No Brasil de hoje, o mínimo que se exige de qualquer prefeito é não roubar, não deixar roubar, não mentir.
Exige-se também não misturar política e religião. E as duas com dinheiro. Principalmente dinheiro público. E não gastar mais do que arrecada, porque é crime.
E não bater na mulher. Nem deixar que batam nas outras.
Espera-se do novo prefeito que escolha seus colaboradores sem fisiologismo e toma lá dá cá, que valorize mais a competência do que os padrinhos, que instaure a meritocracia na prefeitura. Bem, aí já é esperar demais, mas não custa sonhar. Quem sabe Jesus faz o milagre.
Que respeite a oposição, aceite críticas justas, se responsabilize por seus erros. Que seja esperto para encampar bons projetos da oposição, com grandeza e espírito público. Não há bom governo sem boa oposição. Pelo menos em países civilizados.
Que tenha tolerância zero com o crime nas ruas, mesmo pequenos delitos, como vandalismo do patrimônio, e zero intolerância para diferenças de raça, gênero, orientação sexual e crença.
Que priorize a tecnologia, estimule novas pequenas empresas, declare guerra de morte à burocracia e possa dar a notícia revolucionária: “O Rio é a cidade brasileira onde se gasta menos tempo para abrir uma empresa, e onde se abrem mais empresas”.
Que diminua drasticamente as secretarias, o funcionalismo e principalmente cargos em comissão. E não indique políticos suspeitos para o Tribunal de Contas.
Que determine a publicação on-line, em tempo real, de todas as receitas e despesas da prefeitura.
Que valorize os bons professores com bônus por resultados, eles merecem mais do que ninguém. E não ceda a pressões sindicais para nivelar por baixo os bons trabalhadores, os incompetentes e os vagabundos.
Espera-se que trabalhe incansavelmente, acima de advérbios, partidos e ideologias, com os governos federal e estadual, para realizar o maior sonho do carioca: ir e vir em paz em sua linda cidade.