Segundo relato de parlamentares, na reta final da disputa à Presidência da Câmara, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) teria sido o portador, a aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de uma proposta de rodízio no comando da Casa entre o peemedebista e o petista Arlindo Chinaglia., apoiado pelo Planalto.
— Ele me chamou para propor o acordo do rodízio, e eu disse que não tinha qualquer chance — contou o deputado Sandro Mabel. (PMDB-GO), que afirmou ter sido procurado duas vezes por Pepe Vargas para falar sobre o acordo, rejeitado por Cunha e Chinaglia.
Na última terça-feira, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que é do PT, já havia sondado sem sucesso o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, sobre a mesma possibilidade.
PEPE: ‘ELES QUERIAM ACORDO’
O ministro Pepe Vargas confirmou que conversou com o deputado Sandro Mabel, sobre o rodízio entre PMDB e PT “três ou quatro vezes’’, mas insiste que foi Mabel quem pediu o encontro.
— O rodízio sempre existiu na Câmara, e o Eduardo Cunha é que acabou agora com esse sistema. Eles queriam fazer um acordo para formar um bloco, mas nós dissemos que só aceitaríamos fazer um bloco de apoio ao governo, e o Eduardo não quis conversa porque queria formar um bloco de oposição — disse Pepe Vargas.
Chinaglia , candidato apoiado pelo Planalto, negou que o PT tivesse feito essa proposta:
— É mais uma tentativa, não desesperada, mas mais uma vez inócua, de tentar tergiversar. É obvio que isso não ocorreu — disse o petista.
— A mim, não chegou nenhuma proposta. Acho que o jogo está jogado. Vamos disputar o voto — afirmou Cunha.
No processo de escolha, que começa às 18h, caso nenhum dos concorrentes obtenha 257 dos 513 votos, a segunda votação ocorrerá ainda hoje. Petistas e Planalto também tentam reverter defecções na base aliada em favor do peemedebista. Evangélico, Cunha ontem fez referências religiosas, ao participar de um evento com mulheres de deputados:
— Nada acontece se não for pela ajuda de Deus.