NICOLA PAMPLONA - Folha de São Paulo
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse nesta quinta (1º) que a geração hidrelétrica no rio Tapajós permanece nos planos da companhia para a expansão da capacidade a partir de 2022.
O processo de licenciamento do principal projeto no rio, a usina de São Luiz do Tapajós, foi arquivado em agosto, sob o argumento de que não trazia soluções para os impactos ambientais que causaria.
Depois disso, autoridades do setor elétrico anunciaram que o governo abandonaria o projeto.
"Para depois de 2022 temos vários projetos em estudo e o principal deles é o Tapajós", disse Ferreira, em evento promovido pela FGV.
Ele deixou o evento sem dar entrevistas e não explicou como os projetos podem ser retomados.
São Luiz tem capacidade instalada de 8 mil megawatts (MW) e é considerado o maior aproveitamento hidroelétrico em estudo no país.
Também presente na FGV, o presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, defendeu a retomada do projeto.
"Não é razoável renunciar a esse potencial", afirmou ele, propondo a reformulação dos estudos para atender às exigências ambientais.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, porém, foi mais cauteloso.
Ele disse que, em um primeiro momento, prefere focar em usinas de médio porte fora da região amazônica, para depois voltar a pensar nos grandes projetos na Amazônia.
Segundo ele, há ainda potencial a ser explorado em rios da região centro oeste.
Barroso defendeu, porém, que a retomada da geração hidrelétrica seja debatia "sem mimimi".
"Vamos discutir com a sociedade como colocar as hidrelétricas de novo no mapa do planejamento."