quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Saiba quem é quem na equipe econômica de Jair Bolsonaro



Rubem Novaes, Pedro Guimarães e Joaquim Levy vão integrar novo governo - Montagem


Quase um mês após o segundo turno das eleições presidenciais, a equipe econômica de Jair Bolsonaro começa a ser conhecida. Quando o então candidato do PSL foi vitorioso nas urnas, sabia-se que Paulo Guedes seria seu futuro ministro da Economia, pasta que deve reunir os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio.

Desde o fim de outubro, o superministro se dedica a montar a equipe econômica e escolher quem ocupará postos chave nas principais estatais, como Petrobras e Eletrobras. Até agora, os seis nomes confirmados reforçam o perfil liberal de Guedes. Saiba quem são eles:

Castello Branco na Petrobras



Roberto Castello Branco foi indicado ao presidente eleito Jair Bolsonaro pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes - Arquivo - Agência O Globo


O economista Roberto Castello Branco foi o mais novo nome confirmado em postos chave da área econômica no futuro governo de Jair Bolsonaro. Ele assumirá a presidência da Petrobras, no lugar de Ivan Monteiro, a partir de janeiro.

Castello Branco tem pós-doutorado pela Universidade de Chicago, e já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale. Também fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás.

Atualmente, é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas.

Castello Branco fazia parte do time de especialistas que participava das discussões com Paulo Guedes, futuro ministro da Economia de Bolsonaro, durante a campanha. Foi Guedes, de quem é amigo de longa data, que o indicou para o cargo.


Joaquim Levy no BNDES




Joaquim Levy aceita ser o presidente do BNDES no governo de Jair Bolsonaro - Ueslei Marcelino / REUTERS


De perfil liberal e doutor pela Universidade de Chicago, Joaquim Levy foi indicado para ocupar a presidência do BNDES. Em sua última experiência no governo, Levy foi convidado por Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Fazenda logo após a reeleição. A ideia era que ele realizasse um duro programa de ajuste das contas públicas, baqueadas pelas pedaladas fiscais da gestão de Guido Mantega.

A relação com Dilma, no entanto, nunca foi boa, especialmente porque a ortodoxia do ministro batia de frente com a visão da chefe. Levy também protagonizou embates com o colega do Ministério do Planejamento, Nelson Barbosa, que defendia uma política econômica desenvolvimentista. O economista acabou pedindo demissão em dezembro de 2015, após 11 meses no cargo.

Em seguida, foi para o Banco Mundial (Bird), onde estava até hoje. Seu mandato na instituição acabaria em 2021.

Levy também foi secretário do Tesouro durante o governo Lula, quando Antônio Palocci comandava o Ministério da Fazenda. Após deixar a chefia do Tesouro Nacional, em 2006, Levy foi vice-presidente de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), posição que ocupou por oito meses. Ele se desligou do BID no final do mesmo ano e, em janeiro de 2007, foi convidado pelo então governador do Rio, Sérgio Cabral, a assumir a Secretaria de Fazenda do estado.

Interlocutores de Levy afirmam que ele já tem uma agenda pronta para o BNDES e que a tendência da instituição é trabalhar no desenvolvimento de instrumentos para o financiamento à infraestrutura no mercado de capitais.

Roberto Campos Neto no BC



Roberto Campos Neto será o novo presidente do Banco Central - Reprodução / Agência O Globo


O economista Roberto Campos Neto foi indicado para a presidência do Banco Central, após recusa do atual dirigente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, em permanecer no cargo. Com 49 anos, ele iniciou sua carreira ainda nos anos 1990 e atuou em diferentes bancos no Brasil. Sua experiência foi moldada praticamente em mesas de operações de instituições financeiras.

Antes de ser indicado para a presidência do BC, Campos Neto ocupava o cargo de diretor de tesouraria do Santander Brasil para as Américas. Em uma instituição financeira, essa área é a responsável por captar recursos e aplicá-los em diferentes instrumentos financeiros, garantindo a liquidez de um banco.

Ele está no banco espanhol desde 2005, quando foi contrato como operador. Formado em economia pela Universidade da Califórnia, ele é neto de Roberto Campos, considerado um dos maiores economistas do Brasil e expoente da corrente liberal, que foi ministro do Planejamento durante o governo de Castelo Branco (1964-1967).

O futuro presidente do Banco Central iniciou sua carreira em 1996 no banco Bozano Simonsen. Quando a instituição foi vendida para o Santander, em 2000, passou a atuar na área de renda fixa até 2003. No ano seguinte, foi para a Claritas Investimentos, onde atuava como gestor de carteiras. Em 2005, retornou ao Santander, onde permaneceu até agora.

Campos Neto terá que ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e só terá a indicação para o BC confirmada depois de ser aprovado pelo plenário da Casa.


Mansueto no Tesouro Nacional



Mansueto de Almeida Junior, secretario do Tesouro - Fernando Lemos / Agência O Globo


Mansueto de Almeida será mantido no comando do Tesouro Nacional. Ele é um dos idealizadores da regra do teto de gastos e um crítico feroz da política de subsídios implementada nos governos petistas.

Considerado um especialista competente em finanças públicas, Mansueto saiu da função de pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2016 para integrar o dream team formado pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Assumiu primeiro a Secretaria de Acompanhamento Econômico e depois o Tesouro Nacional.

Mansueto foi um dos principais porta-vozes do governo de Michel Temer em defesa do teto de gastos e também da reforma da Previdência. Apesar de ter um perfil centralizador, Henrique Meirelles deixou o secretário livre para falar sobre esses assuntos, inclusive em redes sociais, durante as discussões das propostas no Congresso.

O desafio do comandante do Tesouro a partir de 2019 é reequilibrar as contas públicas. 

Uma das promessas de Bolsonaro durante a campanha eleitoral foi zerar o rombo fiscal brasileiro no primeiro ano de governo. Interlocutores de Mansueto contam que o secretário ficou preocupado com essa promessa, que tem poucas chances de ser cumprida considerando que o déficit primário de 2018 deve ficar pouco abaixo da meta fixada para o ano, de R$ 159 bilhões.


Rubem Novaes no BB



Rubem Novaes vai comandar o Banco do Brasil no governo de Jair Bolsonaro - Jorge William / Agência O Globo


De perfil liberal, Rubem Novaes foi indicado para comandar o Banco do Brasil. Oriundo da Universidade de Chicago (EUA), integrou o time de Paulo Guedes, sendo responsável pela formulação do programa de desestatização do novo governo. Novaes esteve à frente das entidades patronais, como Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de ter sido diretor do BNDES.


Pedro Guimarães na Caixa

Na foto, Pedro Guimarães (sorrindo), será o novo presidnete da Caixa - Jorge William / Agência O Globo


Pedro Guimarães assumirá a presidência da Caixa. O economista é sócio do banco de investimentos Brasil Plural e tem uma vasta experiência no mercado financeiro. Doutor em Economia pela Universidade de Rochester (EUA), especializou-se em privatizações e participou de diversos processos de venda de empresas no Brasil, como a do Banespa.
 
O Globo