Jornal norte-americano ressalta conquistas econômicas do governo Bolsonaro e lembra escândalos de corrupção do covil do Loola
Nas eleições presidenciais de 2022, o Brasil decidiu apostar novamente no populismo de esquerda que fracassou tantas vezes no passado. A análise é do jornal norte-americano The Wall Street Journal.
O texto lembra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a disputa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) apesar de suas condenações por corrupção. Antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, “Lula orquestrou o maior esquema de corrupção da história da América Latina”. Ele usou o BNDES, a Petrobras, o Congresso Nacional e as empresas privadas para conquistar seu objetivo. “A máquina de dinheiro foi projetada para entrincheirar seu partido no poder”, observou o The Wall Street Journal.
Segundo o periódico, “Lula e seus cúmplices foram pegos apenas porque os procuradores encontraram um rastro de dinheiro” e porque o ex-juiz Sergio Moro permitiu que esses procuradores o investigassem. “Um pequeno milagre, dada a história brasileira”, diz o texto. “A condenação de Lula por corrupção em 2017 foi anulada por um detalhe técnico, mas ele nunca foi inocentado.”
O The Wall Street Journal considera que Bolsonaro deve seu fracasso à má sorte e à sua má prática política. “Ele entrou no cargo como um disruptor, buscando reverter anos de baixo desempenho”. Para tanto, “precisava persuadir um Congresso pragmático a concordar”. Muitas vezes, não conseguiu.
“A pandemia dificultou as mudanças, mas seu governo conseguiu uma desregulamentação significativa e uma reforma fiscal”, ressalta o jornal. “Ele gastou deliberadamente para sustentar empresas e famílias durante o pico da covid-19, mas, depois, cortou gastos e reduziu subsídios de crédito à agricultura e à indústria, desacelerando o crescimento da assistência social e reduzindo as folhas de pagamento do governo. A contenção fiscal tirou a pressão do Banco Central, e a inflação está caindo (7%).”
O periódico acredita que Bolsonaro teve uma boa gestão econômica, mas teve dificuldade de transmitir seus resultados para a mídia e para as elites, que “não gostavam de seu conservadorismo social e o retratavam como uma ameaça à democracia”. “Sua retórica precipitada não ajudou e foi especialmente impopular entre as mulheres”, diz o texto.
“Quando Lula for empossado, em janeiro, a América do Sul passará a ser governada em grande parte por governos socialistas”, constatou o The Wall Street Journal. “Lula cofundou o Foro de São Paulo com Fidel Castro e se une a aliados ideológicos que governam o Chile, a Argentina, o Peru, a Bolívia, a Colômbia e a Venezuela. Mais ao norte, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Cuba e México também são governados por esquerdistas.”
O jornal lembra que a economia brasileira recuperou-se das crises provocadas por governos petistas. “Bolsonaro presidiu uma recuperação pós-pandemia, com crescimento de 4,6% no ano passado, mas os brasileiros não recuperaram totalmente o que perderam cinco anos depois da recessão de Dilma”. Para o The Wall Street Journal, Bolsonaro não será escanteado da política. “Seu partido ganhou assentos no Congresso”, lembra o jornal. “Governadores de centro-direita venceram em grandes Estados, como São Paulo, e Romeu Zema, em Minas Gerais, é uma promessa de futuro candidato presidencial.”
O jornal conclui que esse conjunto de fatores pode frear as piores ambições de Lula — pelo menos no início. Contudo, a História mostra que Lula “usará todas as alavancas do poder” para alcançar seus “sonhos socialistas”.
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Com informações de Edilson Salgueiro, Revista Oeste