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Ministro da Fazenda disse que não é a intenção do governo 'manter o câmbio artificialmente valorizado', indicando uma maior liberdade para o mercado
Dólar avançou 2,96%, a R$ 2,6894 na venda, após chegar a R$ 2,6919 na máxima da sessão (Pascal Lauener/Reuters/VEJA)
O dólar fechou com o valor mais alto desde setembro de 2011 nesta sexta-feira, aproximando-se dos 2,70 reais, em uma reação a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O ministro indicou que o governo não pretende que a moeda brasileira tenha com um valor irreal em relação ao dólar, o que vem ocorrendo segundo alguns economistas. "Não é intenção manter o câmbio artificialmente valorizado", disse Levy, em evento do Grupo Bradesco para clientes e investidores.
No fim da sessão, a moeda americana avançou 2,96 %, a 2,6894 reais na venda, após chegar a 2,6919 reais na máxima da sessão (alta de 3,06%). Em janeiro, a divisa anulou completamente as perdas e terminou com alta acumulada de 1,15%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"O governo está revertendo medidas de intervenção em vários campos. Se o Levy menciona o dólar, dá a entender que o governo também vai ser mais passivo em relação ao câmbio", disse mais cedo o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. Após a declaração de Levy, a assessoria de imprensa do ministro procurou a imprensa para afirmar que o ministro estava falando sobre o câmbio no mundo.
O BC vem atuando diariamente no câmbio desde agosto de 2013 para limitar a volatilidade e oferecer proteção cambial. Na avaliação de alguns analistas, a intervenção gerou distorções na taxa de câmbio, com economistas do Bank of America Merrill Lynch estimando o "valor justo" do dólar em 3,1 reais em relatório divulgado nesta manhã.
A autoridade monetária reduziu o ímpeto das intervenções duas vezes, a mais recente no fim do ano passado. Sob o atual formato, o programa durará pelo menos até 31 de março com ofertas de 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
O movimento desta sessão também refletiu o crescimento decepcionante dos Estados Unidos no quarto trimestre e fluxos de saída de investidores estrangeiros, após a agência de classificação de risco Moody's rebaixar os ratings da Petrobras. A economia americana desacelerou com força no quarto trimestre de 2014, crescendo 2,6%, em ritmo anualizado, no período, abaixo da previsão de 3% de analistas consultados pela agência de notícias Reuters.
Bolsa - Com retração de mais de 5%, as ações da Petrobras voltaram a motivar as perdas da bolsa brasileira nesta sexta-feira, após a estatal ter suas notas de crédito rebaixadas pela Moody's. Segundo dados preliminares, o Ibovespa, principal índice, teve queda de 1,79%, a 46.907 pontos. No mês, o índice perdeu 6,2%. O giro financeiro do pregão foi de 7,87 bilhões de reais.
(Com agência Reuters)