segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

J.R. Guzzo: 'Lula é incapaz de ser honesto e mentiu muito no discurso de posse'

 

 Foto: EFE


O governo Lula não esperou 15 minutos para mostrar a sua verdadeira cara – mentiu da primeira à última palavra do discurso de posse, o que deixa claríssimo que o Brasil viverá nos próximos quatro anos, ou sabe lá Deus quantos, sob o comando de uma impostura. 

Se está mentindo já no dia da posse, por que haveria de dizer a verdade daqui para diante? 

Não há surpresa nenhuma nisso, é claro. 

Lula mentiu durante toda a campanha eleitoral; mente, na verdade, há 40 anos, desde que começou sua carreira política. 

De lá para cá, só houve mudanças para pior. 

Mente mais, hoje, e está tomando decisões concretas muito mais malignas do que tomou na sua primeira passagem pelo governo – como fica óbvio pelo ministério francamente patológico que escolheu e por suas primeiras ações como presidente da República.

A mentira campeã absoluta da estreia de Lula, acima de qualquer outra, é a absurda afirmação de que recebeu “um país destruído” do seu antecessor – como havia dito em relação à FCH quando recebeu o governo em 2003. 

Mais uma vez, agora, ele faz a falsificação maciça da realidade para tentar cobrir os desastres que sua irresponsabilidade, incompetência e escolhas de governo estúpidas vão despejar em cima da população. Lula não foi capaz de citar, em todo o seu discurso de posse, um único número ou fato concreto, nem um que fosse, para dar alguma base lógica ao que estava falando. 

Não poderia, simplesmente, fazer isso. 

A realidade é o contrário do que Lula afirmou – nunca um presidente brasileiro recebeu o país numa situação materialmente tão boa quanto ele acaba de receber.


Lula mentiu durante toda a campanha eleitoral; mente, na verdade, há 40 anos, desde que começou sua carreira política. De lá para cá, só houve mudanças para pior.


A inflação está por volta de 6% ao ano – menor que a dos Estados Unidos, da Alemanha e de outros sacrários da competência mundial em matéria de gestão econômica. 

É a primeira vez que isso acontece na história. As empresas estatais, que segundo Lula estão “arruinadas”, deram lucro de 250 bilhões de reais em 2022 – quando ao fim do período Lula-Dilma estavam à beira da falência, arrasadas pela corrupção sem limites e pela inépcia na sua direção. 

O desemprego é o menor dos últimos oito anos, e isso depois de dois anos com a economia paralisada por conta da Covid. 

O agronegócio, a principal turbina econômica do Brasil de hoje, bateu mais um recorde de produção e exportações em 2022. 

As exportações em geral até novembro, última cifra disponível, tinham passado dos 300 bilhões de dólares – e produziram superavit também inédito na balança comercial. As contas públicas estão equilibradas. 

As reservas internacionais estão acima dos 320 bilhões de dólares.

O que mais Lula poderia querer? 

Mas o novo presidente é fisicamente incapaz de ser honesto diante de qualquer situação que lhe apareça pela frente – se acha que pode ter alguma vantagem mentindo, ele vai mentir. 

É o que acaba de fazer, mais uma vez. 

Ele finge que os números citados acima não existem; seu DNA político não admite que outros seres humanos possam ter feito alguma coisa certa, nem uma, e está convencido, de qualquer forma, de que sempre vai ganhar se mentir automaticamente, sobre tudo o que lhe aparecer pela frente. 

É o que fez o tempo todo em seu primeiro discurso como presidente do Brasil; é o que vai continuar fazendo. 

O que esperar de alguém que diz, com cara de indignado, que gastar apenas o que se arrecada é uma “estupidez”? 

É isso, o governo Lula.


Publicado originalmente na Gazeta do Povo


Gazeta do Povo