quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Policial morta escancara hipocrisia de certos defensores de Direitos Humanos

Leio no Correio do Povo
Uma policial militar do 23º BPM morreu na tarde desta segunda-feira, no município de Sério, no Vale do Taquari, atropelada por um veículo que tentou fugir de uma barreira policial no interior do município. A soldada Marciele Renata dos Santos Alves, 28, atuava na força tática da BM de Santa Cruz do Sul e participava de uma operação para capturar suspeitos de roubos de camionetes, no fim de semana, em Venâncio Aires. Ela chegou a ser levada a um hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com a BM, durante o confronto, pelo menos três criminosos morreram e um ficou ferido.
Comento
Numa leitura dos fatos seríamos levados a concluir que Marciele é personagem errada dessa curta história. Mulher, negra, morta por uma viatura conduzida por homens compõe um quadro narrativo que abriria para ela ruidoso reconhecimento dos grupos feministas e de direitos humanos. Mas sua história perde o interesse quando os responsáveis por sua morte integram o mundo do crime, coadjuvante da ruptura da ordem e agente colateral da revolução social. Ademais, Marciele, mulher, negra, morta, era policial, operava nas hostes inimigas, defendia a sociedade, combatia o crime e promovia a quase inútil contenção da criminalidade. Então, tais grupos a ignoram e nada têm a dizer sobre ela.
Não é preciso muita experiência de vida, nestes anos de tanta insegurança, para intuir que integrantes dos dois grupos criminosos que agiam na região de Sério (RS) já tiveram outros encontros com a polícia e com a Justiça. Ninguém entra no mundo do crime dando tiro em policial. Mãos “benévolas”, porém, dizendo-se atadas pela lei, abriram-lhes as portas da liberdade para o exercício irrestrito daquele direito de ir e vir com que Marco Aurélio Mello justifica muitos dos habeas corpus concedidos. E assim, pelas mãos da “Justiça”, eles voltam às ruas para pôr em risco a vida e o patrimônio dos cidadãos e a vida dos policiais. Não tenho como verificar, mas é possível que essa seja, num sentido remoto, a causa mortis da jovem PM. Ela talvez tenha morrido porque quem a matou deveria estar preso e não está.
Minha solidariedade aos familiares de Marciele Renata dos Santos Alves, bem como à nossa valente e honrada Brigada Militar.

Percival Puggina

Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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