A América ser rubro-negra, pela segunda vez, é legal. Muito. Mas é o de menos. Flamengo é mais, muito mais, porque a favela é Flamengo. Essa é, disparado, a maior e mais emocionante conquista rubro-negra.
“Sinônimo de amor é amar”, resume Zé Ramalho. “All You Need is Love”, imortalizou Beatles. Obladi, obladá, Flamengo é amor que nem 11 garotos de Liverpool podem alterar. Ganhar é legal, mas ser Flamengo não tem nada a ver com vencer ou não vencer o Mundial, vão se catar! É coisa de lóque, Klopp!
Monumental não foi a virada em Lima. Foi legal, mas já se viu e se verá coisa igual. Animal foi a festa no Vidigal, a doideira no Chapéu Mangueira, a massa inflamada na Candelária... A alegria incontida do povo na Rocinha. Muito rojão para o alto também no asfalto com a emoção da rapaziada privilegiada, onde a Barra não é tão pesada.
O Flamengo é ainda mais Flamengo hoje do que sempre foi e já era em 1981 porque o povo jamais deixou de estar e ser Flamengo na podre, na boa, em todos os tempos. Flamengo é Flamengo com Zico, com Obina, no Rio, no Amazonas, no raio que o parta, para lá do pico da Neblina.
Quem é Flamengo, é sempre Flamengo! Seja na terra, ai, Jesus, seja no mar, com Oswaldo e Waldemar. Ao contrário de alguns canalhas oportunistas, Flamengo se é, sempre, não se finge... Apesar de você, amanhã o Flamengo vai continuar a ser cada vez mais Flamengo. Hegemonia, ao contrário do que acreditam os idiotas da objetividade, não tem nada a ver com vitória em campo.
Haja idiotia! Hegemonia é ser maioria no pranto e no sorriso preto, na alegria e no choro do branco.
Parabéns, Flamengo! Saudações corinthianas.
Com Vitor Guedes, Agora São Paulo