sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Lava-Jato prende presidente da Fecomércio, Orlando Diniz


Orlando Diniz, presidente da Fecomércio - Divulgação
Chico Otávio e Daniel Biasetto, O Globo
Com a ajuda do ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, desviou, segundo a investigação, ao menos R$ 3 milhões de duas entidades do Sistema "S", o Sesc e o Senac-RJ, para a Thunder Assessoria Empresarial, firma na qual figura como sócio-administrador. 
Esta conexão, apontada pela força-tarefa da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, é um dos fundamentos da prisão preventiva de Diniz nesta sexta-feira, ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Os agentes prenderam Diniz na casa do pai do empresário, no Leblon, zona sul do Rio. 

Eles também fizeram busca e apreensão na sede da Fecomércio. Outros três funcionários da entidade também são alvos de mandados de prisão. Após a prisão, os policiais levaram Diniz da casa do pai para sua casa, no mesmo bairro. Na sequência, ele será levado para depor na sede da Polícia Federal.

A operação de hoje foi denominada "Jabuti", em referência à maneira como eram tratados os indicados por Cabral pelos funcionários da Fecomércio.

Policiais federais à porta do apartamento de Orlando Diniz, presidente da Fecomercio - Paulo Nicolella


De acordo com a investigação, Diniz subtraiu o dinheiro das entidades entre 2010 e 2015. Para isso, segundo evidências colhidas pelos procuradores, usou notas fiscais frias emitidas, a pedido de Cabral, por duas empresas: a Dirija Veículos e a Viação Rubanil. Diniz - afastado atualmente do cargo por meio de uma liminar - e os demais suspeitos são acusados de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e de organização criminosa.