terça-feira, 6 de novembro de 2018

"Moro, o gênio do mal", por Erika Diniz, juíza de direito no Tribunal de Justiça de São Paulo


Há quatro anos, numa tarde chuvosa, Moro sentia-se entediado com seu trabalho. Ao invés de pedir uma remoção, resolveu engendrar uma grande operação, a pretexto de combater a corrupção no país, mas que na verdade teria o único objetivo de condenar e prender o ex Presidente Lula, alijando-o da disputa eleitoral.
Assim agindo, esperava obter um cargo no novo governo eleito.
Nem Aécio, nem Dilma, pensou ele, o próximo Presidente será o deputado Jair Bolsonaro, mas para isso Lula não deve disputar a eleição!
Procurou, então, a sede da Polícia Federal. Orientou centenas de agentes a forjarem provas, depoimentos, testemunhas e laudos para que o ex Presidente fosse condenado criminalmente.
“Mas por que faríamos isso?”, perguntaram os agentes em coro.
“Porque quero um cargo no novo governo a ser eleito”
Achando justa a pretensão do magistrado, as centenas de agentes passaram a forjar as provas.
A seguir, Moro procurou o Ministério Público e orientou os procuradores a oferecerem denúncia sem provas, já que pretendia obter o tal cargo.
Os procuradores acharam razoável a ideia do Juiz e ofereceram a denúncia, sem qualquer prova.
Não era suficiente. Moro sabia que a sentença condenatória deveria ser mantida em Segunda Instância.
Há 27 desembargadores no TRF4, mas Moro sabia em qual Câmara o recurso contra sua sentença seria julgado. Procurou os desembargadores e os avisou.
“Sei que minha sentença condenou o réu sem provas, mas os senhores devem mantê-la tal como está, porque quero um cargo político no próximo governo”
Entusiasmados com a ideia, os desembargadores não apenas mantiveram a sentença condenatória sem provas,mas também exasperaram a penalidade imposta.
Mas.. não era suficiente.
Moro sabia que seria interposto recurso no STF.
Incansável, comprou passagens e rumou para Brasília.
Reuniu todos os ministros e foi direto ao ponto:
“Os senhores deverão manter minha sentença e também alterar a jurisprudência da Corte, para que seja admitida a prisão após condenação em Segunda Instância, porque quero um cargo no próximo governo, quiçá o de Ministro da Justiça!”
Os ministros pensaram consigo: “Lascou-se! Se esse juiz de Primeira Instância quer tanto o Ministério da Justiça, vai acabar conseguindo. Melhor fazermos logo o que ele quer, para não haver indisposição com o futuro Ministro da Justiça!”.
Se você achou essa história plausível, a questão não é mais política, mas psiquiátrica.
Procure um médico.
Teorias da conspiração em excesso podem acarretar sérios danos à saúde mental.
Erika é juíza de direito no Tribunal de Justiça de São Paulo

Com Blog do Augusto Nunes, Veja
 (Publicado originalmente no Jornal da Cidade)