quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Ibovespa sobe 1,29% a 104.125 puxado por bancos em dia de bom humor internacional, resultados e falas de Guedes; dólar tem alta com Copom

mercado bolsa índices alta ações gráfico
(Getty)

O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (6) estendendo os ganhos da véspera em um pregão marcado pelo bom humor em Wall Street e por fala do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Além de voltar a dizer que o imposto sobre transações digitais não será uma nova CPMF, Guedes disse que o Congresso é pró-reformas e deve apoiar os próximos passos da agenda econômica. “O novo imposto está sendo desenhado e estudado exatamente para substituir o imposto cruel sobre o trabalho que produziu 40 milhões de invisíveis nas ruas no Brasil”, argumentou.

Já Maia defendeu a manutenção do teto de gastos para não comprometer o impacto fiscal das reformas planejadas por Guedes.

Entre os indicadores, a taxa de desemprego no país subiu para 13,3% no trimestre encerrado em junho em meio à pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já lá fora, o líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, disse que Democratas e Republicanos devem atingir em breve um acordo para o novo pacote de estímulos econômicos contra o coronavírus. A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Shumer, falaram em progresso nas negociações após uma série de reuniões com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Com isso, o Ibovespa registrou ganhos de 1,29% a 104.125 pontos com volume financeiro negociado de R$ 26,265 bilhões. Bancos, que começaram o dia em queda, viraram para alta e ajudaram no bom desempenho do índice. O Banco do Brasil reportou ontem lucro líquido ajustado de R$ 3,31 bilhões. Para saber mais destaques sobre ações clique aqui.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,93% a R$ 5,3422 na compra e a R$ 5,3429 na venda. Já o dólar futuro para setembro tem alta de 0,62% a R$ 5,333 no after-market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 teve baixa de 21 pontos-base a 2,56%, o DI para janeiro de 2023 teve desvalorização de 19 pontos-base a 3,61% e o DI para janeiro de 2025 recuou 11 pontos-base a 5,24%.

O câmbio e os juros refletiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que fez o esperado ao cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual para 2,00% ao ano.

A interpretação foi de que o espaço para um novo afrouxamento parece estar bem pequeno, o que foi destacado até mesmo pelo próprio Copom em seu comunicado. Contudo, o comitê ainda deixou uma nova porta aberta e sinalizou que a taxa pode se manter a níveis bastante baixos por mais tempo – ao contrário do que vinha precificando a curva de juros para a partir da virada do ano.

Também no radar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a redução dos impostos sobre a linha branca (geladeiras, fogões) pode ser uma das alternativas para o estímulo à economia.

Na Europa, as taxas de juros na Inglaterra foram mantidas em 0,1% ao ano e também não houve alteração no programa de recompra de títulos, que é de 745 bilhões de libras (equivalente a US$ 981 bilhões).

A autoridade monetária britânica disse ainda que a economia do Reino Unido não deve voltar ao patamar pré-pandemia até o final de 2021 – anteriormente, acreditava que isso fosse acontecer no segundo semestre do ano que vem.

Copom

Para Roberto Secemski, economista do Barclays, o BC deixou uma porta aberta para eventual redução nos juros em setembro e pareceu enfatizar que o motivo para cautela advém de questões prudenciais e de estabilidade financeira e não das projeções de inflação.

Porém, alguns economistas apontam que o ciclo de queda de juros deve ter chegado ao fim. Para Estevão Alexandre, coordenador de curso de pós graduação da Fipecafi, houve um encerramento do ciclo, com a Selic devendo se manter no atual patamar até março ou abril do próximo ano, para posteriormente haver um aumento gradativo até o máximo de 3% ao final de 2021, em meio às preocupações com o reaquecimento da atividade econômica. Veja mais análises clicando aqui e acessando o vídeo abaixo.

Limite de juros

O limite de juros para cartão e cheque especial durante pandemia está na pauta do Senado desta quinta, informa a Agência Senado. Confira o que esperar clicando aqui. 

Ainda no noticiário político, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à Record News na noite de quarta-feira, que o governo vai reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre a linha branca.

Listando as medidas que devem contribuir para o crescimento da atividade ao longo do próximo ano, Guedes citou também o consumo da baixa renda, um maior crescimento da construção civil e investimentos privados em áreas como petróleo e gás natural.

O ministro espera um crescimento da economia entre 3,5% a 4% no ano em 2021, após uma retração de cerca de 4%-4,5% este ano.

Radar corporativo

O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,31 bilhões no segundo trimestre de 2020, queda de 25,3% na comparação com igual período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira (6).

Já o lucro líquido contábil totalizou R$ 3,2 bilhões no 2º trimestre, 23,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,2 bilhões).

A inadimplência (atrasos acima de 90 dias) caiu para 2,84%, ante 2,90% registrados 12 meses antes e 3,17% do trimestre anterior.

Maiores altas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
BRML311.1984311.32
TOTS310.8461528.82
CIEL310.671945.6
MULT37.6607423.61
AZUL46.3988121.45

Maiores baixas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
GGBR4-2.483818.06
GOAU4-2.46198.32
VVAR3-2.0519.59
USIM5-28.33
PCAR3-1.922867.33

Já a petroquímica Braskem registrou prejuízo de R$ 2,5 bilhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 57 milhões em igual período do ano passado. A queda nas receitas devido à crise da Covid-19, despesas ligadas a um dano geológico em Alagoas e pressão financeira devido à alta do dólar estão entre os fatores que justificam a queda.

Maiores altas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
BRML311.1984311.32
TOTS310.8461528.82
CIEL310.671945.6
MULT37.6607423.61
AZUL46.3988121.45

Maiores baixas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
GGBR4-2.483818.06
GOAU4-2.46198.32
VVAR3-2.0519.59
USIM5-28.33
PCAR3-1.922867.33

A AES Tietê registrou lucro líquido de R$ 119 milhões no segundo trimestre de 2020, avanço de 235,7% na comparação com igual período do ano anterior.

O Ebitda ficou em R$ 275,6 milhões, alta de 21,8% no comparativo anual. A receita líquida foi de R$ 475,2 milhões, queda de 2%.

No final de julho, a AES Corp adquiriu uma fatia do BNDESPar na empresa e passou a deter participação de 42,9% na AES Tietê, depois de uma disputa com a Eneva.

A companhia aérea Azul afirmou que espera operar 407 decolagens diárias nos dias de maior demanda em setembro. O número representa cerca de 55% do ritmo das operações domésticas de um ano antes e 45% da capacidade total.

A companhia vem retomando gradualmente suas operações desde abril, quando as medidas de isolamento social tomadas para tentar conter a pandemia do coronavírus paralisaram quase totalmente as viagens aéreas no país.


Ricardo Bomfim, Infomoney