Christophe Simon/AFP | |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante manifestação favorável ao governo |
GABRIEL MASCARENHAS
MARINA DIAS
AGUIRRE TALENTO
Folha de São Paulo
MARINA DIAS
AGUIRRE TALENTO
Folha de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação e admitiu a aliados, em reuniões nesta quarta-feira (13), que a situação atual do governo é difícil.
Lula passou o dia recluso no quarto do hotel onde está hospedado para articular apoios ao governo e tentar barrar o impeachment no Congresso.
Com uma agenda cheia, recebeu diversos parlamentares, como os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ), o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), o deputado petista Vicente Cândido (SP) e um grupo do PCdoB, dentre os quais estava o deputado Orlando Silva (SP).
Políticos que estiveram com ele definem sua aparência como "cansaço" e "abatimento".
Depois de diversos partidos declararem voto pelo impeachment, como o PP e o PSD, até o ex-presidente, que assumiu pessoalmente a articulação para barrar o processo, admitiu a dificuldade da situação, mas tem passado aos aliados a mensagem de que é possível ainda reverter o quadro.
Aos parlamentares que estiveram com ele, pediu que ajudem procurando o maior número de deputados possível até domingo e enfatizou que é preciso continuar trabalhando.
O recado aos indecisos é que, caso o governo vença o impeachment, Lula se tornará ministro e mudará a atual gestão, dando espaço aos aliados.
O ex-presidente mandou recado ao Palácio do Planalto para que seja objetivo na oferta de cargos e, por outro lado, tem recebido lista com nomes de parlamentares a serem procurados em busca de apoio.
Durante a manhã, ainda houve um protesto dentro do hotel, com a entrada de um homem vestido de "pixuleco", o boneco de Lula representado como presidiário. Um funcionário pediu que o homem se retirasse, sob o argumento de que não são permitidos protestos no local.