Petista criticou a gestão ambiental do atual presidente, apesar de os números não o favoreçam
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta sexta-feira, 28, a gestão ambiental do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em debate promovido pela TV Globo, o petista disse que a atual administração está “desmatando” a Floresta Amazônica.
Contudo, reportagem publicada na Edição 130 da Revista Oeste mostra que o governo Lula é medalha de prata em desmatamento: 125 mil quilômetros quadrados, de 2003 a 2010. O petista perde apenas para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que, durante oito anos de governo, verificou 153 mil quilômetros quadrados desmatados no país.
Se tiver a oportunidade de concluir dois mandatos e permanecer com a média anual de hoje, Bolsonaro acabará com a medalha de bronze: 90,7 mil quilômetros quadrados de desmatamento.
Nos primeiros 36 meses do atual governo, a média mensal de desmatamento na Amazônia brasileira registrou a marca de 945 quilômetros quadrados. Esse número é inferior ao verificado nas gestões de Lula (média mensal de 1,3 mil) e FHC (1,6 mil). Dilma Rousseff, que sofreu impeachment e não concluiu o segundo mandato, e Michel Temer, sucessor da petista, apresentam resultados melhores: 444 e 610 quilômetros quadrados, respectivamente.
Incendiários
Lula é o recordista de queimadas na Amazônia. Entre 2003 e 2010, quando esteve na Presidência da República, o Brasil registrou 2,4 milhões de focos de fogo. Na média mensal, os números ultrapassam a marca de 25 mil.
Já Bolsonaro, se continuar com a média dos primeiros 44 meses, chegará ao fim do mandato registrando pouco mais de 780 mil queimadas. A média mensal de cerca de 16 mil prova que há menos focos de fogo na atual administração do que havia na época em que Lula dava as cartas no Planalto. Temer (15,7 mil), FHC (14,6 mil) e Dilma (14,4 mil) completam a lista.
Na contramão do mundo, o Brasil apresenta uma expressiva diminuição no número de incêndios e queimadas em 2022. De 1º de janeiro a 15 de agosto, o país registrou 49,6 mil queimadas, contra quase 59 mil no mesmo período de 2021. Uma diminuição de 15%, enquanto no restante da América do Sul o aumento foi de 19%. Nos últimos dois anos, o país reduziu em torno 25% da incidência de incêndios e queimadas em seu território.
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Revista Oeste