“Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas” (Charles Chaplin)
O Folhetim surgiu na França no início do século XIX para atrair leitores além dos mercadores interessados no movimento náutico e no vaivém das mercadorias; mas atravessou o Atlântico e medrou como cogumelos após as chuvas.
O substantivo masculino Folhetim é um galicismo, vindo do francês “feuilleton”, dicionarizado lá como “pequeno caderno veiculado num jornal composto de um terço da folha impressa”; e aqui aparece como publicação não periódica, revista de acontecimentos.
Chegou ao Brasil via Portugal na transmigração da corte real portuguesa. Saiam nos jornais publicados na capital do Império e republicados nos jornais do interior trazendo uma literatura amena, críticas literárias e teatrais e, com maior atração, fragmentos de romance novelizados.
Evoluindo pela demanda, adotaram os chamados “romances de folhetim” virando uma febre nacional. Nos anos de 1940 foram revividos nos Diários Associados, nos jornais de Assis Chateaubriand, onde brilhou Nelson Rodrigues com o pseudônimo de Suzana Flag.
O primeiro romance que Nelson publicou foi “Meu destino é pecar”, conquistando um sucesso extraordinário e logo seguido por “Escravas do Amor”, “Minha Vida”, “Núpcias de Fogo”, “O Homem Proibido” e “A Mentira”.
Outras publicações concorrentes, como a revista “Grande Hotel”, da Casa Editora Vecchi e a revista “Capricho” da Editora Abril, também traziam folhetins, e, na última, consagrou-se a novelista Janete Clair.
No campo da política e até mais para a politicagem, apareceu um primo do Folhetim, o “Folheto”, tipo de folheto impresso em papel barato e distribuído à larga, de mão em mão, com finalidade de alcançar um grande público. Foi inicialmente o recurso de partidos e movimentos ilegais para agitação e propaganda, e depois para divulgação de mercadorias, distribuído em farmácias e supermercados.
Com pequeno texto em caixa alta, ainda é muito usado na propaganda eleitoral. Com o termo folheto são impressos com a finalidade de informação muitas vezes fraudulenta. E eis que na sua decadência, o antigo jornal paulista outrora considerado entre os de maior tiragem no Brasil, se tornou uma espécie de folheto, o panfleto destinado a defender o lulopetismo corrupto e corruptor.
Com 78 anos de existência, o jornal teve como diretor o jornalista Otavio Frias Filho, recém falecido, e que deve estar se mexendo no túmulo ao ver o declínio crepuscular do jornal e, principalmente o jornalismo primário nele praticado.
Durante toda a campanha eleitoral que terminou com a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República, a Folha moveu contra ele ataques inusitados, e continua a fazê-lo publicando mentiras, intrigando o presidente eleito no campo internacional.
Assim ocorreu com a falsa notícia de que o governo da Colômbia propunha uma aliança com Bolsonaro para invadir a Venezuela, tendo um desmentido imediato e enérgico; insiste em provocar atritos com a Argentina e trazer ameaças comerciais da China. Enfim, torce contra o País, impatrioticamente.
Os repórteres da Folha se especializaram em abrir sarcófagos, tirando deles múmias tipo Celso Amorim, FHC e José Sarney, para criticar o futuro governo, sequer composto, com hipotéticas projeções. Colunistas esvoaçam como mariposas no STF introduzindo-se sob as togas dos ministros para arrancar críticas ao juiz Sérgio Moro.
Aumentando o seu descrédito, o ministro Celso de Melo desmentiu uma nota que divulgou opinião negativa dele a Moro.
Com este retorno ao Folhetim, o Folheto de São Paulo é tragicômico, choramingando a ameaça de corte de verbas governamentais; considera que sem as boquinhas sofrerá um atentado à liberdade de imprensa…. Neste lamento hilário, conta com apoio irrestrito do Sistema Globo.