quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara


Deputado Arthur Lira oficializa nome na disputa pela sucessão de Maia na Câmara. Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

Deputado Arthur Lira - Foto: Dida Sampaio/Estadão


O deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou nesta quarta-feira (9) sua candidatura à presidência da Câmara. Lira é líder do PP na Casa e também do grupo que reúne os partidos de centro.

Além do PP, a campanha de Lira afirma ter votos de outros oito partidos. PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, PROS, Patriota e PP somam cerca de 170 deputados.

O grupo do candidato se mostra, até o momento, mais coeso e maior que o entorno de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, que tenta eleger um sucessor para continuar dificultando as pautas de interesse do país.

Como a velha imprensa - Folha, Globo, Estadão... - juntou-se a Rodrigo 'botafogo' Maia e à oposição para atacar a candidatura de Arthur Lira, fica claro que o deputado alagoano é, pelo menos até agora, o melhor nome para tocar a pauta que interessa ao Brasil. 

Neste dois anos, Maia atrapalhou a agenda do governo, impedindo as reformas, dificultando as privatizações e atacando o ministro Paulo Guedes, da Economia, o que várias vezes derrubou a Bolsa e fez o dólar subir.

A quem serve 'botafogo' e o seu grupo. Com certeza, não é ao Brasil.


A estratégia de Lira foi sair na frente e já oficializar a campanha ao cargo enquanto Maia tenta unir o bloco independente — formado por partes do MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV— em torno de um candidato de oposição do país.

As duas alas disputam votos das siglas de esquerda (PT, PSB, PDT, PC do B e PSOL), que reúnem 132 deputados. “O plenário depende dos partidos de centro”, afirmou ele ao se lançar candidato.

Para competir com Lira, o grupo de Maia avalia também lançar nesta quarta o candidato do grupo. O mais cotado até o momento é Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que, apesar de ser do PP —mesmo partido de Lira—, mantém postura autônoma em relação à sigla e às negociações com o governo. Ribeiro, portanto, não tem o respaldo do PP para se lançar como adversário de Lira.

Além dele, o grupo analisa os nomes de Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA) e Luciano Bivar (PSL-PE).

Maia tenta atrair ainda o Republicanos, partido com 32 deputados, mas que, em reunião nesta quarta decidiu sustentar uma candidatura própria, a do presidente da legenda, Marcos Pereira (SP).

A eleição para a presidência da Câmara será no dia 1º de fevereiro. As articulações se intensificaram nesta semana depois de a maioria do STF, em respeito à Constituição impedir que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concorram à reeleição.

Lira tenta atrair o apoio das siglas de esquerda. A aliados, ele disse acreditar em votos, principalmente do PSB.

Como antecipou a coluna Painel nesta quarta, 18 dos 30 deputados do PSB presentes em reunião da legenda decidiram apoiar Lira. O líder do partido na Câmara, Alessandro Molon (RJ), ficou neutro, 6 não se manifestaram, e 5 ficaram contra o apoio ao deputado do PP.

Com o lema “Para toda a Câmara ter voz”, a campanha de Lira foi lançada em ato com a presença de representantes dos partidos aliados. Todos eles discursaram antes do deputado do PP.

Integrantes de partidos que não fecharam apoio a Lira, como PSL e PSB, também estiveram presentes. A bancada feminina alinhada a Lira negocia para que a chapa dele para a Mesa Diretora tenha pelo menos uma mulher.

Thiago ResendeJulia Chaib e Mariana Carneiro, O Estado de São Paulo