A experiência profissional de Roberto Campos Neto, indicado para a presidência do Banco Central, foi moldada praticamente toda em mesas de operações de instituições financeiras. O economista de 49 anos iniciou sua carreira ainda nos anos 1990 e atuou em diferentes bancos no Brasil. A proximidade com Paulo Guedes, que será ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro, rendeu o convite ao cargo, após a recusa do atual dirigente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn.
Atualmente, Campos Neto ocupava o cargo de diretor de tesouraria do Santander Brasil para a região denominada como Américas. Em uma instituição financeira, essa área é a responsável por captar recursos e aplicá-los em diferentes instrumentos financeiros, garantindo a liquidez de um banco. Ele está no banco de capital espanhol desde 2005, quando foi contrato como operador.
Formado em economia pela Universidade da Califórnia, ele é neto de Roberto Campos, considerado um dos maiores economistas do Brasil e expoente da corrente liberal, que foi ministro do Planejamento durante o governo de Castelo Branco (1964-1967).
O futuro presidente do Banco Central iniciou sua carreira em 1996 no banco Bozano Simonsen. Quando a instituição foi vendida para o Santander, em 2000, passou a atuar na área de renda fixa até 2003. No ano seguinte, foi para a Claritas Investimentos, onde atuava como gestor de carteiras. Em 2005, retornou ao Santander, onde permaneceu até agora.
Campos Neto terá que ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e só terá a indicação para o BC confirmada depois de ser aprovado pelo plenário da Casa.
Ana Paula Ribeiro, O Globo