domingo, 1 de fevereiro de 2015

Pedido de impeachment de Dilma é descabido, diz Eduardo Cunha

Marcela Mattos e Laryssa Borges - Veja


Derrotado, petista Arlindo Chinaglia agora reivindica cargo na Mesa Diretora


Candidato à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (Reuters)
Considerado uma eterna pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), disse neste domingo ser “descabido” pautar qualquer pedido de impeachment contra a petista, ainda que o escândalo do petrolão tenha ocorrido em parte de seu mandato. De acordo com o peemedebista, como as denúncias de cobrança de propina e fraudes em contratos com a Petrobras envolvem um mandato já concluído, não haveria razão para se discutir um pedido de afastamento da petista.
“Não há a menor possibilidade de minha parte. Não há de se discutir fatos de um mandato anterior. Todos querem que o país siga sua estabilidade. Pedido de impeachment ou qualquer coisa nesse sentido é descabido”, disse. Qualquer cidadão ou entidade da sociedade civil pode pedir o impeachment de um presidente, mas é prerrogativa do presidente da Câmara avaliar o cabimento do pedido, podendo engavetá-lo sumariamente. 
Eduardo Cunha voltou a afirmar que sua candidatura representa a “independência” em relação ao Palácio do Planalto e disse que, para ser eleito, “enfrentou tudo e todos”.
Briga por espaço – Sem nenhum cargo na cúpula da Câmara dos Deputados, o PT agora vai tentar convencer algum de seus aliados a renunciar a uma das três cadeiras que o partido teria direito, mas acabou cedendo às legendas que apoiaram Arlindo Chinaglia (SP) na disputa. Ao comentar a derrota, Chinaglia disse há um acordo para que o PT ocupe a vaga. “Quando o bloco foi formado, ficou estabelecido que se eu ganhasse, o partido abriria a mão das suas vagas na Mesa. Agora, como nós não ganhamos, evidentemente o PT vai ter uma vaga. Isso foi combinado”, disse.


Ao menos oficialmente, o possível próximo líder do PT, Sibá Machado (AC), discorda da proposta. “Se depender de mim, este assunto está encerrado. Nós já temos problemas demais. Não vamos pedir algo assim”, disse.