domingo, 31 de janeiro de 2021

DEM e PSDB abandonam bloco de Baleia Rossi e 'botafogo' ameaça derrubar o governo

Decisão é vitória de Arthur Lira

Rodrigo Maia tem grande derrota

João Doria também sai derrotado

Lançamento da campanha do Deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) para presidente da Câmara dos Deputados, apoiado pelo atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sérgio Lima/Poder360 06.01.2021


A Comissão Executiva Nacional do Democratas decidiu neste domingo (31.jan.2021) não entrar no bloco de apoio ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) para presidir a Câmara dos Deputados. O PSDB, ao saber da decisão do DEM, também optou por não participar do grupo pró-Baleia. Ato contínuo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaçou correligionários de como último ato no cargo (seu mandato termina amanhã, 1º de fevereiro) assinar algum pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro.

A decisão de DEM e de PSDB representa uma enorme derrota para o candidato do MDB, Balia Rossi, e uma vitória para seu principal adversário, Arthur Lira (PP-AL), que ficou ainda mais favorito para comandar a Câmara.

Também sofre um grande revés Rodrigo Maia, pois patrocinou a candidatura de Baleia Rossi e agora se vê abandonado pelo próprio partido.

Segundo dados do site oficial da Câmara, o DEM tem 31 deputados. O PSDB tem número idêntico de cadeiras. Ao saírem do bloco pró-Baleia, as duas legendas reduzem as chances eleitorais do grupo que sustenta Baleia na disputa dos 7 cargos da chamada Mesa Diretora.

Deputados do DEM ouviram uma ameaça de Rodrigo Maia, a respeito de algum pedido de impeachment ser assinado pelo ainda presidente da Câmara. A Constituição dá a Maia o poder de decidir. Uma vez assinado o pedido é necessário constituir a comissão especial que analisará o processo, que fica irreversível.

Desesperado, Maia tenta detonar o governo. A sua derrota começa com o fim do uso do avião da FAB. Mas, o abandono por parte dos companheiros "o abateu profundamente. Agora, 'botafogo' teria apenas o ombro do PT, do Psol, do PCdoB para choramingar", nota um ex-integrante do grupo do presidente da Câmara até esta segunda-feira.

O pedido de impeachment seria rejeitado naturalmente pelo plenário da Câmara.

DEM

A Comissão Executiva Nacional do Democratas chegou à conclusão de que não poderia entrar oficialmente no bloco pró-Baleia Rossi e decidiu “liberar” seus deputados para votar como desejassem.

O deputado Elmar Nascimento, do DEM da Bahia, estima que Arthur Lira terá 21 dos 31 votos dos demistas. “Isso significa que o DEM não vai entrar em nenhum bloco?”, perguntou o Poder360“Sim. E a consequência disso é o PT perder a 1ª Secretaria”, respondeu Elmar.

Há uma regra complexa para dividir os 7 cargos na Mesa Diretora da Câmara, funções cobiçadas que controlam centenas de funcionários. Para disputar uma dessas 7 vagas é necessário estar num bloco com muitos deputados para poder aspirar, pela proporcionalidade, alguma das vagas.

Sem o DEM, o bloco de Baleia Rossi fica com poucas legendas –além do MDB, o PT e o PC do B. Dessa forma, o PT pode ficar sem sua vaga na direção da Câmara. Os petistas queriam a 1ª Secretaria.

A ideia da maioria do DEM era entrar de uma vez no bloco de Arthur Lira, mas isso também não deve acontecer. “Tínhamos a maioria para blocar com o Arthur, mas cedemos a um pedido do presidente ACM Neto”, diz Elmar.

ACM Neto, ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador, é presidente nacional do DEM. Neto esteve nos últimos dias em Brasília em reuniões para tentar pacificar o ambiente.

PSDB

Ao saber da decisão do DEM, o PSDB também concluiu que não poderia mais aderir ao bloco de Baleia Rossi –pois estaria apenas ajudando ao PT a conquistar eventualmente algum cargo na Mesa Diretora.

Os tucanos devem declarar na manhã desta 2ª feira (1º.fev.2021) que continuam apoiando e vão votar em Baleia, mas que não podem entrar num bloco no qual não está nem o DEM, maior patrocinador da candidatura.

Essa decisão do PSDB é também um revés para o governador de São Paulo, João Doria, que é tucano e principal nome da legenda para disputar o Palácio do Planalto em 2022. Doria fez um evento no Palácio dos Bandeirantes recentemente em apoio a Baleia.

A eleição na Câmara e no Senado é mais uma derrota contundente de Doria, já atingido pela má gestão de São Paulo. O desgaste se aprofundou com a pandemia do vírus chinês, a estranha compra de vacina da China, quando a vacina sequer existia... E foi à exaustão com a viagem do governador à Flórida para as festas de fim de ano. 

A reação da população de São Paulo obrigou Doria a retornar humilhado dos Estados Unidos. 


Com informações do Poder360

DEM isola Rodrigo Maia e fortalece Arthur Lira com declaração de ‘neutralidade’

 


Após se reunir na noite deste domingo (31), a bancada do DEM na Câmara dos Deputados tomou a decisão de abandonar o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), na disputa pela presidência da Casa, e declarar a “neutralidade” do partido.

Os deputados do DEM estavam decididos a abandonar o bloco de Baleia Rossi, no qual foram incluídos por Rodrigo Maia sem que fossem consultados, e declarar apoio ao deputado Arthur Lira (PP-AL), mas uma manobra do presidente nacional do partido, ACM Neto, acabou conduzindo à declaração de “neutralidade”.

Desesperado com a decisão da bancada, comunicada por ACM Neto, Maia ameaçou “acatar um dos pedidos de impeachment” contra o presidente Jair Bolsonaro, como forma de vingança. “Eu não aceito isso!”, gritou Maia, trêmulo e pálido, segundo relato de deputados, quando soube da decisão democrática de sua própria bancada.

A manobra de ACM Neto, conduzindo à “neutralidade”, evitando a declaração de apoio ao deputado Arthur Lira, teve o objetivo de não desgastar ainda mais o deputado Rodrigo Maia, o grande derrotado pela decisão da bancada.

Apesar disso, já circula a informação de que Rodrigo Maia vai abandonar o seu partido, como forma de protestar contra sua decisão. O ainda presidente da Câmara não aprecia as boas práticas democráticas que recomendam submeter decisões importantes ao voto da bancada.

Diário do Poder

Alexandre Garcia e o último dia de Maia com direito a avião da FAB

Paulo Figueiredo: governo Biden é uma tempestade...

DEM abandona 'botafogo' na véspera da eleição da Câmara. Cresce apoio a Arthur Lira

Deputado federal Arthur Lira (PP-AL) durante visita a Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube

Deputado federal Arthur Lira (PP-AL) durante visita a Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube



Arthur Lira (PP-AL) — Foto: Reprodução/TV Clube


Na véspera da eleição para a presidência da Câmara, o DEM, partido do atual presidente, Rodrigo Maia (RJ), decidiu ficar isento na disputa, em decisão que evidencia a perda de capital político do deputado que comandou a Casa por quatro anos e meio e que impõe mais um revés para o candidato Baleia Rossi (MDB-SP).

O DEM tomou a decisão de neutralidade por unanimidade após reunião realizada na noite deste domingo (31), na sede do partido, em Brasília (DF).

A proposta de ficar isento na disputa partiu do presidente do partido, ACM Neto (BA), e teve a anuência de nomes importantes na legenda, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o ex-governador de Pernambuco Mendonça Filho e o ex-senador José Agripino.

Em discurso, ACM Neto defendeu a decisão, afirmando que o partido está dividido e que é melhor manter a unidade do que ter um cargo na mesa diretora. Maia não participou da reunião.

"A Executiva Nacional optou por não aderir nem a um bloco nem a outro, a escolha foi pela neutralidade", disse Mendonça Filho.

Um dos aliados do deputado Arthur Lira (PP-AL), o deputado Luis Miranda (DEM-DF) confirmou que o partido não faz mais parte da base de apoio de Baleia Rossi, cuja candidatura Rodrigo 'botafogo' Maia tentou 'empinar' na tentativa de, eleito, seguir sabotando os projetos de interesse do país.

“São 31 votos a menos no bloco dele, e um alívio para os 21 deputados e deputadas que já tinham declarado voto para o Arthur Lira e não gostariam de ter a sua imagem vinculada a um bloco que foi literalmente construído com pautas da esquerda, sem sermos escutados, ouvidos e respeitados”, afirmou.

“Nos sentimos vitoriosos e desvinculados do bloco do Baleia Rossi. Agora, em respeito ao presidente ACM Neto, o pedido de união do partido é de que cada um vote com a sua consciência e o partido não irá compor nenhum bloco.”

O DEM não havia formalizado a adesão a nenhum dos blocos, mas era contabilizado por Baleia Rossi e por Maia como parte da base do presidente do MDB. Com o DEM, o bloco de Baleia tinha 238 parlamentares, enquanto o de Lira tinha 272. Sem o partido, o número de parlamentares no lado do aliado de Maia cai para 207.

O tamanho do bloco partidário é relevante porque define a ordem de prioridade de cada partido na escolha de cargos na Mesa Diretora e nas comissões.

O resultado, embora desabonador para Maia, não chega a representar uma grande mudança no cenário eleitoral. Isso porque as divergências no DEM já haviam ficado evidentes nas últimas semanas, com declarações de ex-aliados de Maia, como Elmar Nascimento (BA), de que votariam em Lira.

Aliado de Lira, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) afirmou que a atitude do partido foi madura. “Rodrigo criou uma situação artificial porque nunca teve os votos do DEM, apesar de que já tínhamos os votos, também não podemos agir para expor os partidos e suas lideranças porque, após o dia 2, precisamos recompor o centro para enfrentar a pandemia e tocar as reformas."

Os grupos têm até o meio-dia desta segunda (1º) para serem definidos e podem mudar até lá. O voto para a presidência da Câmara é secreto. Logo, os blocos não refletem o placar da eleição.

No dia 21, o bloco de Baleia já tinha sofrido um revés, com o desembarque do PSL. O partido, que tem a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT, havia anunciado apoio ao presidente do MDB, principalmente pela aliança entre o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), e Maia.

Para ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno, o candidato precisa de 257 votos —são 513 deputados no total.

Com informações de Danielle Brant e Julia Chaib, UOL