sábado, 24 de fevereiro de 2018

Brasil pede a EUA extradição de homem apontado como maior traficante de armas do País. A propósito, quando Lula vai para o xilindró?

Fábio Grellet e Breno Pires, O Estado de S. Paulo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, em nota, que já pediu ao governo dos Estados Unidos a extradição de Frederik Barbieri, de 47 anos. Apontado como o maior traficante de armas para o Brasil, Barbieri foi preso na madrugada deste sábado, 24, na Flórida, pelo Serviço de Imigração e Alfândegas norte-americano.
Após o pedido de extradição, o governo dos Estados Unidos pediu documentação complementar, que está sendo providenciada pelo poder judiciário nacional e será encaminhada às autoridades norte-americanas, segundo o Ministério da Justiça. 
Barbieri é acusado, por exemplo, de ter enviado 60 fuzis, avaliados em R$ 4,2 milhões, que foram apreendidos no aeroporto do Galeão, no Rio, em 1º de junho de 2017 – foi a maior apreensão no País pelo menos desde 2007. Após essa apreensão, a Polícia Civil do Rio e uma agência de segurança dos Estados Unidos passaram a investigar em conjunto a atividade e o paradeiro de Barbieri.
“Foi criada uma força-tarefa e policiais do Rio chegaram a ir para Miami, onde ficaram uma semana investigando o brasileiro”, conta o delegado Fabrício Oliveira, da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). Essa investigação conjunta resultou na prisão do brasileiro, disse o delegado.
Segundo ele, na mesma operação foi apreendida uma grande quantidade de armas, ainda mantidas sob sigilo  pela polícia dos Estados Unidos, que seriam enviadas ilegalmente para o Brasil - “o que sabemos é que são pelo menos 40 fuzis”, disse Oliveira.
Nascido em Irajá, na zona norte do Rio, Barbieri mora nos Estados Unidos desde 2012 e tem cidadania norte-americana, o que pode dificultar sua extradição.

Apreensão

Os 60 fuzis apreendidos em junho passado no Rio   estavam escondidos em um contêiner, dentro de aquecedores de piscina com fundo falso – cada aquecedor guardava oito fuzis. Ao todo havia três modelos dessas armas: 45 eram AK-47; 14, AR-10; e um, G-3.
O fuzil AK-47 é o preferido pelos criminosos porque não exige manutenção e é mais resistente. Já o AR-10 é mais moderno e equipa agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Novas, mas com numeração raspada para dificultar o rastreamento, as armas haviam chegado de Miami em dois voos. Na ocasião, quatro homens foram presos acusados de envolvimento com o caso.