No ano em que o PT deixou o governo federal com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PSDB deve sair das urnas neste domingo (30) como protagonista nas capitas brasileiras.
Os tucanos, que venceram em São Paulo e Teresina no primeiro turno, disputam o segundo turno em outras oito capitais. São favoritos em, pelo menos, quatro: Porto Alegre, Manaus, Maceió e Porto Velho.
Também têm chances em Belo Horizonte e Belém, segundo pesquisas Datafolha e Ibope que apontam, respectivamente, João Leite e Zenaldo Coutinho em empate técnico com os seus adversários.
Caso os candidatos que lideram as pesquisas confirmem o favoritismo, os tucanos repetirão o desempenho de 2004, melhor resultado de sua história, com a conquista de seis capitais.
"O segundo turno deve consolidar uma liderança do PSDB no país, sobretudo no número de habitantes que o partido passa a governar. É um resultado que se projeta para 2018, não temos nenhuma dúvida disso", diz o deputado Sílvio Torres, secretário-geral do PSDB.
Os tucanos, no primeiro turno, venceram em cidades com população conjunta de 37 milhões de habitantes e receita de R$ 136 bilhões, de longe o partido líder nesses quesitos.
O PMDB, partido do presidente Michel Temer, deve sair das urnas com um resultado aquém de suas pretensões.
O partido lançou candidatos em 18 capitais com o objetivo de vencer nas maiores metrópoles do país e ganhar musculatura para as eleições presidenciais de 2018.
Mas não deve levar nenhuma das dez maiores capitais do país.
Os peemedebistas venceram em Boa Vista no primeiro turno e são favoritos em Goiânia, Cuiabá e Florianópolis. Mas amargaram derrotas em São Paulo, no Rio de Janeiro e podem perder uma eleição que foi dada como certa em Porto Alegre.
Candidatos de caciques como Jader Barbalho e Valdir Raupp perderam no primeiro turno em Belém e Porto Velho. Em Maceió, o candidato do presidente do Senado, Renan Calheiros, Cícero Almeida, chega ao fim do segundo turno atrás nas pesquisas.
Entre os outros partidos da base de Temer, o PSD é o que deve ter melhor desempenho: elegeu o prefeito de João Pessoa, é favorito em Campo Grande e pode levar Curitiba.
O PSB deve ter resultado semelhante: venceu em Palmas, é favorito no Recife e chega às urnas no segundo turno para uma disputa acirrada em Aracaju, onde o seu candidato é Valadares Filho.
O PRB deve eleger Marcelo Crivela no Rio e o PPS, Luciano Rezende em Vitória. Já partidos como PP, PTB e SD devem sair das urnas sem nenhum gestor de capital.
Professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Silvana Krause destaca o crescimento de partidos médios e diz que o desempenho do PSDB nas capitais não necessariamente se refletirá em capital eleitoral para 2018.
"É preciso avaliar com cautela. A vitória do João Doria em São Paulo foi fenômeno que vai além do eleitorado tradicional tucano. E uma possível derrota em Belo Horizonte vai demonstrar uma fragilidade do Aécio Neves e do PSDB em Minas", afirma.
OPOSIÇÃO
Os partidos de oposição a Temer tendem a sair das urnas enfraquecidos. O PT, que chegou a eleger oito prefeitos de capital em 2004, primeira eleição municipal com Lula na Presidência, deve ficar apenas com Rio Branco (AC).
O partido disputa o segundo turno no Recife, mas pesquisas apontam para a reeleição de Geraldo Júlio (PSB).
O PDT venceu em Natal e deve levar Fortaleza, com a reeleição de Roberto Cláudio, apoiado pelos ex-governadores Cid e Ciro Gomes.
O partido ainda tem chance de reeleger o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda, apoiado pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Mas Eduardo Braide (PMN) chega às urnas como favorito.
O PCdoB tem chance em Aracaju, com o ex-prefeito Edvaldo Nogueira, mas também chega à eleição atrás.
Partidos que atuam conjuntamente no Congresso Nacional, a Rede Sustentabilidade e o PSOL vivem cenários distintos. O partido da ex-senadora Marina Silva chega como favorito em Macapá para reeleger o prefeito Clécio Luis.
O PSOL tem chances em Belém.