Eis que o Brasil avança, sôfrego, a duras penas, com nossos sacrifícios somados numa hercúlea tarefa de tirar o país da areia movediça acumulada por décadas de desmandos e assaltos, praticados por inumanos da pior espécie.
Eis que conseguimos ainda nos chamar BRASIL porque provamos a velha máxima de que somos brasileiros, e o brasileiro não desiste nunca, contudo, nossas maiores barreiras ainda são montadas pelo nosso próprio povo, que insiste em eleger os corsários do poder, viciados na velha política da abordagem sorrateira e do butim.
Eu vou contar-lhes o porquê...
Recentemente o Brasil foi vítima de uma facada pelas costas, desferida por um grupo de pessoas que escondem sob suas togas o que há de mais vergonhoso e desprezível pela falta de padrões minimamente éticos.
Pessoas que são regiamente pagas com nossos impostos para fazerem justiça, no entanto, que da maneira mais descarada possível optaram por desonrar seus cargos e os anseios dos brasileiros, e com desmedida violência estupraram o artigo primeiro da Constituição que juraram defender:
“Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”
Na contramão dos seus compromissos, viraram-nos as costas e se submeteram ao triste e nefasto ato de defender os interesses daqueles que por tanto tempo nos roubaram não só o dinheiro como também a esperança.
Seis paus mandados que não foram escolhidos por nós, sem qualquer pudor investiram-se de um poder absoluto, colocaram-se na posição de semideuses e decidiram momentaneamente os rumos de uma nação já tão sofrida com as injustiças, definindo-lhe uma trajetória desastrosa. Hienas! Tornaram-se servis aos lobos, em troca dos restos que estes lhe deixaram quando fizeram da nação a sua carniça.
Mas restava-nos uma esperança... Tínhamos ainda o Legislativo - o outro Poder que poderia fazer frente aos descalabros cometidos pelas hienas do Judiciário, e nós nos mobilizamos em pedir aos representantes que nós elegemos, para que tirassem de lá as hienas piores.
Nossa esperança baseava-se na crença de que em qualquer país civilizado e cujos políticos tivessem senso de patriotismo, os representantes eleitos por nós imediatamente levantariam a bandeira em nossa defesa, e em respeito a quem é sacrificado para pagar seus salários, abraçariam a causa de eliminar as hienas, tirá-las o poder e corrigir as distorções impostas por elas.
Doce e breve ilusão... Esse não é o caso do Brasil, pois estamos falando exatamente dos lobos que fizeram do país a carniça, e que são amigos das hienas.
Como esperar que lobos como Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre façam alguma coisa, se agora possuem a oportunidade fazer um acordo com as hienas de toga e defenderem a si próprios e a outros comparsas de suas alcateias?
Ambos são seres tão disformes que mal conseguem se reconhecer e são dotados de um incontestável nanismo de caráter. Se perguntássemos a eles quem são e o que fazem, suas respostas viriam recheadas de adjetivos cheios de superlativos mentirosos, tanto quanto mentirosa e disforme é a atuação política deles, que não representam nada e a ninguém, a não ser os próprios interesses.
Maia, não é o gigante que pensa ser. As únicas coisas que nós conseguimos enxergar de gigantismo nele, e de forma bastante acentuada, são sua ambição desmedida, sua falta de caráter, sua vaidade, sua incompetência e a sua falta de compromisso com o povo brasileiro. E nesses aspectos ele e o Alcolumbre competem tão de perto que fica difícil perceber qual é o pior.
Apesar de achar que representa o povo brasileiro por ser Presidente da Câmara, isso não é uma verdade. Ele não representa o nosso povo e nem mesmo aos seus parcos eleitores. Com uma votação pífia de apenas 74.232 votos, o que representa 0,96% do eleitorado do Rio de Janeiro, ficou em 13º lugar entre os Deputados eleitos pelo Rio, alcançando menos que 1/4 da votação do Hélio Negão. Até a estreante Janaína Paschoal conseguiu, para Deputada Estadual por São Paulo, quase 28 vezes a quantidade de votos do Rodrigo Maia.
Será que ele consegue dimensionar o próprio tamanho político? E foi esse mesmo lobo quem disse que "O congresso (a casa do povo) não é um cartório para carimbar as vontades do povo". Quem ele pensa que é?
Honestidade é algo que passa longe de Rodrigo Maia. Foi mais um a ajoelhar-se diante do Léo Pinheiro em busca de doações da OAS, sabe-se lá em troca de quê, já que sabidamente empreiteiras não são casas de caridade e nem fazem doações sem que haja algum interesse escuso por trás.
Em função de um inquérito iniciado devido às mensagens de celular trocadas entre Rodrigo Maia e o Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, a Polícia Federal ao concluir suas investigações demonstrou indícios do envolvimento de Maia em corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nesse inquérito ele foi acusado de prestar “favores políticos” e defender interesses da OAS no Parlamento em 2013 e em 2014, cuja ajuda consistia na apresentação de emenda a medida provisória que criava regras para a aviação regional, dispositivo de texto formulado sob encomenda para agraciar a construtora. Além disso, pediu 1 milhão de reais para a campanha do seu papai César Maia, mas o repasse foi apenas uma tentativa de ocultar a procedência da propina.
Em março e 2017, documentos liberados pelo STF acusavam Rodrigo Maia de ter pedido e recebido da Odebrecht uma propina num valor de 600 mil reais, além de outros recursos ainda não contabilizados. No ano passado, 2019, Polícia Federal concluiu um relatório sobre uma investigação contra ele e o pai, onde atribuiu a ambos os crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, e dentre as provas usadas estão os depoimentos dos delatores da empreiteira, registros de suas entradas na sede da Odebrecht e os registros das ligações entre Maia e empresa, que garanto que não foram para tricotar sobre o time pelo qual o chamam: Botafogo.
É a esse lobo que pedimos pela revisão da prisão em segunda instância? É claro, que o Nhonho vai trabalhar firme por um acordão que elimine a PEC da prisão em segunda instância. pois é ele mesmo é um provável futuro "hóspede" de alguma "hospedaria prisional".
Agora vamos falar do outro lobo, o Alcolumbre.
Davi, ao assumir a Presidência do Senado, apoiado por Onix Lorenzoni, até pareceu ser uma opção viável para fazer o Brasil avançar no combate à corrupção. Pensamos que era um cordeiro, mas, mais uma vez nos enganamos. Era o outro lobo, só que na pele do cordeiro. Ao contrário do personagem bíblico que lhe empresta o nome, não se encheu de coragem para derrotar o Golias da corrupção, da má gestão e da roubalheira. Em vez disso, dispôs-se a abater o gigante chamado Brasil e com cinco pedras nas mãos, a cada obscuro ato, acerta uma pedra entre os olhos do povo brasileiro, pois não passa de um covarde,
Alcolumbre é outro lobo anão político que pensa ser gigante. Oriundo de um dos Estados mais atrasados do Brasil e cuja taxa de analfabetismo é bastante acentuada (6,5% e 15º lugar em analfabetismo), ainda assim amealhou apenas 94.278 votos e nem de longe pode-se dizer que representa o seu próprio povo, que dirá o Brasil como um todo. Também é vaidoso, sedento de poder e nada comprometido com o país. É como aquela tartaruga no alto do poste: Ninguém sabe o que foi fazer lá, não tem utilidade alguma lá, mas está lá.
Após engavetar os pedidos de impeachment contra a pior das hienas, Gilmar Mendes, agora Alcolumbre trabalha para também não deixar que a prisão em segunda instância volte a vigorar. Sua ambição de poder é tão grande, que dispôs-se a proteger as hienas para que essas não investissem contra os senadores que respondem a processos no STF, e que não são poucos. Com isso, acredita piamente que os outros senadores se curvarão a ele, e o projetarão como uma estrela de primeira grandeza no Senado, o que nunca será.
Chega ser cômico que as mais importantes decisões em defesa do Brasil estejam nas de dois indivíduos malfazejos que, juntos, obtiveram apenas 168.510 votos, o que não significa nem 0,008% da população brasileira. Enquanto isso, o Brasil continua sendo a carniça na boca das hienas e dos lobos.
Cabe a nós, brasileiros do bem, lutarmos contra esses animais que se alimentam do nosso trabalho, do nosso sacrifício, do nosso suor e da nossa dor. Cabe nós clamarmos por uma providência que enfim coloque ordem nessa selvageria, para que possamos voltar a crescer e quem sabe alcançar um lugar de respeito no mundo, em vez de sermos vistos como o país da corrupção abençoada.
Brasileiros, o nosso destino depende da nossa força e da nossa luta.
Marcelo Rates Quaranta
Articulista
Jornal da Cidade