sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dilma 'trambique' diz que Levy foi 'infeliz' em afirmação sobre desoneração da folha

Mariana Carneiro - UOL


A presidente Dilma Rousseff classificou de "infeliz" aafirmação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a desoneração da folha de pagamentos, neste sábado (28) durante viagem ao Uruguai.

Levy disse, nesta sexta (27), que a política de desoneração da folha de pagamentos, que está sendo revista pelo governo, foi grosseira e não tem criado nem protegido empregos.

Miguel Rojo/AFP
Presidente Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de inauguração do Artilleros Eolic Park, em Colônia, Uruguai
Presidente Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de inauguração do Artilleros Eolic Park, em Colônia, Uruguai

"Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e estudos mostram que ela não tem criado nem protegido empregos", afirmou o ministro da Fazenda.

Questionada sobre a declaração, a presidente condenou a fala de Levy. "Eu acredito que a desoneração da folha foi importantíssima e continua sendo. Se não fosse importante, nós tínhamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo", disse a presidente.

"O fato é que o ministro e todos os setores estão comprometidos com uma melhoria das condições fiscais do país".

Segundo Dilma, a desoneração da folha de pagamentos é uma realidade. "O que fizemos foi um reajuste nas condições", disse.

"[A desoneração] será sempre um instrumento, que não é pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que em certas conjunturas temos que reajustar, ou para cima ou para baixo. Agora foi para cima", afirmou.

Ao ser questionada se isso representava reconhecer um erro em sua política econômica, a presidente respondeu: "Quando a realidade muda, a gente muda".
Segundo a presidente, o país passa por dificuldades passageiras.

"Pode ter certeza de que o Brasil vai sair mais forte, até porque o Brasil tem fundamentos sólidos. Nós passamos por dificuldades conjunturais e sairemos num outro patamar, podendo continuar crescer, garantindo os empregos que criamos e a renda que conquistamos."