Após cinco pregões seguidos de alta, o dólar fechou em queda de 2,7%, a R$ 5,5130 com a realização de lucros de investidores e um cenário mais positivo na política brasileira. Essa é a maior queda diária na cotação da moeda desde 8 de junho de 2018, quando do dólar caiu 5% na sessão, segundo dados da Bloomberg. O turismo está a R$ 5,73 na venda.
O Ibovespa acompanhou o viés positivo e subiu 3,9%, a 81.312 pontos, maior patamar desde 13 de março, puxado pelas fortes altas de Petrobras e bancos.
O aceno do presidente Jair Bolsonaro ao ministro Paulo Guedes (Economia) deu a confirmação, para o mercado, de que Guedes fica no governo.
O presidente congelou o programa Pró-Brasil, que previa um gasto de R$ 215 bilhões em obras públicas, sendo chamado de "PAC da Dilma" por Guedes.
Para evitar mais desgaste após a saída de Sergio Moro (Justiça), o presidente preferiu empoderar Guedes. Bolsonaro disse nesta segunda (27) que o ministro tem a palavra final sobre economia.
Segundo analistas, pesquisa Datafolha também tranquilizou investidores ao apontar que o presidente mantém sua base de apoio após saída de Moro do governo.
Além disso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que não deve pautar os quase 30 pedidos de impeachment do presidente em análise no momento, que, segundo ele, exige foco na pandemia de Covid-19.
"O mercado parece estar mais disposto a tomar risco com base no alinhamento político que Bolsonaro está aparentemente costurando com o centrão. Os indicadores econômicos, no entanto, são fracos", afirma Cristiane Fensterseifer, analista de ações da casa de análise Spiti.
No exterior, a perspectiva de retomada das atividades nos Estados Unidos e Europa levou a maior parte das Bolsas globais a fecharem em alta.
Em Nova York, no entanto, os índices fecharam em queda com após a confiança do consumidor americano ir ao menor patamar desde 2014. Dow Jones caiu 0,13%, S&P, 0,5% e Nasdaq, 1,4%
No Brasil, o relatório de produção e vendas da Petrobras veio com números melhores que o esperado pelo mercado e as ações preferenciais (mais negociadas) da estatal subiram 4,86%, a R$ 17,25. As ordinárias (com direito a voto) tiveram alta de 7,26%, a R$ 18,02.
O resultado acima do esperado do Santander no primeiro trimestre de 2020 levou as ações do setor bancário a dispararem. O Santander subiu 11,5%, o Bradesco, 8,7%, o Banco do Brasil, 13,4% e o Itaú, 8,25%.
Com Folha de São Paulo