Ex-diretores da Eletronuclear e executivos da Andrade Gutierrez e Engevix são acusados de montar esquema de fraude em licitações para obras da usina
Quinze pessoas foram denunciadas na quarta-feira (27) à Justiça Federal do Rio de Janeiro, pelo Ministério Público Federal, por suspeita de participar de desvio de dinheiro em obras na Eletronuclear, a subsidiária da Eletrobras responsável por construir a usina de Angra 3. É a primeira denúncia feita pelo braço fluminense da Operação Lava Jato, criado há cerca de dois meses. Entre os crimes listados estão corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
Entre os denunciados estão cinco ex-dirigentes da Eletronuclear, presos desde a deflagração da Operação Pripyat, no dia 6 de julho; quatro ex-executivos da Andrade Gutierrez que são delatores da Operação Lava Jato; o sócio da Engevix José Antunes Sobrinho, que cumpre prisão domiciliar; e sócios de empresas usadas para fazer contratos fictícios para desvio de dinheiro.
Entre os denunciados estão cinco ex-dirigentes da Eletronuclear, presos desde a deflagração da Operação Pripyat, no dia 6 de julho; quatro ex-executivos da Andrade Gutierrez que são delatores da Operação Lava Jato; o sócio da Engevix José Antunes Sobrinho, que cumpre prisão domiciliar; e sócios de empresas usadas para fazer contratos fictícios para desvio de dinheiro.
A denúncia, se aceita pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, será a segunda em suas mãos relacionada à Lava Jato. A anterior veio da força-tarefa de Curitiba e tem como réus o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, sua filha Ana Cristina Boniolo e executivos da Andrade Gutierrez e da Engevix. A transferência dessa investigação para o Rio ocorreu por decisão do Supremo Tribunal Federal.
A denúncia apresentada nesta quarta-feira foi resultado da investigação no Rio, baseada em depoimentos feitos por réus na 7ª Vara Federal Criminal em abril, alguns deles já delatores, e da Operação Pripyat, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão, conduções coercitivas e a prisão de ex-funcionários da Eletronuclear, entre eles o ex-presidente Othon Luiz Pinheiro da Silva. Segundo o Ministério Público Federal, foram obtidas provas também por quebra de sigilo bancário e fiscal, além de interceptações telefônicas.
De acordo com as investigações, a obra de construção civil da Eletronuclear foi alvo de um esquema do qual participaram a Andrade Gutierrez, a Engevix, Othon Luiz e alguns subordinados, além de pessoas responsáveis por confeccionar contratos fraudulentos para justificar os repasses de propina. Entre essas pessoas está Ana Toniolo, filha de Othon Luiz. As empresas usadas não tinham volume de negócios nem empregados que justificassem os repasses feitos, assim como também não se comprovaram serviços alegadamente prestados.
"Estima-se, entre outros repasses, que Othon Luiz recebeu até R$ 12 milhões, Luiz Soares e Edno Negrini receberam até R$ 3,6 milhões e Luiz Messias, José Eduardo Costa Mattos e Persio Jordani receberam até R$ 2,4 milhões em propinas da construtora", informou o MPF.
"Estima-se, entre outros repasses, que Othon Luiz recebeu até R$ 12 milhões, Luiz Soares e Edno Negrini receberam até R$ 3,6 milhões e Luiz Messias, José Eduardo Costa Mattos e Persio Jordani receberam até R$ 2,4 milhões em propinas da construtora", informou o MPF.
As investigações também indicaram pagamentos para núcleos políticos do PT e do PMDB, mas essa investigação foi encaminhada para o STF.