vai julgar um habeas corpus de Lula que busca anular condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP). O caso foi remetido ao plenário em novembro pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo. E precisa ser pautado por Fux.


A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede que o juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba seja considerado incompetente para julgar o caso do tríplex. No HC, impetrado contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que negou pedido no mesmo sentido, a defesa também pede a nulidade de todos os atos decisórios praticados nos autos da ação penal em que Lula foi condenado a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão e 50 dias-multa pela prática dos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.


Segunda Turma e os desafios da Lava Jato

Na Segunda Turma do STF, colegiado responsável por julgar recursos da Lava Jato no Supremo, a operação também pode enfrentar dificuldades. Com a aposentadoria em 2020 de Celso de Mello e a chegada de Nunes Marques para a composição da turma, a correlação de forças mudou.


Celso de Mello geralmente figurava como fiel da balança nos julgamentos relacionados à operação, ora votando a favor e ora votando contra as teses da Lava Jato. Enquanto isso, Edson Fachin (relator) e Cármen Lúcia tendem a defender a operação e Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski são críticos ferrenhos das forças-tarefas.


Nunes Marques se alinha mais com Mendes e Lewandowski. Na primeira sessão na turma, ele votou junto com os dois ministros garantistas para impor uma derrota à Lava Jato do Rio de Janeiro, com a revogação da prisão e retirada do caso do promotor aposentado Flávio Bonazza de Assis da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ele é acusado de receber propina de empresas de transporte do Rio.


A Segunda Turma tem pendente um julgamento sobre a suposta parcialidade do ex-juiz federal Sergio Moro para julgar Lula. Os advogados do ex-presidente querem que o colegiado reconheça que Moro foi parcial e agiu politicamente ao condenar o petista. Se esse for o entendimento da turma, o caso do tríplex pode ser anulado e a anulação pode se estender também aos outros processos de Lula na Lava Jato que foram conduzidos por Moro.


Cármen Lúcia e Fachin já votaram contra o recurso. Gilmar Mendes pediu vista e cabe a ele devolver o processo a julgamento. A tendência é que ele e Lewandowski votem a favor do pedido de Lula. A dúvida fica a cargo do voto de Nunes Marques, que vai definir o placar.


Se todos os processos contra Lula forem anulados, isso incluirá as condenações do petista na segunda instância da Lava Jato. Consequentemente, o ex-presidente deixa de ser ficha-suja e poderá concorrer ao Planalto na eleição de 2022.


Kelli Kadanus, Gazeta do Povo


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"Estado oculto está por trás da possível renúncia de Vladimir Putin?", por Wagner Hertzog

 

Obviamente, esse fato surge em um momento muito estranho, visto que no início desse ano, Vladimir Putin começou a executar uma ambiciosa manobra política — que envolvia inclusive alterações na constituição — para permanecer no poder até 2036.

No mês de março, Vladimir Putin propôs ao Tribunal Constitucional a inclusão de determinadas emendas à constituição, que lhe dariam a possibilidade de permanecer no poder por meio de sucessivas reeleições. Putin — que já está com 68 anos — permaneceria no poder como o líder máximo da Federação Russa até os 84. A Duma, órgão que é parte do legislativo, referendou a alteração; o que é previsível, visto que a câmara é completamente controlada pelo Kremlin. Por essa razão, um indivíduo com plenos poderes para controlar os órgãos de estado, como Vladimir Putin, não encontraria nenhum obstáculo expressivo para as suas ambições políticas nesse sentido.

No entanto, repentinamente — contrariando completamente suas aspirações autocráticas —, Vladimir Putin declara discretamente que está com problemas de saúde, e que por essa razão renunciaria. Isso, evidentemente, desperta enormes desconfianças. O mandatário russo estaria mesmo com problemas de saúde? Ou isso tudo não passa de uma vulgar e cínica encenação? Seria um pretexto, uma desculpa para deixar o poder? Estaria sendo Vladimir Putin coagido de alguma forma para abandonar o poder político?

Com certeza, ainda é cedo para especulações. No entanto, é válido supor que isso pode ser uma astuta e agressiva manobra do Estado Oculto — atuando sob a influência globalista — para afastar mandatários políticos resolutos de suas posições de poder, com o objetivo de deflagrar a Nova Ordem Mundial. É exatamente por essa mesma razão que o Estado Oculto está fazendo o possível e o impossível para acabar com todas as possibilidades de um segundo mandato presidencial para Donald Trump, com o objetivo de colocar o sórdido democrata Joe Biden no seu lugar.

Com um democrata como Biden no poder — que irá tanto promover quanto implementar uma sórdida agenda de depravação, degradação e degeneração progressista institucionalizada, para desmantelar e subverter de maneira irreversível a ordem social vigente —, os globalistas conseguirão destroçar com mais facilidade os valores que resguardam a sociedade e a democracia americana. Depois de conquistarem a sua hegemonia nos Estados Unidos, eles sabem perfeitamente que será apenas uma questão de tempo até implementarem a sua agenda no resto do mundo.

Para os globalistas, é fundamental ter Joe Biden no poder. Implementar a Nova Ordem Mundial é muito mais difícil quando está no poder de uma nação um líder político que oferece resistência ativa aos globalistas e ao seu sórdido projeto de poder mundial — o que é o caso tanto de Donald Trump quanto de Vladimir Putin.

Putin impôs uma resistência feroz à agenda progressista na Rússia, que é ativamente censurada e combatida com vigor pelo próprio establishment. Para que uma agenda de degradação, depravação e degeneração compulsória seja efetivamente estabelecida e institucionalizada, o conservadorismo social e cultural precisa desaparecer. Como Vladimir Putin sempre foi um baluarte dos valores conservadores na Rússia, os globalistas sabem que ele precisa ser afastado do poder para a Nova Ordem Mundial triunfar.

Evidentemente, ainda é cedo para fazermos quaisquer especulações. Poucos dias depois das declarações polêmicas do mandatário russo, representantes do Kremlin afirmaram que uma suposta renúncia de Putin tem origem em rumores infundados; o dirigente russo, aparentemente, estaria bem de saúde e não cogita deixar o poder. Não obstante, não há dúvida nenhuma de que as circunstâncias tornam todos esses eventos demasiadamente suspeitos, ainda mais se levarmos em consideração as ambições que Putin resguardava, de se perpetuar no poder até a próxima década. Infelizmente, é necessário compreender que — aproveitando a crise mundial do coronavírus — a Nova Ordem Mundial nunca esteve tão perto de se consolidar; e na esfera política, são pouquíssimos os líderes políticos de relevância que oferecem resistência ativa à sua implantação.

Não obstante, a verdade é que os globalistas nunca dormem no ponto, nem jogam para perder. Eles farão tudo o que estiver ao alcance deles para derrubarem todos os seus inimigos, de tão resolutos e determinados que estão, na conquista dos seus sórdidos e maledicentes objetivos. Que, infelizmente, envolvem a busca por poder e controle absolutos, em escala global.

Wagner Hertzog

Jornal da Cidade

Ex-BBB da GloboLixo Thelminha, a médica do "fique em casa", recebeu R$ 180 mil da prefeitura de São Paulo para fazer campanha (vídeo)

 

O prefeito, Bruno Covas (PSDB), pagou R$ 180 mil reais para a ex-BBB, da GloboLixo, “Thelminha” de Assis, campeã da atração global em 2020, fazer campanha nas redes sociais de combate ao vírus chinês. Com mais de 6 milhões de seguidores, a médica tentou influenciar a população a seguir as medidas de controle da doença.

Para receber o valor, bastava “Thelminha” preparar uma sequência de três stories no perfil oficial dela, uma postagem no feed do Instagram e participar de um comercial para a televisão com 30 segundos de duração. Todas as mídias foram divulgadas em YouTube, redes sociais e outros veículos de comunicação da prefeitura paulista.

A ideia era utilizar a imagem da médica, que tem milhões de seguidores em seu perfil e mora na Zona Norte da Capital, para conscientizar os moradores da cidade sobre as ações de combate à pandemia provocada pela praga chinesa.

A ex-BBB foi escolhida, dentre outras celebridades, por estar “dando um ótimo exemplo quanto ao cumprimento do isolamento social”.

Porém, a “artista” deu mesmo um “show de hipocrisia” ao ser flagrada, em vídeo caseiro, comemorando os últimos dias do ano pandêmico ao lado de amigas, aglomeradas em uma ilha paradisíaca.

Os internautas paulistas, que vêm sofrendo com consecutivos lockdowns, claro, não perdoaram o fingimento e deram início a uma série de mensagens repudiando a atitude irônica da médica.

“Gente que se vende por qualquer coisa. É o velho ditado: ‘pagando bem, que mal tem???”, concluiu um cidadão.

Confira:



Com o Jornal da Cidade

Década inaugura clube do trilhão das gigantes de tecnologia

Valor de mercado da Apple 

cresce mais de 670 vezes no

período e supera em 61% 

PIB do Brasil; petroleiras

perdem liderança



A década que se encerra em 2020 consagrou as big techs. As empresas de tecnologia alcançaram um patamar inédito desde a criação das Bolsas, o patamar dos trilhões em valor de mercado.

Apple se valorizou 672 vezes no período e saiu de segunda colocada para o topo na lista das mais valiosas do índice S&P 500, que reúne as principais empresas da Bolsa de Nova York e da Nasdaq.

A empresa termina este ano (dados até terça-feira, 29) valendo US$ 2,29 trilhões (o equivalente a R$ 11,9 trilhões, ou 61% a mais que o PIB brasileiro de 2019).

Neste mesmo 2020, ela ultrapassou a petroleira Saudi Aramco, uma trilionária da velha economia que tem valor de mercado de US$ 1,87 trilhão (R$ 9,7 trilhões).

Logo da Apple em shopping de Bangkok, capital da Tailândia
Logo da Apple em shopping de Bangkok, capital da Tailândia; empresa vale mais de US$ 2 trilhões - Mladen ANTONOV / AFP

"Estamos no segundo ciclo de tecnologia", diz Ruy Alves, gestor da Kinea, plataforma de gestão de investimentos ligada ao Itaú. "O primeiro veio antes do ciclo devido e criou a bolha ponto com, pois, naquela época, o mundo não estava tecnologicamente preparado."

A bolha ponto com estourou depois de, em março de 2000, o índice Nasdaq atingir um recorde de 5.132,52 pontos com a valorização das empresas de tecnologia, na carona no avanço da internet. Em abril, o índice caiu 35%, para 3.321,29 pontos. Em outubro de 2002, o índice retrocedera 78,4%, para 1.108,49 pontos.

Considerando a inflação, o índice só se recuperou em agosto de 2017, mais de 17 anos depois do pico.

"Não tínhamos os meios, a tecnologia para permitir essa revolução", diz Alvez. "Você não tinha internet rápida, smartphone."

O fato: as empresas de tecnologia não entregaram a lucratividade projetada pelas altas expectativas do mercado na época. Quando a realidade se impôs, as ações despencaram. Muitas quebraram.

As sobreviventes ascenderam. Cinco delas ocupam o posto de empresas mais valiosas dos EUA: Apple, Microsoft, Amazon, Google e Facebook.

Nesses dez anos, a Alphabet, dona do Google, é um importante destaque em valorização. Quando a década estava começando, valia US$ 191 bilhões (R$ 991 bilhões). Agora, seu valor de mercado já passa de US$ 1 trilhão (R$ 5,19 trilhões). É a quarta companhia americana mais valiosa.

Segundo a Guide Investimentos, o Google detém 86% de participação no mercado global de meios de pesquisa e 85% do seu faturamento com base em anúncios.

"Destacada por sua vasta base de dados, o Google consegue mapear os diferentes usuários de seus serviços e então converter suas informações e preferências em anúncios eficientes que sejam interessantes a cada perfil específico", diz a corretora em relatório.

Uma das vedetes do momento é a Tesla. Neste ano, as ações dispararam 737,7%, e a empresa entrou para o S&P 500. Ela cria, desenvolve, fabrica e vende veículos elétricos e produtos de armazenamento de energia, um ramo que gera grandes expectativas em investidores que apostam em meios de transporte sustentáveis.

Apesar de ter um valor de mercado (US$ 631 bilhões, equivalente a R$ 3,3 trilhões) muito acima do que a montadora entrega atualmente, neste ano, o lucro cresceu e surpreendeu o mercado.

A Guide vê a companhia como altamente inovadora, "com capacidade de superar os atuais veículos a combustão" e "margens elevadas mesmo com a quantidade de veículos produzidos ainda bem abaixo das outras montadoras".

Em relatório, a corretora também afirma que o status premium da marca pode continuar a alavancar as vendas nos próximos trimestres, "semelhante ao efeito da Apple no mercado de smartphones".

Enquanto isso, as empresas de petróleo perderam a liderança ao longo da década no ranking de mais valiosas.

A ExxonMobil era a número um dessa lista em 2010, com US$ 370 bilhões (R$ 1,9 trilhão) em valor de mercado. Hoje, ela vale US$ 176 bilhões (R$ 913,26 bilhões), sendo a 47ª mais valiosa do S&P 500. A Chevron, por sua vez, que era a oitava mais valiosa, passou de US$ 184 bilhões (R$ 954,77 bilhões) para US$ 163 bilhões (R$ 845,80 bilhões), caindo para a 53ª posição.

Em parte, o valor das empresas reflete as mudanças no mercado de óleo e gás. Há dez anos, o barril de petróleo estava cotado acima US$ 90. Hoje, vale pouco mais de US$ 50. Entre muitos fatores, a desvalorização decorre do aumento na oferta, especialmente via petróleo de xisto, mas também da busca por alternativas mais sustentáveis e consideradas ambientalmente corretas, como o uso do etanol e do carro elétrico.

Houve também quem se mantivesse no topo nestes dez anos. Na avaliação dos analistas, os resistentes se destacam pela qualidade da gestão e pela capacidade de preservar a liderança nos mercados em que atuam. São elas Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e Walmart.

"O Walmart é a empresa com a maior receita do mundo e que tem ganhado participação de mercado em ecommerce", afirma Alves.

Outra companhia que teve expressiva valorização na década --com perspectivas futuras tão boas quanto as vistas no passado-- é a Johnson & Johnson. Ela agora produz uma das vacinas contra a Covid-19. Para os analistas, a empresa se destaca justamente pela capacidade de gerar inovação na biotecnologia, com várias patentes já registradas, e potencial de crescimento na tecnologia hospitalar.

"Hoje ideias valem mais que bens materiais", afirma Alves. "A Moderna tem cerca de metade da capitalização da Vale porque vai permitir que a sociedade saia de volta à rua com uma tecnologia inovadora."

A Moderna tem valor de mercado de US$ 44 bilhões (R$ 228 bilhões), e a Vale, de R$ 460 bilhões.

A Bolsa brasileira não apresentou a mesma dinâmica nesses dez anos. Segundo analistas, ela reflete a economia com baixa diversidade que caracteriza o Brasil no período.

Enquanto as Bolsas dos EUA refletem uma revolução tecnológica, o mercado local mostra uma economia baseada em matérias-primas, com a dominância dos grandes bancos no setor financeiro.

"Nossa Bolsa é muito concentrada", diz Michel Viriato, professor de finanças do Insper. "O Brasil não tem investimento em pesquisa, desenvolvimento de empreendedores ou Vale do Silício, então é difícil acontecer o que acontece lá fora."

Segundo ele, a falta de investimentos em empresas no Brasil é fruto dos juros altos que predominam há décadas, o que incentivou o investimento em renda fixa em detrimento de projetos mais arriscados, como startups.

"O Brasil é um dos piores países no que se refere a regras para ter e fazer negócios", afirma o docente. "Se não der certo, o empreendedor se ferra, com um monte de passivo, pois a legislação para fechar empresa é terrível."

Na comparação com 2010, as empresas mais valiosas do Ibovespa em 2020 são praticamente as mesmas. As novidades são Magazine Luiza, Weg e B3.

Nesse meio-tempo, a Magazine Luiza promoveu uma intensa mudança interna, integrando as vendas físicas e online e conquistando uma importante fatia no ecommerce brasileiro, o que impulsionou sua valorização de 109% em 2020, quando o varejo online explodiu com a pandemia.

"É provável que a Magalu continue ganhando participação de mercado nos próximos anos, apoiada por vantagens competitivas importantes, como o desenvolvimento robusto de tecnologia e serviços de construção e recursos de pagamento" diz Pedro Fagundes, analista da XP Investimentos em relatório.

Fagundes projeta que a empresa vá ter 23,7% de participação de mercado entre 2020 e 2025. No ano passado, a sua fatia era de 15%.

Assim como a Magalu, a Weg é uma empresa considerada sólida e bem gerida, com uma trajetória emblemática no mercado local e internacional. Em plena pandemia, foi beneficiada pela valorização do dólar e por exportar muito para a China. Destaca-se também pela busca por fontes de energia limpa.

Para Luís Sales, analista da Guide, a Weg se fortalece com o mix de produtos diversificado e tem alto potencial de crescimento no segmento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

A OGX, por sua vez, teve o caminho contrário. A empresa de petróleo e gás de Eike Batista era a oitava companhia mais valiosa do Brasil em 2010, com R$ 65 bilhões em valor de mercado. Quando a exploração de seus campos de petróleo se mostrou mais difícil do que o vendido pela empresa, a desvalorização foi rápida e piorou com a prisão de seu fundador. Hoje, rebatizada com o nome de Dommo Enegia, vale R$ 435 milhões.

Chama a atenção o fato de que a própria Bolsa brasileira encerra a década como um caso de sucesso em termos de valorização. A B3, que opera a Bolsa de Valores de São Paulo, integrando BM&F Bovespa e Cetip, se beneficiou do desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil.

Como a Bolsas regionais foram sendo fechadas, hoje ela atua sem concorrência como central depositária e de negociação e liquidação de ativos. Em 2002, incorporou a Bolsa do Rio, a segunda maior do país na época.

Júlia Moura, Folha de São Paulo