quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Ibovespa atinge 120 mil pontos no último pregão do ano acompanhando otimismo no Brasil e no exterior. Nos 6 anos da petista Dilma, dólar subiu 100% e a Bolsa foi o pior investimento

 ações bolsa gráfico índices mercado trader stocks alta

(Shutterstock)

Na última sessão do ano, nesta quarta-feira (30), o Ibovespa atingiu a marca de 120 mil pontos  renovando máxima histórica intradiária e caminha para fechar o turbulento 2020 com ganhos de cerca de 4%. Às 10h13 (horário de Brasília), o índice subia 0,51%, a 120.018 pontos. Posteriormente, amenizou os ganhos, operando em alta de 0,19%, a 119.629 pontos.  O dólar comercial, por sua vez, após abrir em baixa, passou a registrar ganhos de 0,6%, a R$ 5,2142 na compra e R$ 5,2152 na venda, a caminho de ganho anual de quase 30%.

Na véspera, o Ibovespa superou o recorde nominal intradiário, atingindo máxima de 119.860 pontos, fechando a 119.409,15 pontos — apenas 0,10% do recorde de 119.527 pontos de 23 de janeiro deste ano de fechamento.

O índice acompanha o exterior, que é impulsionado pelo otimismo com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no mundo mesmo em meio à indefinição em torno da votação nos Estados Unidos da ampliação do auxílio a ser pago aos cidadãos norte-americanos.

No Brasil, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que o governo assinará com a Pfizer após aprovação regulatória da vacina contra o vírus chinês. 

No radar econômico, o setor público consolidado brasileiro registrou em novembro um déficit primário de R$ 18,1 bilhões, informou o Banco Central. Considerando também as despesas com juros, o país teve um déficit nominal de R$ 20,1 bilhões no mês. A dívida pública bruta ficou em 88,1% do Produto Interno Bruto em novembro, enquanto a dívida líquida alcançou 61,4% do PIB. No acumulado em 12 meses, o rombo primário equivale a 8,9% do PIB.

Mercados mundiais

No exterior, o dia é de leve alta para os principais índices, seguindo o debate sobre o valor dos pagamentos a cidadãos dos Estados Unidos como parte do pacote de estímulos à economia e a aprovação de mais uma vacina contra o vírus chinês no Reino Unido.

Reguladores britânicos aprovaram para uso emergencial a vacina que vem sendo desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

O produto será incluído no programa de imunização. Segundo dados do governo, até o momento a vacina desenvolvida pela parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNTech já foi aplicada em 600 mil pessoas.

Em nota, a AstraZeneca afirmou que as primeiras doses estão sendo liberadas nesta quarta, “para que as vacinações possam começar no início do Ano Novo”. A AstraZeneca tem um acordo de fornecimento de 100 milhões de doses com o governo do Reino Unido. Como o imunizante precisa ser aplicado em duas doses, essa quantidade é o suficiente para 50 milhões de pessoas. O país tem uma população de 66 milhões.

O imunizante é também uma das principais apostas do governo Jair Bolsonaro para vacinar a população. No país, é testado pela Fiocruz, que afirmou na segunda-feira que pretende pedir o registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em janeiro.

Presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assinaram nesta quarta o acordo comercial pós-Brexit com o Reino Unido, em cerimônia transmitida de maneira virtual. “É um acordo equilibrado e justo, que protege plenamente os interesses fundamentais da União Europeia e cria estabilidade e previsibilidade para cidadãos e empresas”, disse Michel durante o evento.

Nos Estados Unidos, legisladores continuam analisando pacote de estímulos à economia assinado no domingo pelo presidente Donald Trump.

Vírus chinês e vacinação no Brasil

Na terça, a Anvisa anunciou alterações em exigências para a solicitação de uso emergencial de vacinas contra o vírus chinês. Até o momento, nenhum laboratório apresentou ao órgão pedido de uso emergencial ou de registro de imunizante contra a praga chinesa.

A Anvisa informou que as informações requeridas sobre a população brasileira são dados importantes para a segurança.  A Pfizer também havia apontado como empecilho a necessidade de se apresentar “detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país”, o que, segundo a empresa, só poderia ser definido na celebração do contrato definitivo com o governo federal, o que ainda não ocorreu. Esse ponto foi modificado pela Anvisa, que passou a pedir apenas informações sobre a “previsão da quantidade de produto acabado disponível para importação e/ou disponibilização”.

Outra exigência alterada refere-se ao TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) que será assinado pelo paciente, com os dados específicos da vacina que se pretende autorizar. Na atualização, é sugerida a adoção de um “modelo simples” como o disponibilizado pelo governo do Reino Unido ou outro modelo desenvolvido pela empresa.

Representantes da Anvisa reuniram-se virtualmente na terça com dirigentes da Fiocruz, em mais uma rodada de encontros com as instituições que desenvolvem vacinas contra o vírus chinês com testes no Brasil. Nesta quarta, estão previstos encontros com representantes da AstraZeneca e da Pfizer Brasil.

Em entrevista coletiva na terça, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que não pode “pegar a Pfizer pelo braço” para que ela peça autorização emergencial da vacina contra o vírus chinês no país na Anvisa e acrescentou que só assina o acordo para aquisição do imunizante após a autorização do órgão regulador.

Questionado sobre a eventualidade de se fechar um acordo com a Pfizer antes de a empresa conseguir uma autorização da Anvisa, Franco disse que isso não é possível, mas destacou que há um memorando de entendimento sobre o tema. O secretário-executivo disse que vai buscar um maior diálogo com o laboratório para verificar quais são os “óbices” a serem superados. “Nós não nos opomos a qualquer solicitação da Pfizer”, destacou.

Auxílio

Além disso, na terça o presidente Jair Bolsonaro sancionou projeto aprovado pelo Congresso que abre crédito adicional de R$ 4 bilhões para compensar a perda de arrecadação dos estados relativa à Lei Kandir, após acordo intermediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro também editou uma medida provisória que abre crédito extraordinário no valor de R$ 10,1 bilhões em favor de encargos financeiros da União. Esse recurso tem por objetivo viabilizar a integralização de cotas no FGO (Fundo Garantidor de Operações), para atendimento ao Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

Com a edição da MP, conforme o governo, será possível a efetivação de um projeto de lei, também sancionado na terça, que estabelece o aumento da participação da União no FGO, para a concessão de garantias no âmbito do Pronampe, a fim de minimizar os prejuízos e demais impactos negativos causados na economia do país, em decorrência do vírus chinês.

Radar corporativo

A Petrobras recebeu a quantia de R$ 232,6 milhões em face de acordo de leniência celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Vitol. Assim, o total de recursos devolvidos para a companhia pelos acordos de colaboração, leniência e repatriações, no âmbito da Operação Lava Jato, ultrapassa o montante de R$ 4,8 bilhões.

A Randon anunciou nesta terça-feira que concluiu o reconhecimento de receita de R$ 860,8 milhões referentes à vitória num processo tributário no qual pedia a exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Confins nas notas fiscais.

O reajuste da tarifa de água e esgoto da Sanepar, suspenso desde setembro, foi redefinido em 5,11% na terça-feira (29) pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar). A cobrança começará a partir de 5 de fevereiro de 2021.

A elétrica paulista Emae informou que seus acionistas aprovaram em assembleia geral extraordinária nesta terça-feira o pagamento de um recorde de cerca de R$ 221,6 milhões em dividendos, mediante reversão parcial de saldo de reserva de lucros. O valor dos dividendos é o maior já pago pela empresa de energia desde ao menos 2009, segundo informações do site da Emae que remetem até essa data.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) publicou na terça as metas preliminares para as compras de créditos de descarbonização (CBios) por distribuidoras de combustíveis em 2021, indicando que a BR Distribuidora terá o maior objetivo individual entre as empresas do setor para o ano que vem.

Com Reuters e Agência Estado

Em tempo: Nos 6 anos de Dilma Rousseff, o dólar subiu 100% e a Bolsa se consagrou como o pior investimento. 

Segundo dados da consultoria Economatica, do dia 31 de dezembro de 2010 a 11 de maio de 2016, o Ibovespa caiu 23,87%, sendo o pior investimento, bem atrás de dólar ptax, euro, CDI (Certificado de Depósito Interbancário), ouro e Caderneta de Poupança. O dólar ptax, por sinal, foi o melhor de todos, subindo 107,93% neste período, contra 77,98% do euro e 71,88% do CDI. 

Dilma foi o pior presidente para a Bolsa de Valores da história.