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Obama e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em memorial às vítimas de Pearl Harbor, no Havaí |
RAUL JUSTE LORES - Folha de São Paulo
Sete meses após a primeira visita conjunta de um presidente americano e de um primeiro-ministro japonês ao memorial às vítimas do ataque americano a Hiroshima, Barack Obama e Shinzo Abe participaram de cerimônia similar na base militar americana de Pearl Harbor, no Havaí, nesta quarta (28).
Eles depositaram oferendas às 11h30 locais (19h30 em Brasília) no memorial construído em 1962 sobre os restos do couraçado USS Arizona, onde ocorreram as maiores baixas. Foi o ataque surpresa dos japoneses contra essa base, em 7 de dezembro de 1941 e que matou 2402 americanos, o responsável pela entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
A parceria com Obama foi prioridade na política externa do premiê Shinzo Abe. Apesar de nacionalista, ele reforçou a aliança com os EUA no momento em que a China expande seu poder na Ásia. Abe encontrou o sucessor de Obama, Donald Trump, no mês passado, na Trump Tower, em Nova York.
Há nervosismo adicional na política externa nipônica, pois Trump anunciou que acabará com a Parceria Transpacífica, bloco comercial de vários países da região, que era prioritário para os dois governos.
Os japoneses quiseram dar tanto simbolismo ao encontro que sua chancelaria chegou a dizer que Abe seria o primeiro chefe de governo japonês a visitar Pearl Harbor no exercício de seu cargo.
Na verdade, porém, emergiram reportagens indicando que ele será o quarto a fazê-lo. Mas essas visitas não foram caracterizadas como de Estado ou oficiais, pela sensibilidade entre os dois países. As autoridades japonesas passaram a caracterizá-la como a primeira de um premiê em exercício.