A colunista do NSC Total, Dagmara Spautz, decidiu assumir o tom reacionário e autoritário do jornalismo brasileiro ao defender o endurecimento e a repressão aos direitos básicos que vêm sendo negados ao longo deste ano de 2020. O jornal NSC Total é da mesma empresa que enviou repórteres à praia com intuito de constranger banhistas por “crime de aglomeração” a céu aberto.
As restrições como soluções para a pandemia se tornaram um dogma inquestionável e quem o põe em dúvida é classificado como negacionista. Mas os mesmos “afirmacionistas” negam veementemente a existência de tratamento precoce para o vírus chinês, sendo responsáveis por milhares de mortes. São pessoas que acreditam na exótica tese de que medicamentos usados há décadas em doses muito maiores, de repente passaram a fazer mal.
Mesmo nunca apresentando evidências disso, o jornalismo negacionista das soluções e afirmacionista dos problemas, insiste no uso de máscaras, negando seus riscos, e no isolamento social, pregando o fim das reuniões de família (onde provavelmente nunca são bem-vindos).
Se o leitor não lembra, no episódio da praia uma repórter do NSC dizia estar exercendo atividade informativa, mas inquirida pelo banhista, revelou-se: “vocês nem deviam estar aqui, né”. A postura de repórteres é a mesma da colunista em questão. Desejam submeter a população às suas crenças, utopias e expectativas de controle total sobre a vida e a morte (sim, porque também defendem o aborto). Mas fazem isso alegando a nobre tarefa de informar.
A colunista, como todo o jornalismo mainstream brasileiro, deixa escapar a sua grande premissa: o grande culpado de todos os problemas é o ser humano. Se não fossem as pessoas, tudo daria certo, o lockdown, as máscaras, o isolamento social, as festas de família, a praia, tudo. Tudo funcionaria se não fosse esse maldito dado da realidade chamado ser humano. Não é à toa que defendem o aborto e a eutanásia nos jornais sempre que surge a oportunidade. Ser humano bom é ser humano útil, comportado.
Falando em nome da saúde pública e com o monopólio da boa vontade característicos de mentes doentias, a colunista Spautz faz a ressalva de que “não estou defendendo pena de prisão para quem descumpre as regras da pandemia”, mas em seguida afirma:
Mas é preciso que nossas autoridades – dos governos aos policiais e guardas municipais – enxerguem o dano que os irresponsáveis estão causando ao Estado, e façam valer as regras que já temos.
Como o Estado irá “fazer valer” as regras sem prender e reprimir cidadãos por andarem nas ruas fora do horário estabelecido pelo governo (com o regozijo dos ditadores chapa-branca de plantão nas redações)? Como a polícia poderá “enxergar o dano que os irresponsáveis estão causando” sem que “entendam” a necessidade de prisões e repressões? Será que a colunista está sugerindo que as autoridades “enxerguem” tudo isso e fiquem de braços cruzados? Não. Ela quer que façam valer as “regras que já temos”. E quais são elas?
É preciso lembrar à colunista que durante a pandemia, uma casa particular foi invadida pela PM por que estaria provocando “aglomeração”? Nela, uma família rezava em sua residência. Durante a pandemia, cidadãos foram presos por estarem na praia. Na verdade, o povo catarinense respeita demais as restrições. É preciso dar um basta em ditadores que inventam restrições mesmo contra todas as evidências científicas (se é que a ciência tem o poder de nos dizer o que fazer).
Ao contrário do que diz a colunista, as regras absurdas dos decretos feitos apenas politicamente vêm sendo despudoradamente respeitados, mesmo com riscos à saúde pública. É o caso das máscaras, que com riscos à saúde e sem evidências de segurança para o uso constante, vêm sendo usadas até em academias e caminhadas ao ar livre, o que não é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como a maioria dos histéricos, ou “pandemínions”, a colunista surta ao ver alguém respirando o ar puro e leva em consideração o que escreve no jornal em que trabalha, sem dar ouvidos à realidade. Os jornalistas deviam estar investigando o mistério que ronda os números de mortes em Santa Catarina, que em 2020 não foram maiores que os dos três anos anteriores, algo a se pensar.
Segundo especialistas, o motivo disso ainda não está claro, mas suspeita-se de uma supernotificação de diagnósticos do vírus chinês, a doença da moda, o que explicaria o sumiço de centenas de mortos de pneumonia e outras causas que matam anualmente um número de pessoas bem maior. Os colunistas são sempre os mais mal informados das redações, indo e vindo conforme as ondas da moda frasal dos chavões. Não é diferente na pandemia, quando o conteúdo sensacionalista do próprio jornal em que trabalha produz uma alucinação tamanha ao ponto de produzir reações fisiológicas como é o caso da recente coluna da jornalista.
Seria cômico se não estivesse ocorrendo com aqueles que infelizmente influenciam de fato os governantes. Ainda mais o atual governador, que não pode ver uma onda sem logo pular nas águas convenientes do prestígio político, como manda o bom oportunismo.
É preciso lembrar que o NSC Total, do jornal Diário Catarinense, pertence ao Grupo NC, proprietário de inúmeras iniciativas globais de saúde e de indústria farmacêutica. Quando você ler uma notícia envolvendo soluções de saúde num veículo desse grupo, lembre-se disso.
Cristian Derosa, estudosnacionais.com