terça-feira, 29 de dezembro de 2020

"Réveillon da mentira: A festa do Copacabana Palace e as sanções para os humildes quiosques da praia", por Marcelo Rates Quaranta

 

Os hotéis do Rio de Janeiro que tiverem espaços cadastrados na Prefeitura para eventos públicos, poderão fazer suas festas de réveillon, desde que respeitem a limitação de público.

Vamos lá... Me engana que eu gosto. Quem é que acredita que realmente esses hotéis respeitarão alguma coisa? Vi pessoalmente hoje vários caminhões descarregando equipamentos de festa no Copacabana Palace, e não seriam necessários VÁRIOS caminhões para uma festa com 20 pessoas. Então, isso tudo é balela. Os amigos do rei podem tudo, enquanto os quiosques da praia de Copacabana sofrerão graves sanções caso coloquem até uma musiquinha ambiente. Nem moto de delivery poderá circular!

Todas essas medidas restritivas são na verdade mera maquiagem com um falso respaldo na "ciência".

Quem garante que concentração numa praia vai aumentar o número de infectados?

As pessoas vão ficar abraçando umas às outras?

Claro que não! Isso nunca aconteceu! Ora... Então essa também é a admissão de que a máscara e o álcool em gel não protegem ninguém de coisa alguma, e que tudo não passa de política.

As festas em ambientes fechados como hotéis não são perigosas; os bailes funk que reúnem semanalmente milhares de pessoas nas comunidades (e ninguém tem coragem de ir lá acabar com eles) não são perigosos (só os fuzis); supermercados lotados não são perigosos, mas uma celebração ao ar livre, num espaço aberto como a praia é? Engraçado é que a "ciência" vem sempre pela boca de algum médico com estreitas ligações com a administração pública.

Apenas para lembrar, Jorge Felippe, o prefeito em exercício do Rio, é do DEM, mesmo partido de Rodrigo Maia, o Deputado que se acha primeiro ministro e que é ávido para derrubar Bolsonaro.

E ele, o prefeito em exercício, sabe que para os energúmenos, estúpidos e acéfalos ruminantes revoltados por terem a festa de fim de ano arruinada, a culpa acabará sendo atribuída ao Presidente, que não tem nada a ver com essas decisões estúpidas, até porque o STF foi quem deu a liberdade aos Estados e Municípios de tomarem suas próprias decisões, independente do Executivo Federal. Tudo jogo político.

O Rio continua lindo. Só não sei por que é que continua rindo. Vai ver que a população, mais afeita ao futebol, escola de samba, praia, carnaval e baile funk, ainda não entendeu o que está em jogo.

Ah... Antes de se sentir ofendido pelo que eu disse e começar de mimimi para o meu lado, quero dizer que eu sou carioca e vivo no Rio de Janeiro. E outra coisa... População que tem vários governadores presos (em sequência), prefeito preso, prefeito eleito com nome na lista da Odebrecht e vereadores presos não tem que se sentir ofendida por nada. Tem que calar a boca e sentir é vergonha. Entendeu ou vou precisar desenhar pra quem ficou dodói?

Feliz ano novo.

Jornal da Cidade