“Eu temo que ele venha a falecer dentro do presídio”
Sueli Xavante, mulher do cacique Serere, afirmou que o marido teve uma parada cardiorrespiratória na cadeia. O líder indígena está preso desde 12 de dezembro, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por participar de protestos contra o presidente Lula (PT).
“Eu temo que venha acontecer alguma coisa, que ele venha a falecer dentro do presídio”, disse Sueli, em um vídeo publicado nas redes sociais, na terça-feira 3.
Em nota publicada depois da denúncia, a Diretoria de Inteligência Penitenciária (DIP) da Secretaria de Estado de Administração Penintenciária negou que o cacique Serere tenha sofrido uma parada cardiorrespiratória.
“Esta DIP verificou e, até o horário de 21:48 do dia 3 de janeiro de 2023, o interno está em perfeitas condições de saúde”, comunicou o órgão. “O custodiado recebeu quatro atendimentos da equipe de saúde desde sua chegada no sistema penitenciário, inclusive com tratamento realizado nos costumes indígenas.”
Prisão do cacique Serere
Para prender o líder indígena, Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na decisão, Moraes sustentou a “necessidade da garantia da ordem pública, diante dos indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e absolvição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Ao examinar o pedido da PGR, o ministro avaliou que a conduta do indígena apresentou riscos à sociedade. “A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, argumentou.
De acordo com a Polícia Federal (PF), Serere participou de “manifestações antidemocráticas” em diversos locais de Brasília, como no Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping e na Esplanada dos Ministérios.
A PGR entendeu que Serere se valeu da posição de cacique do povo xavante para arregimentar ativistas e insuflar as manifestações. “A manifestação, em tese criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, disse a PGR.
Cristyan Costa, Revista Oeste