O ministro da Saúde, Nelson Teich, participou, ao lado dos secretários Wanderson de Oliveira e Eduardo Pazuello, de uma coletiva técnica de imprensa nesta terça-feira, 28.
Teich afirmou que, se antes via o grande número de mortes como um possível represamento de resultados positivos liberados de uma só vez num único dia, depois dos resultados de hoje o cenário mudou: “Como a gente tem a manutenção desses números elevados e crescentes, temos de abordar isso como uma curva que vem crescendo, como um agravamento da situação”. Segundo o ministro, essa piora não se dá em todos os lugares, e sim em regiões como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Manaus, no Amazonas.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, então frisou que o número de 474 mortos registrados hoje é um acumulado, já que 146 mortes aconteceram nos últimos três dias e estavam sob investigação.
“Agora a prioridade mudou”, completou Pazuello. “Vamos distribuir cerca de 185 respiradores para as regiões mais afetadas, além de novos kits de EPI, e contratar mais recursos humanos pelo Ministério da Saúde para reforçar as equipes dos Estados que mais precisam.”
Simultaneamente, a pasta também trabalha para entregar, de acordo com o secretário, mais vacinas de H1N1, testes rápidos e RT-PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) para coronavírus, um teste de biologia molecular que detecta fragmentos do genoma do novo coronavírus e é um dos métodos mais assertivos para diagnosticar a covid-19.
Teich confirmou que nesta semana porá o foco em reuniões com os governadores das diversas regiões do país para ouvir as principais necessidades de cada um deles. “Sabemos que o respirador é o grande problema, não só brasileiro, mas mundial. Mas queremos que a distribuição seja baseada na necessidade mais imediata de cada região”, reiterou o ministro.
Por fim, Oliveira lembrou que outono e inverno são períodos em que os vírus circulam com mais intensidade no Brasil e que isso faz com que haja um aumento no número de internações por doenças respiratórias. Com isso, o secretário voltou a pedir que a população redobre as medidas de higiene e proteção da saúde e fez um novo alerta: “Não compartilhem máscara. Cada um precisa ter a sua.”
Roberta Ramos, Revista Oeste