segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Nova tecnologia no tratamento do Parkinson

A doença de Parkinson é a segunda desordem degenerativa mais comum após o Alzheimer e os seus sintomas mais impactantes, como tremores e a rigidez, podem ser tratados. Hoje é possível fazer o implante de eletrodos no cérebro, com novas tecnologias e baterias com durabilidade de até nove anos, expondo o paciente a menos procedimentos cirúrgicos.

Já falamos aqui sobre a doença de Parkinson, a segunda desordem degenerativa mais comum após o Alzheimer, mas vale voltarmos a esse assunto tão importante.

Meu colega coordenador do Centro da Dor e Neurocirurgia Funcional, Dr. Cláudio Corrêa, um dos grandes especialistas neste assunto, nos diz que é uma doença que afeta 6 milhões de pessoas no mundo, sendo 1% e 2% de indivíduos acima dos 65 anos de idade e, entre 3% e 5% daqueles acima dos 85 anos de idade.

Apesar dos números, os sintomas mais impactantes, como tremores e a rigidez muscular, podem ser tratados. De acordo com o Dr. Corrêa, o implante de eletrodos no cérebro, tratamento já utilizado em grandes centros de excelência com bons resultados, recebeu atualizações e novas tecnologias como baterias com durabilidade de até nove anos. Com mais tempo sem necessidade de manutenção, o que evita que o paciente se exponha a procedimentos cirúrgicos frequentes para ajustes no equipamento.
O especialista nos diz que a cirurgia é bastante simples e, em apenas dois dias, o paciente tem alta. Um ponto importante é que a melhora dos sintomas pode ser sentida muito rapidamente. Isso significa que há um ganho importante para a qualidade de vida do paciente que tem indicação para o tratamento com eletrodos.
Esse procedimento é chamado de Neuroestimulação Profunda do Encéfalo. Nele, os eletrodos são posicionados no cérebro estrategicamente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Eles funcionam ligados em uma bateria que é colocada na mesma região que um marca-passo para o coração.
Embora esse tratamento já seja conhecido, a novidade é que a tecnologia evoluiu com mais autonomia pela durabilidade da bateria e possibilidade de ser recarregada em casa.
Isso significa que as pessoas que se submetem a este procedimento passam a tomar menos medicamentos, voltam a fazer atividades mais básicas do dia a dia, como abotoar a camisa ou se alimentar sem a ajuda de outras pessoas, por exemplo, e voltam a sorrir, já que é realmente uma doença bastante impactante. Isso é uma ótima notícia.
Claro que nem todos os pacientes precisam fazer essa cirurgia. Somente aqueles que já não respondem satisfatoriamente à medicação e ainda não estão com os movimentos muito comprometidos. Por isso, ao primeiro sinal de alerta procure seu médico, pois o quanto antes tratar, melhor. Viva mais e melhor.

Marcelo Lewites, O Estado de São Paulo